𝑆𝑐𝑜𝑡𝑡 𝑀𝑐𝐶𝑎𝑙𝑙.
𝗘𝗡𝗧𝗥𝗘𝗜 𝗡𝗔 𝗘𝗦𝗖𝗢𝗟𝗔 𝗔𝗖𝗢𝗠𝗣𝗔𝗡𝗛𝗔𝗗𝗢 𝗗𝗘 𝗦𝗧𝗜𝗟𝗘𝗦. Meu amigo tocava em meu ombro, meio que na intenção de me conduzir até a sala de aula.
Foi aí que um cheiro extremamente forte preencheu o meu olfato aguçado. Uma sensação de leveza tomava conta do meu corpo toda vez que eu inalava o ar ao redor.
Era reconfortante e agradável, confesso.
Conforme eu dava passos pra frente, mais o aroma parecia estar próximo da minha pessoa, e uma curiosidade avassaladora me fez querer descobrir quem era o dono (a) daquele perfume.
E como alguém podia cheirar tão bem.
Acabei sendo arrastado para dentro da classe e me sentei em uma carteira no meio da turma. Stiles iniciou uma conversa com Lydia, que quase não prestava atenção nas palavras do Stilinski. O professor de matemática entrou, e rapidamente todos fizeram silêncio.
━ Alunos, essa é Laya Skawinski, ela irá passar o resto do semestre conosco. ━ O pedagogo apontou para a moça, que estava de pé, segurando alguns livros em seus braços.
Me prendi nos olhos castanhos dela, que ficaram marcados em minha mente, como quando alguém pisa sem querer num cimento fresco e deixa uma pegada marcada por toda a eternidade. Ou até que alguém destrua. As suas íris cor de avelã era contornada por cílios grandes e claros mais delicados que eu já vi em toda minha vida. Refletiam partículas fortes de raios solares que escapavam pelas nuvens. Aquele par de olhos brilhavam e contavam histórias, continham em si tanta pureza e magia, que me fez desejar encará-los por horas, dias, anos... sem me cansar.
Pude perceber que a garota era extremamente linda.
Desde as sombrancelhas feitas e grossas, a boca naturalmente rosada, o nariz fino, até o formato de seu rosto, aparentado ser moldado por deuses.
No momento em que a mesma direcionou seu olhar ao encontro do meu, jurei que qualquer um que estivesse perto o suficiente seria capaz de escutar meu coração imitar o som de um galope.
Estava tão rápido e tão frenético.
E então, após a apresentação terminar, a Skawinski andou para uma mesa vaga, que consequentemente era ao lado da minha. Bati os dedos, nervoso. Não notei quando minha caneta vermelha caiu no chão, porém logo me abaixei para pegá-la. Somente nesse acontecimento que descobri á quem o cheiro de lavanda e margaridas pertencia.
Vinha diretamente da Laya.
Essa última inclinou-se para o chão e de uma forma totalmente veloz, apalpou minha caneta, e em seguida me devolveu.
━ V-valeu. ━ Agradeci sem jeito. ━ Sou um desengonçado mesmo.
Sussurrei a última frase e me virei pra frente, na esperança de que obviamente a do meu lado não escutasse. Mas ela escutou e sorriu.
Não foi um sorriso do tipo educado, do tipo que você se obriga a sorrir porque o assunto morreu ou porque você quer parecer gentil.
Ela simplesmente esticou os lábios e exibiu seus dentes perfeitos e brancos e dessa vez o meu coração frágil parou de bater por um mísero segundo. As bochechas da alourada ganharam uma tonalidade rosa e se encheram, e ela tinha esse brilho tão mágico que radiava o espaço e eu não conseguia compreender.
Laya sorriu, e eu sabia que aquela seria minha ruína. Eu sabia que eu estava ferrado, porque eu estava me apaixonando por alguém que eu mal conhecia direito.
Soando egoísta e não me arrependendo disso, eu queria só ser o motivo dos seus risos e só saber qual o som de sua risada e a forma do seu abraço.
Laya sorriu e eu quase chorei naquele momento.
Porque eu estive procurando por aquele sorriso o tempo inteiro e eu nem ao menos sabia.
Notei que me apaixonar por Laya Skawinski fora super fácil e repetitivo, da mesma maneira que se é atingido por uma bala de fogo, da mesma maneira que se é empurrado de um edifício, da mesma maneira que se leva um soco no rosto.
Não é difícil, é repetitivo e ao mesmo tempo... fatal.
665.
By anajulia2346.