ALEXIA

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Era dia

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Era dia.

E ele ainda não havia voltado.

Não consegui dormir direito a madrugada inteira. Assim que o Gavi me deixou na cobertura e voltou para ajudar o Pedri e o Ferran, eu contei à Serena o que aconteceu e ela achou melhor irmos para a Casa do Norte de última hora. Ficar afastada da cidade e absorver a calmaria com o ambiente pacífico ao redor, mas a verdade é que isso não funcionou pra mim. Aurora que veio com a gente porque nenhuma de nós duas estava com condições para dirigir, e mesmo que a pequena Sophie não tenha dado trabalho durante a noite, chuto que não consegui fechar os olhos mais do que poucos minutos antes de acordar e repetir o ciclo entre acordar e dormir.

A família dela obviamente não achou uma boa ideia sair à noite e fazer essa mini viagem de carro, e tenho certeza que o Gavi também não estaria de acordo se estivesse presente, então Elena nos acompanhou e tranquilizou o restante que iria pela manhã. Serena ainda não estava cem por cento apta para estar zanzando e muito menos fazendo grandes esforços, por isso me ofereci sem problemas para ficar no quarto da bebê e zelar se ela precisaria de algo. Eu não conseguiria ter um sono profundo, mas sei que a bailarina veio algumas vezes verificar talvez por puro instinto materno.

Lembro do Gavi ter dito que Serena era teimosa também.

E eu chorei diversas vezes enquanto encarava o teto deitada no sofá do cômodo infantil. Chorei ao lembrar dos meus pais. Do pouco tempo que tive com eles. Chorei ao lembrar da vovó e de todas as coisas rotineiras que antes parecia não ter importância mas que depois se tornam valiosas. Chorei pela preocupação com o meu melhor amigo. Se os trio demoníaco estava bem. Chorei por sentir o medo de ser estuprada por muitos homens como vi acontecer com Lila, e chorei por descobrir a verdade sobre a minha história.

Estivemos errados esse tempo todo. Eu realmente não nasci em Tenerife.

E nunca poderia imaginar que o acidente fosse na verdade um acontecimento arquitetado.

Pedri não sabia, mas eu tive conhecimento disso um pouco antes de ontem. Eu escutei Joshua o contando os detalhes que me foram ocultados por todos esses anos, só que vovó havia deixado uma carta no meio das caixas que vasculhei na ilha. Nunca tive pretensão de mexer quando estava na escola, e lá estava escrito as mesmas coisas que a família de Joshua descobriu sobre mim. Eu vinha tentando reunir coragem não apenas para dizê-lo mas principalmente para aceitar em falar abertamente. É difícil digerir que de uma certa forma você viveu uma mentira do bem. Entendo que eles mudaram a origem do meu nascimento para me proteger de um possível atentado contra a única filha do casal, mas é no mínimo chocante e frustrante saber que eu poderia ter tido muito mais tempo com eles se não fosse por pessoas maldosas.

Isso era o mínimo para os classificar também.

Pedri falou pela primeira vez depois de anos que me amava, e eu sei que a forma dele dizer é através das ações, então ouvi-lo pronunciar em bom som foi..... Incrível. Uma melodia que você coloca e quer repetir por minutos. Sei que ao nosso redor estava um caos e o perigo cantando em uma nota mais alta, porém ele foi a única coisa que escutei por pequenos segundos. De repente estávamos lá novamente, cantando, ou melhor, eu esgoelando os pulmões enquanto o vento de Tenerife soprava no meu cabelo e retornado para casa de alguma forma.

Glitch • Pedri GonzálezOnde histórias criam vida. Descubra agora