3-ᗞᕮᑭOIS ᗞᗩ TᕮᗰᑭᕮSTᗩᗞᕮ ᐯᕮᗰ O ᐯᕮᘉᗞᗩᐯᗩᒪ

10 4 0
                                    

Após a tempestade passar,ficamos  em silêncio por todo o percurso de volta para casa .Ao chegar no Porto, eu e Alex fomos os primeiros a sair da embarcação.Subimos a rua até chegar em casa com nosso pai atrás sem dizer uma única palavra,seu rosto estava todo ferido .Quando chegamos na porta passo por ela,quando Alex vai entrar meu pai fica na frente dela o interrompendo.

-Quero que você vai embora da minha casa, hoje.—Eles ficam se entreolhando em silêncio de frente um para o outro.

-Não , pai. Não faz isso, por favor.—Sou tomada pelo desespero,não conseguia conter as lágrimas.

-Está tudo bem,Triny.—Ele tenta me olhar para me reconfortar mas não conseguia parar de chorar.Depois do tumulto minha mãe aparece na porta.

-Oque está acontecendo aqui?—So escutava meus soluços .

-Oque aconteceu com seu rosto?.—Fala ao se aproximar do meu pai pegando seu rosto para olhá-lo.

-Pergunta para esse moleque.—Empurra Alex para trás o fazendo perder o equilíbrio mas ele se mantém de pé cabisbaixo.

-Joshua.—Altera o tom de voz  pegando o braço do meu pai para o impedir de fazer algo.

-Para mãe, não adianta acordar agora e perceber que sua família é um completo fracasso .—Alex olha para cima a encarando,ela se aproxima e bate em seu rosto o fazendo virar para o lado, ele segura onde ela bateu e começa a rir, enquanto lágrimas saiam dos seus olhos.Coloco as duas mãos na boca assustada.

-Oque? Estou mentindo? Você nunca deu  a mínima para gente.Quer saber, nenhum de vocês, hoje seu marido perfeito quase deixou sua filha morrer, a troco de que ? quer dizer ,só não morreu porque eu a salvei se não ele iria voltar para casa com os peixes e sua fortuna .—Grita gesticulando.—Acrescenta:-Estou cansado de vocês dois, porra, estou cansado dessa cidade, vocês não sabem quantas vezes desejei que vocês morressem.Quantas vezes pedi a Deus para tirar essa dor.Eu odeio vocês, odeio essa casa, odeio esse lugar.

-Te dei tudo,seu ingrato .—Meu pai avança mas minha mãe  o segura novamente.

-Específica esse tudo, por favor.Quero muito saber, porque de você escutei minha vida inteira que nunca seria bom  o suficiente para nada.—Suas falas eram irônicas, carregada de dor.

-Você não é mais bem vindo na minha casa,nem ouse me chamar de pai novamente.—Joshua aponta para ele e minha mãe não diz nada, apenas confirma com a cabeça concordando com tudo.

-Na verdade você nunca foi.—Alex olha para mim com seu olhar penetrante como se estivesse dizendo adeus,passo por baixo dos braços do meu pai e corro para os braços de Alex, o mesmo me acolhe.

-Por favor, não me deixa aqui.—Falo baixinho com a voz embarcada de choro.Meu pai segura meu braço e começa a me puxar para dentro mas Alex me firma.

-Se você machucar ela, vou quebrar sua cara de novo.—Meu pai se recolhe me soltando, Alex o olha por cima o encarando.Eu O abraço com todas as minhas forças em prantos,não queria soltá-lo.

-Ei, está tudo bem, eu vou ficar bem.—Me afasta levantando meu rosto para olhá-lo.

-Lembra oque escrevemos naquela árvore perto da praia?.Confirmo que sim com a cabeça, enquanto as lágrimas saiam de nossos olhos.

-Que para sempre estaríamos juntos.—Ele repete juntamente comigo.

-Se não for fisicamente, será aqui.—Coloca sua mão sobre o meu coração,depósito minhas mãos por cima da sua. Sabia que sua maior dor era me ver naquele estado.

-Raposa, eu volto para te buscar.

-Você promete?.—Meu corpo tremia inteiro.—Antes dele  confirmar  meus pais o interrompe gritando que ele nunca iria me levar para viver uma vida como um vagabundo,ignoramos eles atrás de nós.

-Olha, estava guardando esse colar para o seu aniversário, não queria me despedir antes de entregar ele, sei que ainda não chegou o dia mais está próximo, é para você não se esquecer de mim.— Nesse dia não conseguia entender  a ambiguidade dessa despedida, se iríamos nos encontrar porque ele entregaria o presente antes, tive os sinais e não consegui os identificar, só quando foi tarde demais.Ele me vira tirando o colar do bolso, passa sobre o meu pescoço, o toco para ver, eram duas raposas juntas descansando no pé de uma árvore, éramos nós dois no lugar onde fizemos nossa promessa.

-Eles são lindos.—Não conseguia sorrir, apenas chorar, ele sabia que gostei mesmo devido a circunstâncias que nos encontrávamos.

-Fico feliz, raposa.Você sabe que te amo, não sabe?.

-Eu também te amo, raposa two.—Começamos a rir enquanto chorávamos.

-Tudo bem, agora vai para dentro.Se não, não consigo ir embora. —Dou mais um abraço apertado nele e o solto.Caminho até a porta e paro olhando para trás, ele faz o mesmo e volta a prosseguir seu caminho, ali meu coração é partido ao meio.Uma parte de mim foi  embora e não fiz nada para impedir, e naquele momento parte de mim sabia que essa seria a última vez que o veria .

Subo para meu quarto correndo e bato a porta a trancando,meus pais gritavam ao fundo um com o outro.Coloco meus fone de ouvido o mais alto possível mas não conseguia concentrar em nenhuma música,minhas lágrimas molharam todo o meu travesseiro aquela noite, fiquei deitada sobre a cama olhando o teto que observávamos pela manhã, era completo dos nossos desenhos quando crianças, a saudade só apertava,passaram uma hora, duas horas , 3 horas mas a inquietude me dominava, meu coração não estava em paz, até recebermos de madrugada uma ligação que mudou toda a minha vida.

Eʟᴇ ᴛᴇ ᴛʀᴏᴜxᴇ ᴘᴀʀᴀ ᴍɪᴍWhere stories live. Discover now