É normal que estavam condenados a vaga pela imensidão da terra. Provariam o veneno das suas colheitas, nem mesmo os deuses do antigo mundo seriam tão cruéis com mortais.
O inverno tinha sido longo, mal acordava a primavera e lá já estava ela, cantarolando;
–Querida, oh querida manhã, acorde-me com seu brilho, seu brilho que me faz sair dos trilhos. Alegre,
sorridente, pelos deuses aquela menina me deixava contente. Meus dias eram sempre os mesmos.
Caçando, plantando, apenas contribuindo para a vila. Confesso que não entendia porque a família
daquela menina nunca sorria.
A primavera florava, seu brilho era encantador. Embora seja normal o dia, ele vinha-se o anoitecer
para raiar outro amanhecer. A noite estava fresca, a lua reluzia, às estrelas já nos via e a menina a floresta adentro ia. Pasmo sem ao menos entender, sua silhueta estava á escurecer. Os cabelos longos, as vestimentas delicadas, simplesmente balançava ao soprar dos ventos uivantes desta meia-noite.
Com medo dela se perder, seguia.
Ouvia-se rumores que seus pais á não queria. Batiam nela, pobre criança, nem chance de entender do porquê doía. Sua mãe era Sophily. Uma senhora da qual era um tanto medonha. Cega de
um olho e do outro amaldiçoando a quem a exponha. Ah pobre pai, assassinado pela mãe. Luta de
corações, o via amando, desejando uma belíssima donzela, não o culpo. A Sophily era uma velha megera. Várias manhãs observava o tratamento a própria filha. À mandava a vila aos cuspis de saliva fria. Contudo sempre sorria. Pego-me perguntando nesse sentimento anormal, será que ela sofria?
A criança estava reluzente junto ao lago de baixo de uma nascente. Apenas observando-a sentada com os pezinhos na água, cantava;
-Ohhhh venha a mim, por favor, temo o terror, venha a mim, Deusa do pavor, venha a mim, oh Deusa
do amor!
Caótico, espantado por um canto a Deusa do amor, não sabia porquê do tal pavor?
O lago mexeu, se revirou com o vento levantando do seu próprio tormento, a criatura apareceu ao lamento. Era linda, belíssima! Os olhos azuis feito o mar, o corpo (ah só de pensar) era suave, era o lago, assim seus lábios pálidos põem-se a falar;
-Olá pequenina, diga-me no que posso-lhe ajudar?
-Sinto te dizer, porém quero que pare esse sentimento... -lágrimas caiam
-Sentimento? Ah venha, deixe-me acabar, ficará leve feito o ar.
-Deusa do amor será que devo ir sem medo do que pode vir? - a pequena coloca a se questionar
-Pequenina venha, irá acabar, prometo nunca te deixar. - A Deusa do lago propõe.
A bela criatura estende as mãos para a criança. Seus passos começaram devagar. O que era belo um dia se desfaz, a criatura põe-se a se despedaçar. Os olhos azuis se tornaram ocos e uma vastidão obscura se formou, feito o vazio do peito. O belíssimo corpo delicado, era apenas ossos ensanguentados. Seus lábios já eram maliciados, a saliva escorria, um sorriso frio de amarga alegria. Era isso que ela queria, a mentira que a morte fazia, nem mesmo a pequenina Athen sabia da dor que vivia.

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Athen
Детектив / ТриллерUm criança meiga e doce, nunca reclamava, sofria mas contudo ria.