"Os espectros do passado sempre retornam, um dia, para nos envolver em seus enigmas sombrios. A questão é quando."31 de Outubro (Halloween) de 2007, Boston
Clara
Acordo com um cheiro desagradável impregnando o ar. Meu Deus, o que aconteceu? Levanto-me rapidamente e vou até a porta da cozinha, de onde saía uma nuvem de fumo espesso. Ao fundo, junto ao fogão, encontro Ryan, raspando a espátula na frigideira para desgrudar uma massa negra que emanava todo aquele fumo.
— O que é isso? — Aproximo-me dele, com uma mão a cobrir a boca e o nariz.
— Ovos mexidos. — Ele responde tranquilamente, como se quase incendiar a casa fosse um evento comum pela manhã. — Ou, bem, eles eram ovos mexidos. Clara, — Ele olha para mim, com os dois olhos esmeralda arregalados, misturando tristeza e vermelhidão devido ao fumo. — eu não sei cozinhar.
— Não tem problema. — Tiro-lhe a frigideira das mãos e coloco-a sob a água corrente para conter a propagação do fumo. — Mas na próxima vez, deixa-me cuidar do pequeno-almoço. — Ele ri sem jeito e me leva para fora da cozinha antes de desmaiarmos devido à exposição ao dióxido de carbono.
— Queria preparar algo para ti.
— Uma taça de cereais já estava ótimo. E é mais seguro. — Brinco com ele, tentando aliviar a tensão. A campainha toca, e ele vai atender.
— Quem será a esta hora? — Pergunto. A porta abre-se e, num piscar de olhos, Amber está em cima de mim, envolvendo-me com os braços e pernas, como uma criança.
— Ela acordou-me precisamente às sete da manhã para avisar que ia passar por cá. Acho que estava com saudades tuas. — Ele troça, vendo-me lutar pela minha vida sob ela.
— Sempre, bestie. — Ela sussurra e finalmente larga-me, olhando ao redor com curiosidade. — O que diabos aconteceu aqui? Qual de vocês incendiou a casa?
Mais tarde, Amber desfez as sacolas que trouxera consigo e retirou de lá dois fatos extremamente curtos, atirando um na minha direção.
— Eu sabia que não terias tempo para comprar um traje, então comprei por ti. — Olho para o tecido preto e branco, com pouquíssimo material, questionando como aquilo iria cobrir alguma parte do meu corpo. Endireito o traje à minha frente, e dele cai uma cruz.
— Freira? — Questiono-a, e ela abre um sorriso travesso.
— Freira Safadinha. — Corrige com um gesto de dedo. Ryan desmancha-se de risos atrás de nós. Imediatamente penso que não vou conseguir vestir isto. É curto demais!
— E o teu é?
— Diabinho 'sexy'. E tu — Ela aponta para ele, que fica surpreendido por ter também uma fantasia. — Não me esqueci de ti. Aqui tens, Father. — Amber entrega-lhe um fato de padre.
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A Cabana das Janelas Vermelhas
Terror[EM ANDAMENTO] Numa remota e enigmática floresta do Norte, em SermonWest, onde os segredos da natureza se entrelaçam com lendas ancestrais, Ryan e os seus amigos anseiam por escapar do frenesim das movimentadas ruas de Boston. Optam por um retiro tr...