Eu estava de volta à minha cidade natal. Depois de tantos anos, finalmente voltar era o maior presente que meus pais poderiam ter me dado.
Saí da cidade de Lyon por conta do emprego dos meus pais, mas agora, seis anos depois, tínhamos todos voltado. Não foi nada fácil me despedir dos poucos amigos que eu tinha, principalmente dele.
Nathaniel era meu crush desde os sete anos de idade, e ter que ir embora aos dez não foi nada fácil.
Não nos falávamos muito, na época. Ele era bem tímido, e pelo que Ambre me dizia, ele continuava assim.Ninguém sabia que eu estava de volta a Lyon, nem mesmo Ambre. Acabei por decidir fazer uma surpresinha.
Ouvi o grito de mamãe dizendo para eu não me atrasar, antes de ouvir a porta bater. Mamãe e papai trabalhavam na mesma empresa, ambos com cargos bem interessantes.
Saí do banho, vesti uma roupa básica mas não tão básica a ponto de não receber boas checadas, fiz uma maquiagem simples arrumei meus cabelos com as mãos mesmo e peguei minha mochila.
Fui andando pra escola e percebi que a cidade continuava igual, o que de fato, era bom.
Não via a hora de ver Nathaniel, queria tanto ver a cara dele ao ver quem me tornei. Não que eu fosse feia antes, mas tinha apenas dez anos, não me preocupava com minha aparência. Fora que eu era muito magra e agora meu corpo estava um espetáculo que eu queria que ele apreciasse.
– É, Sweet Amoris, eu estou de volta! — falei assim que vi a grande estrutura do colégio.
Entrei no mesmo, fui andando pelos corredores e, distraída, acabei esbarrando em alguém.
– Olha por onde anda, novata! — falou uma garota loira acompanhada de mais du...
Espera!
– Ambre? — perguntei e a mesma me analisou com os olhos cerrados, logo arregalando os mesmos.
– Oh, meu deus! Maggie! — disse pulando em cima de mim e quase nos fazendo cair no chão. — Você está tão gostosa, garota! O que deram pra você em Paris?
– Para de gritar, maluca! — falei ao perceber que todos nos olhavam. — Está todo mundo olhando.
– Como se eu ligasse pra esse bando de fofoqueiro. — a loira murmurou enquanto se ajeitava. — Bem, essas são Li e Charlotte. Meninas, essa é Maggie.
– Olá. — sorri e elas retribuíram.
– Meninas, podem ir indo para a sala, vou levar a Maggie à diretoria. — Ambre disse me puxando.
– Então, como vão as coisas por aqui? E Nathaniel? — perguntei curiosa.
– Ah, você nem sabe. Nathaniel virou o representante da turma e várias garotas dão mole pra ele — revirou os olhos enquanto fazia falsas expressões de enjoo — Até porque, meu irmão não é lá de se jogar fora, mas ele continua meio tímido e está namorando agora.
– Namorando? Quem? — perguntei rindo.
Não, essa notícia não incomodou. Não é porque eu meio que gosto dele que vou ficar triste. Eu poderia acabar com alguns namoros, se eu quisesse. E eu sentia que o de Nath estava incluso nisso, já que sempre houve uma leve tensão entre nós.
– Uma nerdzinha sem graça aí. — falou ela — Acho que se chama Clarisse.
– Ah, certo. Mas e aí, ele está muito gostoso? — perguntei me referindo ao Nath.
– Não pergunte isso a mim, ele é meu irmão! — fez uma careta e rimos. — É aqui, vem.
Ambre me puxou pela mão e bateu na porta antes de abri-la.
– O que deseja Ambre? — perguntou a diretora concentrada nas papeladas.
– Diretora, olha só quem está de volta! — Ambre disse animada apontando pra mim, fazendo a diretora tirar os olhos da papelada para, enfim, ver quem veio perturba-la.
– Oh, Maggiezinha, querida! — a diretora disse sorridente vindo até mim me abraçando.
– Srta. Shermansky! Quanto tempo. — a abracei de volta.
– Que bom que está de volta minha querida, quem sabe agora você coloque um pouco de juízo na cabeça da Ambre. Ela está bem levadinha!
– Eu??? Que isso, diretora! — Ambre forçou uma expressão de inconformada.
– Muito sonsa você em, Ambre. Pode deixar que eu cuido dela, diretora. — falei rindo e elas me acompanharam.
– Bom, não quero ser chata com vocês, mas é melhor irem pra sala pois a aula começa em três minutos.
– Ok, estamos indo, tenha um ótimo dia. — Ambre disse e saímos da diretoria.
Ao contrário do que os outros pensam, Srta. Shermansky não é tão ranzinza assim. Pelo menos não comigo e com Ambre, nós sempre recebemos um tratamento especial dela e não me pergunte o porquê.
— Nathaniel! — Ambre gritou para um garoto loiro que estava de mãos dadas com uma garota.
Espera aí! Ela disse Nathaniel?
– O que houve, Ambre? — perguntou vindo até nós ainda de mais dadas com a garota, que por sinal era bem sem graça.
Essa era a tal Clarisse? Seria ser mais fácil ter Nathaniel pra mim do que eu pensava.
– Olha quem está de volta pra nós! — disse me empurrando pra frente do mesmo.
O mesmo me analisou por completo meio duvidoso e olhou pra Ambre com cara quem não estava entendo nada. Qual é, eu nem mudei tanto assim!
– Não é possível que você não lembre de mim, Nath. — o chamei pelo seu apelido de infância fazendo o mesmo me olhar de olhos arregalados.
– M-Maggie? — perguntou e eu assenti sorrindo. — Uau! Você... cresceu — coçou discretamente a nuca, ainda me olhando com surpresa e dúvida.
– É... você também... — disse o analisando e acho que foi possível notar a malícia em minha voz, pois ele ficou vermelho, Ambre soltou uma risadinha e a menina ao seu lado deu uma tosse falsa.
— Ahm, Maggie, essa é a minha namorada, Clarissa. — falou e a menina sorriu falsamente.
— Olá, querida. — falei dando dois beijinhos nela — Foi muito bom revê-lo, Nath. — o abracei colando bem nossos corpos fazendo o mesmo ficar tenso — Até mais. — falei e saí andando com Ambre.
Dei uma olhadinha pra trás e Nathaniel me olhava com cara de paisagem enquanto sua namorada o olhava com reprovação.
– Você é ótima! — falou Ambre gargalhando enquanto íamos pra sala de aula.
– Por isso nos damos tão bem. — a olhei sorrindo.
Não importa o que eu faça, nem o que eu diga
Sempre preciso estar contigo
Baby, eu voltei
Eu gosto disso, não posso fingir
Não posso me confrontar por você de novo
Eu voltei, baby, voltei de novo pra você.
—I'm back, Rihanna.
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O Irmão da Minha Melhor Amiga | Nathaniel
RomanceMaggie estava de volta a sua cidade natal e tinha apenas um objetivo: ter o seu crush de infância para si. Ela queria o doce e gentil Nathaniel, e, fosse cedo ou tarde, de um jeito ou de outro, ela sempre conseguia o que queria.