A Escola Técnica de Feiticeiros demorou cerca de 5 dias para desvendar o que causara a morte de Akira Yaga. Na maioria dos casos, cinco dias de investigação não eram significantes, entretanto, a situação não era nem de longe, comum.
A descoberta foi imediatamente repassada ao Alto Escalão em uma reunião de emergência, e posteriormente, aos líderes de cada Clã, cabendo a cada um decidir o que faria.
Infelizmente, era tarde demais.
Gojo estava sentado no mesmo banco de sempre, mas ao invés da babá, era Keiko quem estava sentada ao seu lado. O inverno estava chegando ao fim e as primeiras flores de cerejeira tinham começado a nascer. Gojo observava sua irmãzinha brincar com outras crianças enquanto tentava ignorar a presença de Keiko. Ele sabia o porquê ela tinha vindo, depois da sua fuga, ela jamais confiaria muito nele.
— Aproveite bem, Satoru — disse a velha —, essa será a última vez em que vai vê-la.
Gojo queria ter ficado triste, chorado ou até sentido ódio de Keiko, mas ele não sentiu nada, pois sempre esperava que esse dia chagaria. Ser criado longe de sua mãe era uma forma de protege-la também.
No fim, ele sempre soube que não havia lugar para ela na sua vida.
— Certo.
Eles ficaram por mais alguns minutos até que Keiko apenas levantou-se e sinalizou para que ele a seguisse. Gojo lançou um último olhar para sua irmã e mãe antes de partir.
Ele e Keiko caminharam por vários metros em completo silêncio, o que não surpreendia Gojo, afinal que assunto ele teria em comum com a versão feminina do Matusalém?
Contrariando esse pensamento, Keiko falou:
— Satoru, acho que esse é o momento certo para contar sobre o passado do nosso Clã.
— Mas eu já...
— Não, você sabe a nossa história, mas não o passado da sua família.
— Eu sei sim — teimou o menino, fazendo biquinho —, meu pai era chamado de Hiro e era um feiticeiro mediano que se apaixonou perdidamente por uma não-feiticeira, Mia.
— Você está certo, mas existem detalhes que nunca lhe foram contados. Seu pai era tão medíocre como feiticeiro que se tivesse nascido no Clã Zen'in teria se tornado um pária, entretanto, ele nasceu com uma inteligência que permitia suprir suas falhas. Mesmo com tudo isso, ele sempre foi meu preferido, eu teria movido mundos por ele — Keiko definitivamente não tinha talento para contar história, sua entonação era monótona e entediada.
Gojo só queria chegar em casa.
— Então ele se apaixonou e morreu, que merda, hein.
— Não, ele precisou fazer uma missão do outro lado do país, foram apenas três meses longe e ele ousou voltar com sua mãe, ambos já casados. Apaixonados ele disse. Eu proibi a união e ele me enfrentou. Por sorte, Hiro era um feiticeiro fraco, então não foi trabalhoso armar para ele morrer.
Satoru tropeçou na calçada e esbarrou em uma mulher de cabelos pretos sem querer. Ele estava chocado demais para pedir desculpas.
— Você... Matou o meu pai? Ele não era o seu favorito?
Keiko deu de ombros.
— Hiro sempre será meu favorito, mas isso não pode ser um empecilho para o cumprimento do meu dever.
Satoru percebeu que ainda estava paralisado, ele correu os metros que o separavam de Keiko.
— Qual era o seu dever então, sua velha desgraçada?
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Nós Nascemos para Morrer
FanficAntes de Shibuya, antes de Yuta Okkutsu e até mesmo antes de Riko Amanai, a história de Geto e Gojo começou. Aos dez anos, Geto descobre ter uma habilidade única e rara ao mesmo tempo que percebe um mundo cheio de maldições. Em contrapartida, o jov...