Capítulo XXXII

42 8 52
                                    



"Os espectros do passado sempre retornam, um dia, para nos envolver em seus enigmas sombrios. A questão é quando."

31 de Outubro (Halloween) de 2007, Boston

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

31 de Outubro (Halloween) de 2007, Boston

Clara

Acordo com um cheiro desagradável impregnando o ar. Meu Deus, o que aconteceu? Levanto-me rapidamente e vou até a porta da cozinha, de onde saía uma nuvem de fumo espesso. Ao fundo, junto ao fogão, encontro Ryan, raspando a espátula na frigideira para desgrudar uma massa negra que emanava todo aquele fumo.

— O que é isso? — Aproximo-me dele, com uma mão a cobrir a boca e o nariz.

— Ovos mexidos. — Ele responde tranquilamente, como se quase incendiar a casa fosse um evento comum pela manhã. — Ou, bem, eles eram ovos mexidos. Clara, — Ele olha para mim, com os dois olhos esmeralda arregalados, misturando tristeza e vermelhidão devido ao fumo. — eu não sei cozinhar.

— Não tem problema. — Tiro-lhe a frigideira das mãos e coloco-a sob a água corrente para conter a propagação do fumo. — Mas na próxima vez, deixa-me cuidar do pequeno-almoço. — Ele ri sem jeito e me leva para fora da cozinha antes de desmaiarmos devido à exposição ao dióxido de carbono.

— Queria preparar algo para ti.

— Uma taça de cereais já estava ótimo. E é mais seguro. — Brinco com ele, tentando aliviar a tensão. A campainha toca, e ele vai atender.

— Quem será a esta hora? — Pergunto. A porta abre-se e, num piscar de olhos, Amber está em cima de mim, envolvendo-me com os braços e pernas, como uma criança.

— Ela acordou-me precisamente às sete da manhã para avisar que ia passar por cá. Acho que estava com saudades tuas. — Ele troça, vendo-me lutar pela minha vida sob ela.

— Sempre, bestie. — Ela sussurra e finalmente larga-me, olhando ao redor com curiosidade. — O que diabos aconteceu aqui? Qual de vocês incendiou a casa?

Mais tarde, Amber desfez as sacolas que trouxera consigo e retirou de lá dois fatos extremamente curtos, atirando um na minha direção.

— Eu sabia que não terias tempo para comprar um traje, então comprei por ti. — Olho para o tecido preto e branco, com pouquíssimo material, questionando como aquilo iria cobrir alguma parte do meu corpo. Endireito o traje à minha frente, e dele cai uma cruz.

— Freira? — Questiono-a, e ela abre um sorriso travesso.

— Freira Safadinha. — Corrige com um gesto de dedo. Ryan desmancha-se de risos atrás de nós. Imediatamente penso que não vou conseguir vestir isto. É curto demais!

— E o teu é?

— Diabinho 'sexy'. E tu — Ela aponta para ele, que fica surpreendido por ter também uma fantasia. — Não me esqueci de ti. Aqui tens, Father. — Amber entrega-lhe um fato de padre.

A Cabana das Janelas VermelhasOnde histórias criam vida. Descubra agora