Apesar de estar me sentindo completamente eufórica, não posso deixar de ver o quanto estou com medo.
Aquela discussão, mesmo após seis anos, ainda me causa tantos sentimentos ruins... Nunca quis discutir com ele. Nem sequer levantar o tom de voz, já que sempre o respeitei.
Meu pai...
Um coronel aposentado que sempre quis as coisas ao seu modo e também o meu futuro do seu jeito. E ter ingressado nos Marines não foi por um ato de rebeldia pelo regime duro com que nos trazia sempre ali, na rédea curta, e sim porque era o que eu queria.
Psicologicamente, podem dizer que eu só queria ser o filho homem que ele nunca teve.
Pois é... duas mulheres que pareciam ser tratadas dentro de uma bolha inquebrável. Que nunca estouraria porque Priston Clark não só comandava seus homens com pulso de ferro, mas também sua casa e suas meninas, como bem achava que seria melhor.
Sei que um pai só quer o bem dos filhos, mas impor não é amar.
E o Coronel Clark não gostava de ser contrariado, ainda mais após retornar da guerra no Iraque e no Afeganistão. Tanto que não estava acostumada a tê-lo sempre por perto, mas quando voltou e se aposentou, ficando sem seu batalhão, parece que achava que eu e Sophia tínhamos que fazer o papel dos seus oficiais.
Quando pequenas não era assim. Ele nos levava para passeios e foi ali que me apaixonei e quis pilotar um dos seus caças, mas tinha certeza de que se soubesse que sua primogênita tinha se alistado para uma das bases dos seus amigos, certamente teria sido rejeitada. Por isso agi em segredo.
Sim... ele ainda mantinha contato com os amigos que poderiam anular qualquer inscrição minha sem qualquer motivo para tal.
Então, quando a carta chegou, com instruções para me apresentar, não tive escolha a não ser contar toda a verdade: que havia rejeitado Yale como ele queria e escolhido ir para os Marines.
Os seus gritos arbitrários ainda ecoam nos meus ouvidos como tiros de canhões.
Como o informei para onde estava indo, na noite que antecedia minha ida ele não teve muitas opções e usou a mais dolorosa delas ao deixar claro que se algo não desse certo era para eu não ligar para casa, que se essa foi a minha escolha então que eu honrasse com o que queria.
E honrei; não liguei e não voltei nem depois de tudo que aconteceu.
Ele nunca levantou uma mão sequer para nos corrigir, mas seu olhar duro e suas palavras mortais eram muito piores do que uma surra. Porém, o que meu pai não esperava era que eu seria como ele: orgulhosa e obstinada. Que não estava me importando em perder tudo que ele nos proporcionava.
Lembro-me das lágrimas silenciosas que escorriam dos olhos de minha mãe quando saí de casa com a mesma mochila que carrego para todos os lados comigo. Não nos abraçamos, encarei todas as duras palavras que ele me disse com coragem.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A incontrolável atração do Tenente - Militares apaixonados 1
RomanceEla é a filha do seu inimigo Ele é mais velho 11 anos Ele é seu superior Ela é praticamente sua aluna Eles são inimigos que se tornam amantes Tenente Jackson Owen, mais conhecido como Jack. Aos seus 35 anos está voltando à ativa após ter voltado da...