* O texto que deu origem a uma grande história, que costumava ser apenas um texto curto feito para o Halloween do ano passado, mas que essa lesada só postou esse ano porque queria terminar a história primeiro.
Tudo isso começou quando eu estava voltando de uma festa, já que o idiota do meu amigo que ia me dar carona foi embora sem mim. O lugar da festa era muito longe da minha casa. Eu não sabia onde tinha um ponto de ônibus. E pra variar, sem sinal de celular. Só me restou uma alternativa: ir à pé. É estranho relembrar isso, porque eu nunca imaginaria que minha vida nunca mais seria a mesma depois de conhecer Félix.
Eu ainda não sabia, mas aquele trem e aquele jovem cheio de energia mudariam a minha vida para sempre.
A noite era fria e escura pois havia poucos postes naquela parte da cidade. As estrelas cintilavam e a lua cheia enfeitava o céu. Com meu moletom azul e com apenas uma mão no bolso( o outro tinha meu celular), eu caminhava devagar por aquela rua . Tirei meu celular do bolso para ver a hora. Eram duas da manhã. Eu já não me importava em que hora eu chegaria em casa. A poucos metros de mim, havia trilhos de trem. Comecei a andar lentamente ao lado deles, afinal eu não tinha nada para fazer.
Escutei um som agudo. Era o apito de um trem. E estava bem perto.
Continuei andando despreocupada.
Estranhamente o trem parou perto de mim, ao meu lado.
O trem era uma Maria fumaça e tinha várias janelas iluminadas cheias de pessoas. Achei isso muito estranho, pois os trens do metrô são os únicos que carregam pessoas hoje em dia.
A porta se abriu, e um rapaz saiu dali. Ele parecia ser mais novo que eu, devia ter uns 18 anos. Era mais baixo, porém como ele era bem magro, com os braços e pernas finos, ele parecia ser mais alto, como se estivesse "esticado". Um cabelo tingido de roxo escuro, curto e bagunçado cobria sua cabeça. Tinha olhos bem amarelos(espera um pouco, eu disse olhos amarelos?) e um sorriso de orelha a orelha no rosto. Vestia uma camisa de manga longa roxa escura com botões amarelos e um quepe igualmente roxo com uma listra amarela.
O jovem de roupas púrpuras saiu do trem e disse de forma curiosa e simpática:
— Olá! O que alguém como você faz por aqui?
— Não te interessa. — minha resposta foi ríspida e fria — Eu estou cuidando da minha vida. Acho que você deveria fazer o mesmo.
— Uau! Eu mal disse nada e você já me respondeu dessa forma! — ele exclamou, admirado
— Bom, se quer mesmo saber, estou indo pra casa. Ela é bem longe daqui. — eu disse, não querendo me alongar no assunto.
— Ah, ainda bem. Você estava perto demais dos trilhos! Poderia ter acontecido algum acidente!
Até parece que eu ia ficar ali ouvindo um pivete me dar um sermão. Como se eu não soubesse me cuidar sozinha.
Comecei a caminhar mais rápido, ignorando-o. Eu não estava interessada em conversar com um desconhecido, ainda mais a essa hora da noite.
— Ei, aonde você vai? — Ele gritou, tentando chamar minha atenção.
— Eu tô indo pra casa! — eu repeti sem nem olhar pra ele.
— Eu posso te levar pra casa! — ofereceu Félix — É só subir! No caminho eu posso passar na sua casa! Qual o seu endereço?
Como eu estava sem muita opção, eu aceitei. Ele parecia ser uma pessoa boa, e que mal aquele adolescente alegre e pateta poderia me fazer? Não parecia uma má ideia ir com ele. E mesmo se alguma coisa acontecesse, um simples soco já faria aquela pilha de ossos desabar.
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O Trem Da Noite
Paranormal(+14 por conter sangue, mortes, palavrões, menção de suicídio e abuso animal.) Ela é uma mulher pessimista, ele, um homem bobo e imaturo que sempre anda com um sorriso no rosto. Uma mulher sarcástica, um jovem alegre e bobo que na verdade trabalha p...