Capítulo 15

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— Senhora Uzumaki? É a sua senhora? — A voz pareceu ecoar tão fundo na sua mente enquanto cavalgavam até lá.

— Ela não é a minha senhora... veio com as terras — havia um tom profundo e ligeiramente frustrado ao responder ao amigo.

Certamente, sua raiva ou frustração, ou o que quer que fosse aquele sentimento, aumentou tanto diante do eminente e inevitável encontro de Kiba com Hinata.

Apresentações?

— Senhora, devo expressar a minha surpresa. Uma viúva em tão tenra idade e... respeitosamente, muito bonita. E como se não bastasse, ajuda vacas a parir? — ele olhou para o coronel que encarava a situação com um certo... cuidado. — Naruto, por que não me convidou antes?

Ele rosnou, quando a notou corar diante de galanteios tão piegas e direto de seu amigo de faculdade.

— Senhor Inuzuka, peço que evite certos lisonjeios em respeito a mim. — Ela olhou tão rapidamente em direção a olhos safiras que pareciam brilhar ainda mais com a luz do sol.

Naruto sentiu naquelas miseras frações de segundos o coração triunfante por alguma razão. Como se um estalo em sua mente, arrependeu-se de minutos antes não ter dito tão claramente para o amigo visitante que sim, ela era sua... embora parecesse que não em um papel, ou muito menos diante de Deus, mas havia algo muito mais forte que o fazer sentir assim. Era vergonhoso, ele assumia e aceitava a posição que se encontravam. Além da posição de certa promiscuidade em claro pecado contra as normas religiosas, havia também o pior deles: o luto.

Ora veja, Hinata, ainda que jovem, que sem filhos, carecia de resguardar-se em memória de um maldito defunto. O quão mal vistos e descriminados seriam diante da sociedade? Certamente se ele ainda a propusesse, como uma vez pensou no auge do seu desespero pela honra quando se deu o ato pela primeira vez, e talvez movido por uma certa ingenuidade, eles não teriam a benção sacerdotal, e de todo modo, a honra já estaria lastimada com tudo que poderiam dizer a respeito de uma viúva que mal enterrou o marido e afogueou-se.

Naruto sentiu-se profundamente satisfeito com a escapatória da mulher, embora quisesse ver ali a megera, não a afável. Não, não. Na mente dele, só para ele deveria haver toda aquela amabilidade, preferencialmente a sós, entre quatro paredes.

Kiba sorriu ainda mais mostrando seus caninos tão marcantes depois daquela resposta.

— Certamente, lady Uzumaki, certamente...

Não, Naruto não estava gostando mais tanto assim da presença do amigo ali. E certamente o que veio depois apenas reforçou seus pensamentos de tal modo que quase fritavam sua cabeça. Era como se ele assistisse algo acontecendo da qual estava de fora, achando nojento e em câmera lenta.

Havia raiva, gosma e sangue e... e aquela coisa que pulsava nele o fazendo querer esganar Kiba.

" — sua mão é pequena e muito eficiente, lady"

" — tem mãos firmes e habilidosas, senhor Inuzuka! Estou impressionada!

o riso eufórico e aqueles sons deles tão perto, mas separados apenas pelo útero de uma vaca, enquanto Naruto podia jurar que rasgaria o tecido do seu chapéu.

— O coronel quer aproveitar para...

— Eu não vou sair daqui, Iruka!

— Uau, sua técnica é impecável, lady. Firme como o meu professor e olha que a senhora aprendeu isso sozinha. — ela estava corada demais para o gosto do Uzumaki — eu havia feito uma tração manual assim apenas na faculdade, isso é muito emocionante!

A viúva do coronelOnde histórias criam vida. Descubra agora