Me chamo Sophia Grace Konstantinova, tenho 24 anos e nunca namorei. É meio ridículo, né? É, eu seu, mas tem explicações para isso:
1° Quando eu era adolescente, eu era feia. Bem feia e espinhenta. Pense em uma adolescente horrorosa, pois é, era eu. Os populares eram os mais lindos e eles nem me davam um simples 'Bom dia'.
2° Eu nunca quis namorar por namorar. Eu sempre quis o meu príncipe encantado. Eu sei que sou uma iludida por pensar deste modo em pleno século 21, mas eu sonho com isso a minha vida toda.
Sabe naqueles filmes de Hollywood em que a mocinha está distraída, andando pelos corredores da universidade, quando de repente... BUUM! Ela esbarra em um gato dos olhos claros. Eles trocam olhares e se apaixonam perdidamente, loucamente e incondicionalmente um pelo outro. É isso que eu sempre quis, mas nunca aconteceu comigo.
Já terminei a minha faculdade de medicina e hoje me considero uma mulher linda, confiante e de bem com a vida. Só preciso encontrar o grande amor da minha vida.
Minha adolescência foi horrível. Todos da escola faziam bullying comigo, por conta da minha aparência catastrófica. Eu usava aparelhos, óculos enormes, usava umas saias que iam até o joelho. Meus cabelos viviam presos e ressecados. Resumindo... Eu era a presa dos jogadores de futebol americano e das líderes de torcida.
Lembro-me do dia do meu aniversário de 15 anos. Minha mãe disse que eu poderia ficar em casa, mas eu não queria faltar, porque eu tinha uma reputação a zelar. Eu nunca, em hipótese alguma faltava aula. Então eu fui. Infelizmente era aula de educação física e teríamos que nadar em uma piscina de profundidade apavorante. Eu não sabia nadar, mas nunca disse a ninguém, pois tive medo que implicassem ainda mais comigo. Eu estava na beira da piscina quando algumas meninas me empurraram. Fiquei desesperada e implorei por ajuda, por misericórdia. Nenhuma das alunas estenderam a mão para me ajudar. Fui salva pela professora. Depois daquele dia eu nunca mais cheguei perto daquela piscina. Eu me sentia excluída igualzinha Carrie A Estranha, sem brincadeira.
Por diversas vezes tentei suicídio para tentar me livrar de todo aquele sofrimento que parecia não ter fim.
Quando tocava o sinal anunciando a hora do intervalo, eu sempre comia sozinha no banheiro, porque todos me olhavam com ódio no refeitório. Teve uma vez que um menina jogou uma bandeja de comida em cima de mim. Tive que procurar roupas no 'Achados e perdidos', mas infelizmente para mim, ninguém perdia nada legal.
A minha irmã era super popular e todos a idolatravam. Ela até que me chamava para ficar perto dela, mas eu nunca ia, porque ela sempre estava perto das pessoas que mais me odiavam. Eu só tinha uma amiga, o nome dela é Dulce. Eu ainda mantenho contato com ela por redes sociais e telefone. São raras às vezes que a gente se fala por celular, pois somos mulheres super ocupadas.
Depois de todo aquele inferno no ensino médio, eu resolvi morar com a minha tia, em Seattle. Mudei não só na aparência, mas também na personalidade. Aprendi a me amar em primeiro lugar.
Depois de anos, irei finalmente voltar para New York, a minha querida cidade natal. Minha irmã vai se casar e eu serei a madrinha. Consegui um emprego ótimo em um hospital perto da casa dos meus pais. Eu vou morar com eles por um tempo, até a Dulce arrumar um bom apartamento para morarmos juntas.
Eu estou super animada para reencontrar todos. Quando eu chegar em New York, terá um jantar especial na casa dos meus pais para comemorar a minha volta e também para comemorar o noivado da minha irmã. Sarah diz coisas ótimas sobre o noivo dela, o Augustus. Tenho certeza de que ele é um amorzinho.