Capítulo 9: Indecifrável

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Acordei com o braço de George completamente estendido pela minha cara. Será que ele não tem espaço suficiente? Ah, pois é, esta é a cama dele, não estou no direito de exigir grandes coisas por aqui.

Oh! É mesmo, hoje é o dia em que vamos explorar o Labirinto! Aliás, os outros já devem estar a tomar o pequeno almoço para se irem embora, não posso deixar o Mark à espera!

Sim, tinha razão. Estavam todos a comer como se não houvesse amanhã.

- Bom dia. - disse.

- Bom dia Newt, olha, o George já acordou? - perguntou Alby.

- Hmm... Não.

- Ah pois,  agora vocês dormem juntos como um casal! - disse Rick de uma maneira que me irritou profundamente.

- Hey tu! - gritou Frypan para Rick - eu também durmo com outro homem na mesma cama e qual é o problema? - gritou Frypan claramente chateado.

- N-Nada, desculpa lá estava só a brincar... - disse rapidamente Rick.

Ouviu-se o som dos muros a abrir, era o nosso sinal para avançar.

Despedimo-nos de Frypan e agradecemos pela refeição (que tinha sido mais cedo do que o habitual) e dirigimo-nos à entrada do Labirinto.

Mark e eu fomos os primeiros a entrar, e começamos a correr a um ritmo calmo, sem grandes pressas, tínhamos o dia todo...

Mark parecia não ser das pessoas mais faladoras da Clareira ou então simplesmente não simpatizava comigo... Tentei meter conversa.

- Hey Mark, o que achas que vamos encontrar por aqui?

- Se tivemos sorte, a saída.

Nem eu nem ele acreditavamos nisso, pois era demasiado pouco provável encontrarmos a saída na primeira "exploração".

Após virarmos vários corredores encontramos algo um pouco sinistro. Tratava-se de um buraco. Sim um buraco. Um enorme e negro buraco. Não dava para ver onde terminava mas uma coisa era certa, eu não queria em circunstância alguma cair ali dentro.

- Isto é estranho não é? - disse Mark.

- Sim, não percebo a finalidade de um buraco assim estar aqui no Labirinto. Parece mesmo um precipício... Vou chamar-lhe isso, Precipício!

Apontei num pedaço de papel o caminho que fiz até encontrar o precipício e quando terminei seguimos caminho.

Os minutos deram lugar às horas e quando demos por nós estava na hora de comer qualquer coisa. Paramos para comer umas sandes que o Frypan tinha feito pra nós.

O dia continuou mas pouco mudou, corredor após corredor e nada. Nada de saída ou pista para uma possível saída. Nada. Começou a escurecer e tivemos de voltar. Quando estávamos a chegar à Clareira vimos os outros à nossa espera à entrada do Labirinto.

- Então,  como é que correu? - perguntou George com um enorme sorriso.

- Não encontramos nada. Tirando um precipício medonho... Mas sem ser isso, nada. - respondi.

- Um precipício?! Que raio faz um precipício no meio de um labirinto? Vá-se lá entender... - suspirou George, obviamente confuso com a nossa descoberta.

Os outros chegaram poucos minutos depois e ao que parece nenhuma das equipas encontrou nem sequer uma pista que nos levasse á saída daquele pesadelo. 

Esta nossa nova "tarefa" tornou-se rotina, e, dia após dia exploramos o Labirinto, descobrimos que passados alguns dias, os muros moviam-se, alterando por completo o seu percurso. Chegamos a pensar em desistir, na verdade ainda penso nisso todos os dias, mas se desistir nunca mais o voltarei a ver... Já se passaram muitos dias desde que aqui estou, e amanhã vou deixar de ser o Caloiro e Explorador (Runner) e passarei a ser apenas Newt, o Explorador. Sinto-me mal só de pensar que irá chegar mais uma pessoa á Clareira, uma pessoa que foi retirada da sua vida para viver um pesadelo destes... Oh Thomas... Espero que um dia, quando tudo isto acabar sejas capaz de me perdoar por todas as ideias loucas que me andam a passar pela cabeça ultimamente, é que já estou farto, farto de tudo isto.

NEWTMAS 2: O teste do LabirintoOnde histórias criam vida. Descubra agora