Capítulo 31

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Heitor

Acordo e percebo que Maitê ainda está dormindo, pela primeira vez consigo ver sua expressão tranquila e relaxada deitada ao meu lado.

Me levanto sem fazer barulho e pego meu telefone para conferir a hora.

São 6h40, vejo algumas ligações de Pietro e imediatamente retorno saindo do quarto para não acordar Maitê.

LIGAÇÃO ON

- Achamos ele. - era tudo o que eu queria ouvir.

- Me passe o endereço. - peço.

- Heitor... seu irmão não está bem. - o corto.

- Agora Gonçalves, o endereço. - ordeno e desligo a chamada.

LIGAÇÃO OFF

Ligo para minha sogra e peço que ela venha ficar com a Maitê enquanto resolvo alguns problemas. Ela chega por volta das 7h30 e então eu finalmente saio seguindo o endereço que Pietro me passou.

Pedi apenas para que observassem ele de longe mas que não entrassem na casa, o local está abandonado, árvores e plantas mal cortadas estão ao seu redor.

A neblina e o tempo chuvoso deixam o ar ainda mais pesado.

Observo de longe os homem posicionados pronto para invadir a casa mas eu apenas aceno que não com a cabeça, indico com a mão chamando os dois da lateral.

Os dois homens armados passam por mim e arrombam a porta. Adentrando na sala há uma bagunça de roupas e o cheiro de mofo invade meu nariz.

Ando em direção aos outros cômodos mas não encontro nada. Subo para o segundo andar e ouço burburinhos na primeira porta.

Está apenas encostada e quando abro não consigo acreditar no que vejo.

Os olhos assustados de Lavínia de encaram, ela está sentada ao lado do meu irmão. Ele usa um óculos preto e movimenta a cabeça em direção ao barulho.

No chão há alguns panos com sangue e malas de roupas.

- Meu lindinho, não é nada disso que você está pensando... - a loira vem em minha direção e eu apenas me esquivo dela.

- Levem ela daqui. - falo com os homens atrás de mim.

- Se encostarem eu mim eu chamo a polícia. - só consigo ouvir seus gritos enquanto e levada ao andar de baixo.

Estamos a sós, somente eu e ele. É minha chance de acabar com essa merda.

- Pelo que aquela vadia burra falou, acho que é você, não é irmão? - ele pergunta ainda deitado na cama. - Aquele filho da puta me deixou cego.

Cego? Porra...

Por um mísero segundo sinto um arrependimento mas logo passa quando a imagem da minha mulher chorando aos prantos na cama me vem a cabeça.

Pego a faca em meu bolso e vou em direção ao seu rosto, faço movimentos bruscos mas nenhum deles o afeta e ele não reseta diante da minha ameaça.

- Nunca pensei que fossemos terminar assim... - digo olhando seu corpo estirado no colchão sujo - Você acabou com a nossa família Hugo.

Balanço a cabeça observando a vida miserável que ele levou.

- Pretendia acabar com a sua mas nem sempre dá pra dançar conforme a música não é mesmo? - ele me provoca.

- Seu desgraçado... - vou em sua direção e seguro pelo colarinho da blusa pronto para acabar com ele.

- Faça irmão, me mate porra. - ele cospe as palavras na minha cara - Prefiro estar morto do que cego. Conclua sua vingança.

Ele ameaçou matar minha filha e minha mulher, a morte não seria suficiente pra ele.

Era o que ele queria mas eu não daria isso. Ele viveria pior.

- Sabe o como foi bom entrar na sua casa e ver sua putinha dormindo no sofá... Eu poderia ter fodido ela ali mesmo - sua provocações começam a mexer ainda mais comigo.

Me controlo e penso na minha família. Nos meus pais e em tudo o que ele causou.

- Eu sei que você quer fazer isso... - ele pausa - Me mata logo porra! - o solto na cama e começo a andar em círculos pelo quarto.

Pego meu telefone e mando uma mensagem para Pietro voltando minha atenção para meu gêmeo.

- Não vou me tornar um assassino como você Hugo. - paro em frente a porta - Você merece viver com essa culpa.

Saio da casa vendo os homens entrando e levando meu irmão algemado. Dessa vez ele pagaria pelo que fez e pelo que tentou fazer com a minha família.

Descobrir que Lavínia estava envolvida com ele me deixou enojado.

Até onde eles iriam se não tivéssemos impedido?

O que aconteceria se Marco não entrasse no quarto?

E se seus socos não tivessem sido suficiente para cega-lo?

Qual seria o próximo passo dele?

Dirijo para casa pensando que tudo finalmente acabou. Dessa vez ele não iria mais voltar.

Passando pelo centro da cidade as lojas estão começando a abrir e passo em frente a uma joalheria.

Um anel em específico me chama atenção no cartaz grande.

Quando dou por mim estou com a sacola, o anel brilhante que julguei ser do tamanho perfeito da minha garota está em minhas mãos pronto para ser entregue.

Ou melhor...

Pronto para ser usado em um pedido de casamento.

Quero recomeçar e esquecer o passado agora mais do que nunca.

E nada como um casamento para iniciar esse novo ciclo.

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Capítulo mais curtinho só pra avisar que vai ter casamento 🥺

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Flame - CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora