Capítulo XXXI

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Ryan

30 Outubro de 2007, Boston

Por que é que as mulheres têm tantas roupas? — Pergunto ao vê-la trazer a quinta caixa industrial de roupa.

Já se passaram dois dias desde que iniciamos a mudança para a nova casa que adquirimos de um estrangeiro ansioso por se livrar dela o mais rapidamente possível, justificando o preço tão favorável. É perfeita para as nossas necessidades e para a nossa carteira. Não é excessivamente grande nem extravagante, mas tem o espaço suficiente para que Clara e eu possamos começar a nossa vida juntos. Ainda temos muito trabalho pela frente, com a cozinha a precisar de reforma, janelas a serem substituídas por outras mais isolantes e o quintal necessitando de uma limpeza profunda.

— Os homens é que têm poucas roupas. — Ela aproxima-se e beija-me suavemente.

A pele dela está ruborizada e ligeiramente suada. Ambos estamos exaustos com a mudança, mas estar aqui com ela é maravilhoso. Desde o início, tinha receios de que estivéssemos avançando rápido demais. Nunca havia tido um relacionamento sério com alguém que quisesse compartilhar o seu futuro comigo.

No entanto, com Clara, por alguma razão, tudo parece mais simples. Quando a vejo cansada dessa forma, mas com os olhos cintilando enquanto observa a divisão, imaginando onde cada decoração ficaria, tenho certeza de que estamos tomando a decisão certa. Embora não tivesse muitas dúvidas antes, uma vez que nos conhecemos bem o suficiente e confiamos um no outro, existia sempre aquele receio. Clara é surpreendida por meu olhar fixo nela, e um sorriso brota nos meus lábios.

— Por que estás parado aí? Temos tanto para fazer.

— Admirava a minha namorada. — Ela cora e encolhe-se como um pequeno coelhinho.

Por falar em coelhinho, a Amber ficou encarregada de cuidar do coelho do James até terminarmos a mudança. Ela estava tão ansiosa. Espero que ele não volte vinte quilos mais gordo. Clara a mataria.

— O meu namorado também não é nada mau. — Ela caminha até mim, ficando nas pontas dos pés para me beijar novamente. Retribuo o beijo, e só nos afastamos quando ficamos sem fôlego. — Ele só precisa de um bom banho. — Ela brinca, tapando o nariz com os dedos. Então, eu pego-a e a coloco no meu ombro, levando-a em direção à casa de banho. Os espaçosos corredores da casa ecoam com a sua risada alta. — Ryan, o camião da mudança vai chegar daqui a meia hora.

— É tempo suficiente. — Ela continua a se contorcer, batendo levemente nas minhas costas e rindo ainda mais alto.

A água cai suavemente sobre os nossos corpos, despertando sensações intensas. Com um sorriso tímido no rosto, ela se aproxima de mim, envolvendo as suas pernas ao redor da minha cintura. Acaricio as suas coxas delicadamente, aproximando-me ainda mais, sem deixar espaço entre nós, soltando um gemido suave. Por um momento, contemplo a beleza da mulher diante de mim. Os seus dedos deslizam suavemente pelos meus lábios, enquanto os seus olhos âmbar se fixam nos meus. As pupilas dilatadas revelam o desejo mútuo que nos consome. Mesmo suada, a sua pele exala um aroma doce e irresistível. Com prazer, absorvo as gotas de água que escorrem pelo seu pescoço.

 Com prazer, absorvo as gotas de água que escorrem pelo seu pescoço

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