Brincadeira de criança

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Dean abraçava os joelhos com certa força, as únicas coisas que conseguia espiar era a rua quase sem movimento e a cor desbotada do carro em que estava encostado. Com um beiço, resmungou baixinho e chateado, aquele lugar era um péssimo esconderijo, porém foi o que havia achado de última hora, então tinha que servir.

Apreensivo, escutava a contagem regressiva chegar ao fim, não muito longe de si. O Winchester pedia, de dedos juntos, que o contador demorasse para achá-lo ou desse alguma brecha para que conseguisse se salvar.

—Aí vou eu! –O garoto de cabelos negros anunciou alegremente e prontificou-se a dar alguns saltinhos para longe da árvore em que contava anteriormente.

O garotinho loiro prendeu o fôlego quando ouviu os murmúrios cantarolados do amigo passarem do lado oposto de onde estava escondido. Não, não, ele precisava ganhar! Com as sobrancelhas franzidas e sem mais sinais do procurador, Dean atreveu-se a mudar de posição e começar a traçar um plano de avanço -o que se resumia nele correndo loucamente para bater na árvore em que o outro tinha se escorado-.

Com impaciência, armou perfeitamente seu trajeto, esquecendo por completo o fato de que seu amigo de asas ainda vagava por aí o caçando. Tomando coragem, o Winchester ajoelhou-se, puxou a bermuda para cima e preparou sua pose de corrida, até que uma sombra estranha formou-se acima da cabeça do mesmo e ele foi obrigado a olhar, desmanchando todo seu trabalho. Para sua decepção, era Castiel.

—Achei você, Dean! –exclamou demasiadamente animado, pousando ao lado do amigo loiro, que agora cruzava os braços e fazia um beiço exageradamente dramático para si. Por um segundo, o anjinho não entendeu e pendeu a cabeça para o lado, confuso. —O que foi, Dean?

O citado bufou alto e reclamou. —Assim não vale, Cas!– apontou, acusadoramente para as asas negras do amigo. —Usar elas e sair voando não é justo, porque só você consegue fazer isso entre nós dois, aí fica fácil pra me achar!

—Ah...

Com certa vergonha, o mini ser celestial olhou de relance para as próprias penas e as encolheu antes de fazê-las sumir. Ainda sem jeito, encarou o amigo e sorriu pequeno.

—Agora tá justo, né?

—Sim!– Dean afirmou com um sorriso largo e o dedão erguido em um joinha, até que lembrou-se de algo. —Você já bateu meu nome?–apontou para a árvore.

Castiel negou e os olhos de Dean brilharam, enquanto o mesmo virava de supetão e corria em direção da planta, ouvindo o anjo protestar atrás de si.

Um amigo diferenteOnde histórias criam vida. Descubra agora