Gojo liderou o caminho por entre os montes de neve até uma espécie de entrada para um porão. Apesar de ainda ser novato naquele mundo, Geto sentiu que ali havia alguma coisa muito perturbadora e desagradável. Que merda o Akira tinha ido fazer ali?
A entrada no chão estava aberta, abaixo, a escuridão reinava.
Os dois garotos diminuíram a velocidade e passaram a caminhar com cautela em direção a abertura no solo. Gojo acionou seus Seis Olhos e analisou o caminho conforme aproximava-se, para sua surpresa, havia apenas um resquício suave da energia amaldiçoada do Akira.
Como se estivesse escutado a chegada deles, algo começou a correr pelo corredor e se aproximar. Gojo acionou seu Ilimitado e gritou para o menino atrás:
— Tem alguma coisa vindo!
Geto recuou, seu coração começou a bater forte. Ele apenas tinha lutado contra maldições fracas e sob a supervisão de um feiticeiro mais velho, com certeza as situações não eram parecidas.
Ele queria correr para longe.
Das portas abertas do solo saiu uma mulher muito ofegante e extremamente assustada, ela vestia uma saia e paletó preto, junto dela, correu para fora um gatinho preto. Geto começou a sussurrar seus mantras para invocar uma das maldições que recentemente tinha comido quando a mulher gritou em desespero:
— Chamem o Reitor ou o Professor Yaga imediatamente, fujam!
Ela levantou e correu na direção deles, mas não para atacar e sim para fugir.
Gojo semicerrou os olhos, procurando por algo na mulher que fosse fora do normal, mas não haviam nada demais nela, nem sequer energia amaldiçoada, ele deduziu então que fosse uma Assistente.
— Onde está Akira? — gritou o menino de cabelo preto atrás.
A mulher cambaleou para o lado deles. Ela estava mortalmente pálida.
— Eles se soltaram e alguma coisa pegou ele...
Gojo olhou novamente para o porão.
— O que estava fazendo lá?
A mulher caiu e balançou a cabeça.
— Eu estava passando quando vi o Akira entrar no porão, então eu corri para chama-lo, mas era tarde demais.
Gojo focou toda sua atenção na mulher, mas novamente, não havia nada. O gato preto correu até a Assistente e pulou em seu colo, o animal parecia aterrorizado com os pelos arrepiados. Ainda meia perdida, a mulher acariciou o animal. Gojo analisou o gato, mas como era esperado, o resultado foi uma confusão de energia, gatos pretos eram sempre assim, um misto de energias.
Geto não aguentava mais aquela demora e decidiu deixar de hesitar, correu para dentro do porão. Ele desceu os degraus de pedra até o fim da escadaria, onde o ar cheirava a poeira e podridão, além disso, pulsava maldade e corrupção. Geto respirou fundo e seguiu em frente.
Gojo seguiu o menino franjudo para dentro do porão, ele precisava acabar com aquilo o quanto antes, pois sentia sua energia sendo drenada pelos Seis Olhos e pelo Ilimitado. Não demorou muito para encontrar o franjudo.
Ele estava parado, olhando de uma maneira fixa para uma maldição completamente horrorosa, provavelmente aquele feiticeiro mirim nunca tinha encontrado uma coisa daquela na vida. Gojo sorriu, era hora dele se mostrar.
Gojo caminhou até o menino e empurrou seu ombro.
— Deixa que eu cuido disso.
Geto virou o rosto e encarou aquele pirralho chato na sua frente. Quem aquele idiota pensava que era? A raiva tomou conta da mente de Geto. Ele assentiu e deu um passo para trás.
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Nós Nascemos para Morrer
FanfictionAntes de Shibuya, antes de Yuta Okkutsu e até mesmo antes de Riko Amanai, a história de Geto e Gojo começou. Aos dez anos, Geto descobre ter uma habilidade única e rara ao mesmo tempo que percebe um mundo cheio de maldições. Em contrapartida, o jov...