Traída( Em Breve)

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Elizabeth narrando.

Três meses se passaram desde que tudo aconteceu. Eu estava vivendo no piloto automático, sem saber o que fazer, o que decidir, o que pensar. Tudo o que eu pensava era em começar um novo dia sem aquela dor, mas no momento era impossível porque ainda doía muito. Às vezes, no silêncio da noite, a solidão e a angústia da perda batiam. Isso tudo me deixava confusa, irritada, de mau humor e, principalmente, me deixava sozinha, mesmo sabendo que não estava, que tinha amigos ali comigo. Com o passar desses meses, eu tomei uma decisão e percebi que era hora de retornar para casa. Não podia mais ficar na casa da minha amiga. Eu tinha certeza que eu podia recomeçar, era o que eu sempre dizia para mim mesma.

"Seja forte e corajosa, Elizabeth. Eu sei que você consegue."

Foi o que eu disse ao meu reflexo, porque nesse exato momento eu estava arrumando as minhas coisas. Eu iria voltar para casa hoje. Como era sábado, era o dia perfeito para organizar a casa, a qual não coloquei os pés há três meses, então não sei como está.

"Tem certeza, Elizabeth? Você pode ficar mais tempo, se precisar, é claro."

Isso foi minha melhor amiga que perguntou. Sua mãe também tinha me perguntado se eu tinha certeza e também me disse que eu poderia ficar mais tempo se precisasse.

"Sim, eu tenho certeza."

Eu dei a ela a mesma resposta que eu dei a sua mãe. Eu tinha absolutamente certeza da minha decisão.

_Certo, então eu vou te ajudar.

_Obrigada.

Com a ajuda da minha amiga, comecei a empacotar minhas coisas. Cada objeto que eu colocava na caixa me lembrava de um momento diferente, de uma memória que eu tinha tentado esquecer. Mas, eu sabia que não podia fugir para sempre, que tinha que enfrentar a realidade.

_Elizabeth, você é mais forte do que pensa.

A voz da minha amiga me tirou dos meus pensamentos.

Eu sorri para ela, agradecida por seu apoio.

_Eu sei, é só que... é difícil.

_E quem disse que seria fácil? Mas, olhe pelo lado bom, você está dando o primeiro passo. Isso é o mais importante.

Ela estava certa. Eu estava dando o primeiro passo para superar a dor e a perda. Eu estava voltando para casa, para enfrentar meus medos e incertezas. Eu estava pronta para começar de novo.

_Você tem razão. Eu posso fazer isso.

Eu disse, com uma nova determinação em minha voz.

_É isso aí, Elizabeth! Vamos lá, te ajudo a colocar essas coisas no carro.

Com um último olhar para a casa da minha amiga, entrei no carro. Eu estava voltando para casa, estava voltando para a minha vida. E, por mais assustador que fosse, eu sabia que era o certo a fazer.

_Vamos lá, Elizabeth. Você consegue." Eu disse para mim mesma, enquanto a mãe dirigia me levando de volta para casa. E, pela primeira vez em muito tempo, eu acreditei em minhas próprias palavras.

1 hora depois .

_ chegamos Elizabeth.

Respirei fundo e sair do carro e na frente da casa se encontrava Ana a melhor amiga da minha mãe e a minha madrinha.

_ Querida, vem aqui me dá um abraço.

_ estou indo.

Foi o que eu disse enquanto eu andava em sua direção e assim que abracei as primeiras lágrimas vieram.

_ shiii da tudo bem,querida.

Ficamos por alguns minutos assim até eu me senti pronta para sair do seu abraço.

_ Desculpe Ana.

_ Ei não precisa se desculpar,eu sempre vou está aqui com você, assim como elas.

Eu olhei para trás e vir as duas me olhando.

_ eu sei, é por isso que eu amo vocês.

_ certo, chega de lágrimas e vamos entra.

Com um aceno de cabeça, segui Ana até a entrada da minha casa. A porta parecia mais pesada do que eu me lembrava, como se carregasse todas as memórias que eu tinha deixado para trás. Mas, com Ana ao meu lado e minhas amigas logo atrás, eu sabia que podia enfrentar qualquer coisa.

"Pronta?" Ana perguntou, colocando a mão na maçaneta.

"Pronta." Eu respondi, respirando fundo.

Com um movimento suave, Ana abriu a porta e entramos. A casa estava exatamente como eu tinha deixado, como se o tempo tivesse parado. Mas, eu sabia que muita coisa tinha mudado, principalmente eu.

_ e um novo começo Elizabeth, mesmo que as pessoas que vocês mais ama não estão presentes aqui fisicamente, mais elas estão aqui.

Disse Ana é logo depois colocou a mão sobre o meu coração.

_ eu sei.

Depois dessas palavras nós andamos pela casa, eu percebi que tudo estava do jeito que eles tinham deixado, não tinha nada fora do lugar.

_ bem olhamos toda a casa, ela só precisa de uma limpeza para tirar a poeira.

_ tudo bem, eu vou fazer isso amanhã, agora vou pegar as minhas coisas lá fora.

_ eu vou te ajudar Eliza.

_ já eu vou passar um pano, pelo menos na cozinha.

Disse Ana.

_ eu vou ajudar ela na limpeza para ser mais rápido.

_ certo, vamos Lua.

Com isso saímos de lá.

Demos umas três voltas para por der carregar todas as caixas.

_ até que fim as últimas caixas.

Digo.

_Elizabeth, se precisar de qualquer coisa, é só chamar, ok?" Minha amiga disse, colocando as caixas no chão.

Eu sabia que já estava na hora delas irem embora.

_Obrigada, eu vou ficar bem." Eu respondi, tentando parecer mais confiante do que realmente me sentia.

_Tenho certeza que sim. Você é a pessoa mais forte que eu conheço.

Ela disse, me dando um abraço apertado antes de sair junto com a sua mãe que tinha acabado de arrumar a cozinha com a Ana.

_ você vai ficar bem Elizabeth?

_ vou madrinha não precisa se preocupar.

_ vou acreditar em você, qualquer coisa me liga.

_ vou ligar, não se preocupe.

Sozinha na minha casa, eu me permiti sentir todas as emoções que vinham com o retorno. A tristeza, a saudade, a dor, mas também a esperança. Eu estava em casa, eu estava pronta para recomeçar. E, com o apoio das pessoas que eu amava, eu sabia que conseguiria.

"Vamos lá, Elizabeth. Você consegue."

Eu disse para mim mesma, começando a desempacotar minhas coisas. Eu estava de volta, pronta para enfrentar o que viesse pela frente. E, pela primeira vez em muito tempo, eu me sentia verdadeiramente em casa.
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Continua....