Um Caminho Para O Destino (VALU)

A primeira vez que amei de verdade

Anahi batucava os dedos contra a mesa branca perolada de seu escritório, sua respiração estava calma e seus pensamentos voavam para tudo o que
estava acontecendo naquele momento.

Sua mente viajou para onde seu filho estava, qual seria a reação de Rodrigo ao chegar e encontrar Hailee a sua espera. Na cabeça do moreno, ele apenas iria fazer uma obra, mas Anahi conseguiu manda Hailee dois dias antes do filho, para lhe fazer companhia.

Sua mente agora viajou até a Luiza, a pobre moça que era massacrada pela maldade humana da mais velha, Anahi não a suportava por simplesmente
Luiza ser melhor que ela em tudo.

Doente dos seus raciocínios lógicos, Anahi adquiriu para a vida uma obsessão por Alfonso, cometendo o erro
ou acerto de se entregar ao rapaz com quatorze anos e ameaça-lo a ser prezo se ele não assumisse algo a mais com ela, e foi o que ele fez.

Anahi se construiu a partir da ruína de Alfonso, ela nunca seria feliz, por mais que tivesse dinheiro, ela não admitia a si mesma que havia errado, por mais
que soubesse.

Se ela pudesse ela levaria Luiza e Rodrigo para o inferno junto a si, ainda mais quando soube que não poderia recomeçar e tentar ser uma pessoa melhor, pois seu filho não lhe daria netos, ela sabia disso, mas preferia acreditar que a culpa era toda de Luiza, e ela não aceitaria.

Ela havia separado o hotel mais caro de Buenos Aires, Hailee teria de voltar grávida de la, esse era o plano.

Se levantou e apagou as luzes caminhando para fora dali, já era mais de três horas da madrugada, a mulher entrou no grande quarto do casal,a cama estava bem estendida, avisando a ela mais uma vez do que ela já sabia, seu marido não estava.

Indo até a penteadeira, começou a retirar os seus acessórios, quando passos foram ouvidos, um suspiro
cortou seus lábios ao perceber Alfonso adentrar o quarto e indo em direção a suíte.

- Chegou tarde.

- Não fale como se não soubesse de tudo o que faço. - disse ele dentro do box.

-Eu sei perfeitamente o que faz. - ela respondeu colocando o seu pijama de seda e deitando-se na cama.

Minutos depois o homem saiu de dentro do banheiro, vestido apenas com uma calça moletom.

- Então não reclame. - ele ascendeu as luzes do abajur, e apagou a do quarto.

- Só pensei que poderíamos ficar mais juntos agora que Rodrigo viajou.. - ela sugeriu.

- Não. - ele disse simplesmente. - Trabalho para sustentar os teus caprichos, e você sabe que deixamos de ser um casal a muito tempo, quando
voce preferiu começar a infernizar a vida das outras pessoas e esqueceu da tua. - Ele se aninhou embaixo das cobertas. - Tarde demais Anahi, boa noite.

A mulher suspirou pesado, virando-se de lado , de costas ao marido, olhou a foto que estava no criado mudo, na noite em que ela havia descoberto que
estava gravida de um menino.

***

Luiza bocejou ao acordar depois de tanto o despertador tocar, eram oito horas da manhä e ela estava sentada sobre a grande cama de casal, sorriu
esfregando os olhos não podendo conter de felicidade ao se dar conta de que hoje ela saberia como seu filho estava.

Com os olhos já abertos, suas mãos foram de encontro a sua barriga, ela deitou-se novamente, erguendo a blusa branca até os seios, seus dedos passearam pela sua pele, tateando alguma bolinha que nem sequer havia aparecido.

- Hoje eu vou ouvir seu coração pela primeira vez, meu amor. - ela sussurrou como se toSse um segredo enquanto alisava sua barriga.- Imagino que você
ainda não dever ser maior que um carocinho de feijão, mas meu amor por você é maior que uma plantação inteira. - ela riu com a língua entre os
dentes. Em resposta ouviu sua barriga roncar. - Okay espertinho, já entendi que está com fome, vamos ver se a tia Tina acordou e vamos comer. - feito isso Luiza se levantou e foi até o banheiro fazer sua higiene matinal.

Após a Latina descer as escadas, devidamente vestida para ir ao hospital, antes de ir até o quarto de Valentina, ela pode sentir um aroma vindo da cozinha, seu sorriso se alastrou em seus lábios e ela desceu as
escadas dando pulinhos.

Por fim, Rulli estava vestida toda de branco, explicou a Luiza que tinha ido ate sua casa tomar banho e na volta fez um café rápido antes de Carlota chegar e Luiza acordar.

A latina sorriu terna e agradecida, pois havia tempos que Rodrigo não fazia café da manhä para ela, sempre ele pedia a Carlota para fazer e ele levava como se tivesse feito. Não que Luiza o culpava por isso, não que ela se sentisse mal, porém Valentina trazia uma
felicidade sem igual para dentro daquela casa.

Após o café terminado, Valentina quis lavar a louça, mas ambas as garotas foram expulsas de casa por Carlota
que acabará de chegar, Valentina pediu a senhora educadamente que fizesse um almoço reforçado para Luiza, que não poderia ficar sem comer, a latina
apenas deu ombros revirando os olhos com seu interior gritando de felicidade pela atenção que estava recebendo.

Minutos depois elas chegaram até o hospital Rulli, Luiza observava Valentina cumprimentar todas as pessoas presentes nos andares em que elas passaram, inclusive o andar em que Natalie ficava , o de dermatologia.

Em minutos chegaram até o penúltimo andar, ala infantil, o andar de Priscilla e Gabriela.

-Quem vai me atender? - Luiza perguntou enquanto seguia Valentina, que apenas sorriu.

- Não é óbvio? - Luiza negou.- Então espera.- Caminharam até a recepção. - Bom dia Hanna, essa é Luiza Uckermann, ela tem horário marcado com ultrassom agora pela manhã. - informou a atendente.

- Bom dia senhorita Rulli, okay, deixe-me ver. - A garota negra pesquisou algumas coisas e logo sorriu
olhando para Luiza. - Segunda sala a esquerda , boa sorte mamãe. - Luiza sorriu largo sentindo essa palavra fazer o sentido maior de sua existência.

- Muito obrigada. - a latina agradeceu. - Você entra comigo?- perguntou a Valentina

- Sim, claro. - Valentina sorria seguindo Luiza.

Luiza parou na sala indicada, bateu na porta e logo uma voz familiar soou mandando-a entrar.

- Não acredito.- Luiza riu ao constar que era Priscilla.

- Nem eu, acha que eu gostaria de estar trabalhando até depois do meu turno? Não, mas Valentina me obrigou. - Priscilla sorriu abraçando as duas. - Bom dia.

- Bom dia Priscilla, tadinha dela Tina. - Luiza fez biquinho, Priscilla sorriu levando Luiza para se vestir.

- Relaxa, ela vai amar acompanhar você durante o pré natal.

- Isso é verdade Nathy, agora deita aqui na cama. - Priscilla pois sua máscara e ligou os aparelhos, Valentin se aproximou da cabeça da latina e ela segurou suas mãos. - Certo, vamos ver esse rapazinho ou essa mocinha. - Priscilla disse fazendo Luiza sorrir mais
ainda se possível. Priscilla colocou o gel na barriga da latina, e logo o aparelho começou a deslizar. - Olha só.

- apontou para o munitor e uma imagem começou a aparecer, borrada. - Aqui está nosso Bebezinho. - Priscilla disse ao passar o aparelho em volta de uma pequena bolinha branca no visor negro.

-Eu não consigo ver nada. - Luiza riu nervosa por conta da sua emoção. - Ta tudo bem com ele Priscilla? - perguntou preocupada. Valentina permanecia calada.

- Calma. - riu.- Está tudo ótimo, seis semanas de gestação, nenhuma ferida no colo do útero, tudo em perfeito estado Luiza, seu bebê está forte. -
tranquilizou a amiga que pode respirar aliviada.

- Priscilla, coloca em 6D para Luiza poder ver melhor. - Valentina pediu e a loira confirmou.

- Aqui está. - Priscilla mostrou o bebê claramente no visor.

- Oh, eleé tao pequeno... - Luiza dizia com a voz embargada pelo choro.

- Quer ouvir o coração dele? - Priscilla perguntou e ela assentiu.

Logo um som de batuque ecoou na sala, Luiza chorou mais alto podendo escutar aquele som pela primeira vez na vida, estava tudo bem com seu filho.

Nem Valentina aguentou e chorou, sentindo uma felicidade desconhecida em seu peito.

- Oh díos! Meu filho... - Luiza chorava olhando o bebê no monitor e escutando seus batimentos. - Está tudo bem amor, mamãe está aqui.. - As duas mais velhas no local não conseguiranm segurar as lágrimas e começaram a chorar pela emoção de Luiza. - Céus!

É a primeira vez que sei o que é amor de verdade!