Cinco

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Algumas semanas se passaram desde aquela noite em que Minho compartilhou uma refeição com Jisung. O que começou como um encontro improvável se transformou em um relacionamento que florescia lentamente. Agora, era parte do cotidiano de Minho ir até o dormitório de Jisung para dar aulas de violão e passar algum tempo juntos.

A cada encontro, Minho percebia que sua amizade com Jisung estava crescendo de maneira inesperada e profunda. Eles conversavam sobre livros, música, sonhos e, às vezes, até sobre coisas mais pessoais. Minho percebia que Jisung não apenas o entendia, mas também o incentivava a explorar novas perspectivas e a abrir-se para experiências que ele nunca imaginaria considerar antes.

Minho estava surpreso ao descobrir o quanto ele gostava da companhia de Jisung. As risadas e os sorrisos se tornaram parte integrante de seus encontros, e ele encontrou conforto na sensação de pertencer a algo maior do que ele mesmo. A solidão que costumava pesar em seu peito parecia cada vez mais distante.

Em uma tarde ensolarada, Minho chega à casa de Jisung, carregando seu violão. Dori, o gatinho, corre para cumprimentá-lo com entusiasmo, uma cena que sempre o faz sorrir. Jisung o recebe com um sorriso caloroso e um aceno.

— Minho, você está aqui! Como foi o seu dia?- Jisung questiona animado.

Minho dá de ombros, e evita um pouco os olhos do Han . — Foi... normal. Mas estou ansioso para dar aulas de violão hoje.- finalmente o olha.

Jisung ri suavemente. — Eu também estou ansioso para aprender mais uma vez. Mas primeiro vou tomar um banho, está bem?

Minho concorda com um aceno e observa Jisung se afastar para o banheiro. Enquanto aguarda, ele começa a explorar discretamente o quarto de Jisung. Seu olhar pousa em algumas figuras de anime e outros objetos pessoais que o fazem sorrir. A decoração é uma extensão do lado divertido e único de Jisung, algo que Minho sempre apreciou.

No entanto, sua curiosidade o leva a abrir uma gaveta. Ele olha para as seringas, injeções e frascos de medicamentos ali presentes. A realidade começa a se desenrolar diante dele, um fato inegável que ele não pode mais ignorar. Jisung está lutando contra algo muito sério, algo que Minho temia desde o momento em que Jisung o contou, naquela cafeteria.

O quarto silencioso parece mais pesado agora, as emoções de Minho em turbilhão. A tristeza, a impotência e a dor se misturam enquanto ele encara a evidência da situação de Jisung.

Os minutos passam enquanto Minho se senta na beira da cama, perdido em seus pensamentos. Ele ouve a água do chuveiro parar, e a realidade do que ele descobriu parece mais pesada a cada segundo que se aproxima a saída de Jisung do banheiro.

Finalmente, Jisung sai do banheiro, já de pijama com uma toalha enrolada em volta dos ombros.Seus cabelos úmidos contrastam com a expressão de surpresa ao ver Minho visivelmente abalado. Minho engole em seco e olha para Jisung, seu olhar carregado de uma mistura complexa de emoções.

— Minho, o que... - Jisung começa a dizer, mas a voz some quando ele percebe que Minho encontrou a gaveta. Ele engole em seco, um olhar de tristeza passando por seus olhos.

Minho balança a cabeça lentamente, incapaz de encontrar as palavras certas para expressar o que ele sente. A única coisa que ele consegue fazer é olhar para Jisung com dor e frustração.

Jisung se aproxima e se senta ao lado dele , o silêncio entre eles domina . Ele suspira e olha para baixo por um momento antes de finalmente falar com uma voz suave, mas cheia de tristeza.

— Eu já disse que não quero que você sinta pena de mim né? No dia que nos conhecemos eu te contei, contei que teria no máximo uns 3 meses de vida, e o tempo tá passando, nós sabemos.

MHNBY(MINSUNG)Onde histórias criam vida. Descubra agora