Futuro - De volta pra casa

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A primeira parte desse capitulo, deixo um alerta de gatilho, as cenas podem ser fortes e incomodar alguns (eu sei como é foda ter crise de ansiedade) e isso aqui, é sobre isso.

Eles haviam aparatado em Hogwarts, Shara não conseguia entender como ele havia feito tudo aquilo de forma tão ágil e rápida, mas a verdade é que o professor Snape a surpreendeu ao acatar o seu pedido, e se mover, segurando o corpo inerte da amiga com tamanha cautela em seus braços, enquanto Shara, seguindo seus movimentos o abraçou pela cintura, e agora... eles estavam ambos na enfermaria, onde Shara observava atenta os movimentos de madame Pomfrey, que circulava a maca onde Catie havia sido deitada, Pomfrey estava completamente surtada.

_Irresponsável – ela havia dito pela terceira vez – todos esses anos e não aprendeu nada, o que quer que eu faça com essa criança nesse estado? Sabe que não posso salva-la nessas circunstancias, deveriam ter chamado um médico trouxa – ela bufava, extremamente irritada - francamente homem, aparatar com ela assim... onde estava com a cabeça?

_É minha culpa – Shara interveio, era a primeira vez que ela estava falando algo desde que eles haviam pisado ali – eu o obriguei a traze-la – era verdadeiro, ela havia feito… quando ele certamente não faria... ele a havia alertado sobre os agravantes da viagem, mas ela o deixou sem opção, Shara não podia e não queria perder a amiga, e a ideia de deixa-la para trás, naquele estado, era irrevogável, Madame Pomfrey lhe lançou um olhar feroz, Shara nunca havia visto ela tão transtornada como naquele dia.

_E como foi isso? por acaso colocou uma varinha no pescoço dele? - ela cuspiu indignada - ambos irresponsáveis - ela finalizou.

_Não havia tempo para um médico trouxa – ele disse sério.

_Claro que não havia... e agora também não há tempo para recuperar qualquer dano causado aqui, por Merlin ela é uma criança trouxa, ela não tem magia, como podem ser tão inconsequentes os dois – ela estava exaltada, enquanto avaliava Catie e a medicava com diversos medicamentos e poções diferentes – eu não posso lidar com isso, onde está Antony? – ela disse revoltada.

_Por favor... – Shara chorou – não a deixe morrer… eu não posso perder ela… eu sei que a senhora sempre consegue – Shara estava angustiada, a ala hospitalar, a magia... e tudo ali, aquilo era sim sua última esperança.

_Criança – havia sangue em seus olhos – ainda não faço milagres, então melhor não ficar para presenciar isso – ela puxou a cortina da maca com brutalidade, mantendo Catie longe do seu ângulo de visão, Shara estava nervosa, abatida, cansada, desanimada, sentindo toda a tensão daquele dia se dissipar, ela olhou para suas mãos completamente sujas de sangue, agora o sangue estava seco... aquele era o sangue de Noah... ela sentiu os olhos do professor Snape sobre ela, ela o encarou, eles travaram uma longa troca de olhares ali, mas nada foi dito, Shara estava perdida, o que ela faria agora? o que seria da amiga?

_Severo Snape – Pomfrey gritou o nome dele, chamando sua atenção – faça algo de útil e me ajude a vira-la – ela chamou, e ele foi, Shara ficou do lado de fora, olhando para o vazio, mas aquele era o vazio da sua alma, sua amiga estava morrendo e mais uma vez aquilo era tudo culpa sua, ela havia acabado com qualquer família que Catie podia ter tido com seu pai um dia, Noah... e agora ele estava morto, havia sido brutalmente assassinado, mas antes de partir ele a incumbiu de algo, ela precisava lembrá-la, avisar Catie,  a filha dele, de que ele a amava, como Shara faria isso? se Catie, parecia estar padecendo ali…

_Você a trouxe para morrer em meu turno – ela ouviu Pomfrey disser, apenas confirmando seus pensamentos – Irresponsável, você é o adulto aqui Severo... sabe que deveria tê-la impedido, ela é apenas uma criança tola – Shara ouviu aquilo, ela colocou as duas mãos sobre os seus ouvidos, ela não queria mais ouvir nada ali… ela queria o silêncio, a praia o sol o mar… o seu coração estava disparado, ela sentiu que estava chorando outra vez, enquanto seu estomago revirava dando voltas e mais voltas a obrigando a procurar um lugar para esvazia-lo, ela caminhou... dando alguns passos para trás, ela não podia ficar para assistir aquilo... ela não podia suportar ver sua amiga partir... ela correu até o banheiro.

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