EU ESTAVA nos fundos da minha casa, onde costumava ocorrer os churrascos e festas entre amigos e onde eu e meu irmão guardamos e cuidamos das pranchas.
Eu estava apertando as quilhas e passando parafina na minha nova prancha shortboard, já que a outra eu tinha desde que eu tinha 12 anos. A de agora é bem maior e ela é branca, tendo na frente um sol na ponta e uma onda na de trás e nas costas dela tem um sol grande bem no centro e duas ondas em cada ponta e as quilhas dela são azul claro, eu mesma fiz e assim que eu terminei lembro o quão feliz fiquei com o resultado.
A shortboard sempre foi a que mais gostei,ela é perfeita para ondas rápidas e fortes, as que eu mais gosto. Eu poderia ficar horas cuidando dessa prancha.
— Ei aurorinha. - meu irmão chegou e olhou para nossas pranchas. — nossa, não sabia que ainda tínhamos nossa pranchas antigas. - falou surpreso.
— se ao invés de sempre sair na pressa e cuidar da sua prancha saberia que mamãe e papai fizeram questão de guardar-las. - falei brincando.
— mas qual seria a graça, mas você com toda certeza gosta de ficar aqui cuidar delas.
— é realmente gosto não faço como se fosse uma obrigação, mas sim como um hobbie e também para melhor na hora do uso.
— ta afim de surfar? acho que vai ser legal e to precisando praticar algumas manobras. - passou a mão em meus ombros.
— sabe que eu não negaria, só espera eu por minha roupa?
— vai logo, sinto falta de surfar com você.
— é, eu também sinto, e também preciso me reconectar. - sorri.—————-☀️ -—————
Acabamos de chegar na praia, desci a escadaria e corri até a beira mar, com Ari tras de mim, tirei a capa da minha prancha e coloquei de baixo do braço e fui para correndo junto de Ari para o mar.
Assim que entrei eu furei uma onda, assim que submergi senti a sensação da água gelada e o Sol queimando minha pele e foi como se eu recuperasse minha energias.
— eu estou feliz por estar em casa, por estar aqui comigo- Ari falou sem desviar o olhar do mar.
O Sol batia em nossos rostos me fazendo amar aquela sensação de nostalgia.
— você sabe que eu nunca mais vou embora, me sinto mais feliz aqui, eu nunca mais vou deixar vocês Ari. - olhei para o mesmo vendo nossos olhares se encontrar.
— quando foi que você cresceu tanto? ainda lembro da gente pequeno sumindo só para surfamos e você ficar horas pegando Sol, deixando nossos pais malucos. - rimos
—pois é éramos umas crianças bem levadas mesmos - falei sorrindo
-Tá agora chega de papo, porque já estou sentindo minha pele arder e quero pegar umas ondas.
Assim que falou Ari virou e remou uma onde, eu apenas fiquei sentada esperando a onda perfeita e sentindo o Sol bater em meu rosto com os olhos fechados. Abri assim que senti a onda vindo, me deitei e fui remando com as mãos sentido contrário a mesma, continuei remando logo dando impulso para ficar de pé.
Assim que subi, posicione um pé na rabeta e outro no meio da prancha e distribui o peso e a força de maneira que conseguia alinhar a prancha na superfície da água, com os joelhos bem flexionados olhando para a parede da onda, fiz um dropping perfeito, em seguida fiz um bottom turn, permanecendo na parte íngreme dela, fazendo uma curva suave na parte de baixo da onda me fazendo ser levada para parte alta sem perder a velocidade e finalizo com um cutback me permitindo que eu reduza a velocidade e gire para mudar de direção, me levando de volta a parte íngreme, já no topo da onda, desloquei meu peso no pé de trás inclinei a mão da frente para baixo enquanto cavei a quilha interna da prancha na onda, fiz a curva para mudar de direção, aumentando novamente a velocidade para a crista e descendo pela parede da onda.
terminei com um sorriso no rosto e jogando meus cabelos para trás, já que se encontravam em meu rosto, normalmente eu teria feito um trança.
— essa e minha irmã, uhul. - ouvi Ari grintando já da areia e dou uma risada.
Virei para ir em direção a areia novamente e enquanto chegava mais perto via algumas pessoas aplaudindo e dando risada, assim que cheguei perto o suficiente abri um sorriso.
Ver meus amigos novamente e aquele sorriso me deixou feliz e ansiosa.
— Olha só quem voltou. - sorriu vindo até mim - seja bem vinda de volta princesa de Berlim. - senti seus braços me rodearem e logo correspondi.
— senti sua falta. - Marlon disse contra meu pescoço.
— eu também garoto brasileiro. - sorri.
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Euphoria
Teen Fiction"A humanidade é desumana mas ainda temos chance... o sol nasce para todos, só não sabe quem não quer!' Após ter deixado sua cidade natal, para visitar uma amiga, quase sem esperanças, Aurora se encontra com seus amigos novamente e se juntas a eles e...