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Destrinchou meu corpo, o tempo passa como nos relógios de Dalí

Luísa Sonza feat Baco Exu do Blues Surreal

Luísa Sonza feat Baco Exu do Blues Surreal

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Duas semanas. Eu não falava com Wagner já a duas semanas que mais pareciam dois séculos, eu o via no corredor as vezes e era eu quem desviava o olhar e fugia dele. A insegurança se apossou de mim mais uma vez, o medo e a insegurança eram um dos meus piores inimigos. E o tempo parecia se arrastar, sendo um carrasco, os dias eram longos e as noites infinitas.

O medo de estar repetindo tudo o que eu vivi e a insegurança de não ser aquilo que Wagner esperava de mim, de não ser o suficiente. Era noite de sábado, por volta das oito da noite e eu estava sentada no meu sofá, bebendo e assistindo mais um clichê, mais um romance que eu nunca iria viver por que meus padrões eram altos demais e irreais demais. Eu devia estar fadada a acabar num relacionamento de merda todas as malditas vezes mas era como se algo estivesse acontecendo.

Virei de uma vez o uísque que estava no meu copo e senti todo o meu corpo se esquentando. Seu toque ainda era vívido na minha pele e memória, eu sentia falta dele como um todo mas sentia falta especialmente do calor do seu corpo. Me deitei no sofá, encarando o teto.

A memória fresca dele desabotoando sua camisa e beijando todo o meu corpo era como um fantasma insistente. Fechei os olhos e soltei um suspiro pesado. Senti uma mão tocar meu ventre, subindo devagar pela minha barriga e fazendo o caminho de volta. Se eu me esforçasse eu conseguia acreditar que era ele, não eu.

Eu tentei flertar com outros caras, tentei deixar que outro me visse por outra ótica mas o jeito como Wagner me via e me tocava era surreal. Senti algo subindo no sofá e abri os olhos, vendo Fiorella.

Fiorella se acomodou ao meu lado, mordendo um peixinho de pelúcia que eu havia comprado para ela e ela não largou desde a primeira vez que o viu.

A gatinha já havia crescido e seu pelo encheu um pouco e já não estava espetadinho como antes. Me peguei a observando e levei minha mão até suas orelhas pequenas e felpudas, massageando o local com cuidado para nos atrapalhar sua brincadeira.

Ouço batidas na porta e me levanto preguiçosamente enquanto arrumava meu short de dormir e caminhava até a porta, abrindo a mesma e dando de cara com dois homens, um deles com um buquê em mãos. Arqueio a sobrancelha, o que diabos estava acontecendo? Antes mesmo que eu pudesse falar, eles tomaram a frente.

- Boa noite! - eles falaram em uníssono mas um deles se destacou - Eu sou o Selton.

- E eu sou o Lázaro e nós somos...

Eles fizeram uma dancinha ridícula. Adorável mas ridícula. Contive a vontade de rir e cruzei oe braços, assistindo a toda aquela ceninha e me perguntando quem diabos eles eram.

- Os Cupidinhos!

Era estranho por que eles não pareciam trabalhar para nenhuma floricultura fazendo esse tipo de serviço. Ainda mais em dupla e vestidos casualmente, tudo aquilo era suspeito num nível transcendental e fora do horário comercial. Olho o buquê nas mãos do homem que se chamava Selton.

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