Capítulo 34

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1658, Dezembro

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1658, Dezembro.
Oceano Eterno.
Baú de Davy Jones.
Epicentro Mar Negro.

O primeiro dia transcorreu tranquilamente. Balthazar sequer ousou se aproximar da cabine do capitão. Na parte superior da cabine, bem na proa, no segundo deck onde o timão de direção estava localizado, ele fazia questão de dar passos pesados e até mesmo alguns pulos, criando bastante barulho. Uma atitude imatura e infantil.

No segundo dia, Benjamin despertou ao som do canto de Daen. A voz doce emanava uma magia irresistível, e ele mal conseguia desviar o olhar, tal era a hipnose do momento. O jovem de olhos violáceos encontrava-se na janela da cabine, que era imensa e apresentava o perigo iminente de queda. No entanto, ele parecia alheio a isso, entregando-se completamente à sua melodia enquanto cantava.

— Há comida para você ali. — Daen apontou para a mesa.

A cabine, que anteriormente era um caos de bagunça, agora exibia uma beleza e organização notáveis. A desordem com duas camas, duas mesas, vários livros espalhados e baús desordenados havia desaparecido. Daen, com a ajuda de alguns piratas, conseguiu colocar tudo em ordem.

Agora, a cabine assemelhava-se à de Davy, embora com alguns toques de decoração duvidosos de Balthazar.

O capitão não apreciou nem um pouco essa atitude, desencadeando assim uma grande discussão. Daen se questionava como Benjamin não ouviu toda a confusão.

Enquanto saboreava a comida, Benjamin escutava atentamente cada detalhe da briga, encarando Daen com surpresa por saber que ele enfrentou e até derrubou Balthazar.

— Não se preocupe. Ninguém viu. — Daen disse rindo.

Benjamin ergueu o olhar, meio desconfiado, diante de toda essa abordagem amigável de Daen.

Não era comum.

Ele era soberbo e nada amigável. Contudo, aproveitaria a situação.

— Ao seu ver, o que você acha que eu sou para você? — Daen perguntou, deitando-se na cama de casal. Ele não se importava de estar sem camisa, com os fios de cabelo despenteados ou estar com a bundinha ou o ‘’bingulim’’ de fora.

Benjamin já tinha visto tudo aquilo ao longo da vida.

Largando a caneca de chá e o bolo salgado na mesa, Benjamin tomou cuidado para não sujar nenhum papel ali. Ele limpou as mãos em um pano e, em seguida, cuidadosamente limpou os lábios, agindo de maneira nobre e etiquetada, fazendo Daen rir e relembrar de uma memória com Benjamin treinando etiquetas com Annesbel.

— Você diz isso de forma pejorativa? Você quer um resumo da sua personalidade? Ou devo falar sobre o que eu acho disso tudo? — Benjamin ficou pensativo, não tendo muito o que dizer, afinal, não o conhecia muito bem.

— Não sei, apenas diga. — Daen se sentou animado esperando uma coisa boa, mas Benjamin desviou completamente o assunto da conversa.

— Certa vez, li um livro que tinha no centro a palavra "Pactos". Mal sabia qual era o contexto, mas foi um choque... Uma vez li que em Paris havia convenções sobre isso e que era algo muito comum. Em uma das páginas, li sobre sereias... Apesar de toda a misticidade e beleza...

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