Três

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Algumas semanas se passaram desde aquela noite em que Minho compartilhou uma refeição com Jisung em seu dormitório.

O que começou como uma relação bastante improvável, agora é parte do cotidiano, Minho ir até o dormitório do Han para dar aulas de violão e passar algum tempo juntos.

A cada encontro, o Lee percebia que sua amizade com ele estava crescendo, ganhando forma . Eles conversavam sobre livros, música, sonhos e, às vezes, até sobre coisas mais pessoais.

Minho percebia que Jisung não apenas o entendia, mas também o incentivava a explorar novas perspectivas e a abrir-se para experiências que ele nunca imaginaria considerar antes, já que era sozinho.

Minho estava surpreso ao descobrir o quanto ele gostava de companhia. A solidão que costumava pesar em seu peito, agora parecia cada vez mais distante.

Mais uma tarde ensolarada, Minho chega à casa do amigo , carregando seu violão. Dori, o gatinho passa entre suas pernas miando, e logo vem Jisung que o recebe com um sorriso largo de sempre.

— Hyung, você está aqui! Como foi o seu dia?- questiona animado.

Minho dá de ombros, e evita um pouco os olhos dele . — Foi... normal. Mas estou ansioso para dar aulas de violão hoje.- finalmente o olha.

Jisung ri suavemente. — Eu também estou ansioso para aprender mais uma vez. Mas primeiro vou tomar um banho, está bem?

Minho concorda com um aceno e observa ele  se afastar para o banheiro. Enquanto aguarda, ele começa a explorar discretamente o quarto dele.

Seu olhar pousa em algumas figuras de anime e outros objetos pessoais que o fazem sorrir já que compartilha desses mesmos interesses também.

No entanto, sua curiosidade o leva a abrir uma gaveta. Que quando o vê o conteúdo, acaba arregalando os olhos e logo os fechando por milésimos e suspirando.

Ele observa as seringas, injeções e frascos de medicamentos que tem ali . A realidade começa a se desenrolar diante dele, um fato inegável que não pode mais ignorar.

Jisung está lutando contra algo muito sério, algo que Minho não sabe bem o momento em que passou a se importar tanto que acabe acontecendo.

Os minutos passam enquanto o Lee se senta na beira da cama. Ele ouve a água do chuveiro parar, e a realidade do que ele descobriu parece mais pesada a cada segundo que se aproxima a saída de Jisung do banheiro.

Finalmente, o Han  sai , já de pijama com uma toalha enrolada em volta dos ombros secando os  cabelos úmidos.

— Hyung, o que... - Jisung começa a dizer, mas a voz some quando ele percebe que Minho encontrou a gaveta, já que ela está aberta e o Lee abalado. O Han engole a seco, uma tristeza vai passando por seus olhos.

Minho balança a cabeça lentamente, incapaz de encontrar as palavras certas para expressar o que sente. A única coisa que consegue fazer é fechar e abrir os olhos.

Jisung se aproxima e se senta ao lado dele , o silêncio entre eles domina . Ele suspira e olha para baixo por um momento antes de finalmente falar.

— Eu já disse que não quero que você sinta pena de mim né?...No dia que nos conhecemos eu te contei, contei que teria no máximo uns 3 meses de vida, e o tempo tá passando, nós sabemos.

— Eu não queria que fosse assim, alguém tão especial como você aparece na minha vida e vai sumir também, como acha que vou ficar quando você partir?- diz parecendo indignado.

— E não era isso que eu queria, o meu objetivo é te fazer se entender como pessoa, te ajudar a fazer amizades, ser feliz, porque eu já fui como você, eu entendo o seu desejo de ficar sozinho, mas não vale a pena.

MHNBY(MINSUNG)Onde histórias criam vida. Descubra agora