Renascer

O fim é apenas o começo

"Onde ele está? Ele está atrasado!" Brasília perguntou para si mesma, já eram 10:00 da manhã e nada do brasileiro aparecer, ela não ficava surpresa quando ele fazia isso, mas não deixava de ficar frustrada pela falta de compromisso dele para negócios e para o trabalho.

Ela suspirou já irritada, ela nunca teve um dia de paz onde tudo pudesse estar em ordem, todo dia era um inferno no qual sua mente estava consumida por ele. Ela só queria um descanso, talvez umas férias para si, longe de qualquer preocupação, talvez se ela recebesse férias ela poderia visitar seu namorado argentino e eles poderiam passar um tempo juntos como um casal.

Mas claro que seus sonhos sempre eram interrompidos por conta da falta de responsabilidade de muitos e inclusive de seu próprio chefe, que muitas vezes não entendia a gravidade da situação e sempre levava tudo na brincadeira na visão da brasiliense. Isso que dá em ser a única que levava tudo à sério, muitas vezes ela era incapaz de se divertir sem se preocupar com o trabalho.

Uma hora Luciano da Silva tinha que aparecer, de um jeito ou de outro mesmo atrasado, ela só rezava que ele não tenha decidido ir visitar seu namorado de última hora, às vezes ela se perguntava como ele conseguia tomar essas decisões por puro impulso ou tesão. Se ela começasse a fazer isso, ela e o resto dos outros estados estavam ferrados.

Ela decidiu dar tempo para ver se uma hora ele chegava, pois estranhamente ele não estava atendendo suas ligações. Ela esperava que não tivesse que ir lá na casa do brasileiro para ter que acordá-lo.

Então tudo o que ela tinha que fazer era esperar.

🌟

Já era próximo do meio-dia quando ela percebeu que Luciano não apareceu, ela não sabia se ficava puta ou extremamente preocupada, na realidade ela estava um pouco dos dois. Vendo que nenhuma de suas inúmeras ligações foram atendidas e alguns estados a perguntaram sobre o paradeiro da nação brasileira.

Ela suspirou quando decidiu que teria que ir na casa do brasileiro, ela pegou sua bolsa e celular e partiu para sair da empresa e ir até o lar de Luciano. No caminho até a saída ela encontrou alguns estados que questionaram o seu motivo de sair e ela brevemente diz que era para buscar Brasil. Ao sair da empresa e ir até seu carro, ela sentiu seu coração batendo em ansiedade, pensando em vários cenários diferentes, ela esperava que não fosse nada sério.

Brasília entrou no carro e saiu rumo à casa do brasileiro, que por sorte era apenas 10 minutos de carro. Em pouco tempo ela chegou na frente da residência dele, uma típica casa térrea com garagem na frente e o portão de ferro pintado de branco. Como ela tinha a chave para a casa dele, ela entrou sem problema na residência, foi então que ela reparou que o carro dele estava estacionado na garagem, então ele não deveria ter viajado sem avisar, o que por um lado até a aliviou por não ser esse cenário.

Ela destrancou a porta da frente e entrou pela sala de estar, vendo ninguém e apenas a tevê ligada na Globo passando a programação do meio-dia, então ela avançou para a sala de jantar, quando sentiu o cheiro de café que vinha da cozinha.

"Senhor Brasil?" Ela chamou e entrou na cozinha, inicialmente não vendo nada, mas ao andar fundo no cômodo ela viu algo estranho no chão, quase sendo ocultado pela mesa da cozinha. Era uma perna...

"SENHOR BRASIL?!" Ela exclamou, quase assustada e ficou ainda mais quando viu que o brasileiro estava no chão, aparentemente inconsciente e uma pequena poça de sangue estava no chão, perto de sua boca levemente aberta que foi de onde esse líquido apareceu.

Brasília correu em direção à ele, se ajoelhou ao lado dele e começou a sacudi-lo, tentando o chamar a todo custo para que voltasse à consciência. Uns segundos depois ele começou a tossir, mais desse sangue quase preto saiu de sua boca, ela não hesitou em pegar seu celular da bolsa e chamar a emergência.