A conversa

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A família Black se orgulhava grandemente de sua grande linhagem pura e livre de sangues-ruins e mestiços.

Ninguém, nem mesmo o mais antigo dos Blacks, ousou ou ousaria trair a própria família e misturar-se com o impuro.

Até que Andrômeda, Sirius e RoseMary aconteceram.

Andrômeda sempre foi uma boa filha: foi para a sonserina, nunca questionou os pais e era uma aluna exemplar. Mas a sua desgraça ocorreu quando conheceu o trouxa Tonks. Ela foi retirada dos lençóis da família e nunca mais mencionada.

— Pelo menos ela foi para a sonserina, diferente de... você sabe — as pessoas diziam durante as festas, lançando olhares tortos à Sirius e RoseMary.

Mais para Sirius, o grifano impulsivo e atrevido.

Diferente de Andrômeda Black — agora Tonks —, Sirius sempre preferiu distância de sua família. Incluindo o próprio irmão, que o odiava tanto quanto era odiado pelo grifano.

Agora, RoseMary é um caso específico. Ela era inteligente, muito sagaz e educada. Gritava "Sonserina", mas mesmo assim o chapéu seletor disse ao salão:

— Corvinal!

Foi um choque para todos, que ainda tentavam superar o fato de Sirius ter sido selecionado para a Grifinória apenas alguns minutos antes. Mas diferente dos outros, RoseMary parecia calma e satisfeita; caminhou pelo salão e sentou-se com os colegas de casa, que a receberam com acenos e apertos de mãos.

Ela recebeu uma carta grande e calorosa da mãe no dia seguinte, a xingando e dizendo que era uma vergonha. Mas no final da página tinha letras trêmulas e apressadas dizendo:

"Pelo menos não foi como Sirius, que foi para a Grifinória. Você estar na Corvinal deve significar que é um pouco inteligente"

Uau! Ela amava o carinho da mãe.

No dia seguinte da seleção, aconteceu a segunda desgraça para a família de Rose. Ela conheceu Lily. Ela virou amiga de Lily. Melhor amiga.

Infelizmente, isso chegou aos ouvidos de sua mãe e, novamente, outra carta. Nesta, não tinha nada comparando-a a Sirius. Rose não se importou exatamente, apenas colocou fogo na carta e jogou-a em um copo, assustando as pessoas ao seu redor.

Depois de alguns anos, a família Black se acostumou com os "traidores". RoseMary, embora fosse odiada, era mais tolerada pela família que os primos e por isso ainda deveria cumprir com os seus deveres de dama da alta sociedade.

Ela queria ser odiada, no entanto.

— Me casar? Sem chance! — RoseMary disse, se levantando em um pulo da poltrona cara — Eu tenho dezessete anos!

— Sim, nós sabemos disso. Eu já estava comprometida com o seu pai aos meus dezesseis, embora — sua mãe disse, olhando com desgosto para os modos da filha.

— Sinto muito por você, papai — a garota falou sagaz, ignorando o rosto chocado da mãe — Mas vocês não podem descontar as frustrações de vocês em mim.

— RoseMary, por favor, se sente — o pai pediu com delicadeza, levando a xícara até a boca com um mindinho levantado.

RoseMary queria ser uma dama tão perfeita quando o pai.

— Você é uma Black, RoseMary — Sra. Black disse quando a filha sentou-se

— Aprendi a escrever meu nome aos quatro anos. Obrigada.

— E isso traz responsabilidades, mocinha — a mãe a ignorou — E continuar a nossa linhagem é uma delas.

— Mamãe, nossa família reproduz feito coelhos. Nunca faltará Black's, não se preocupe.

Os pais encararam a filha com um olhar perigoso, os olhos brilhando perigosamente. Sr. Black era mais suave na maior parte do tempo, embora quando sua raiva explodisse ao ser testado.

Ele era muito mais assustador que a mãe.

RoseMary abaixou a cabeça e segurou o próprio pulso coberto pela blusa de frio. Ela mordeu o lábio e fechou os olhos, encontrando paciência e paz no seu interior.

— Quem são... os pretendentes? — ela perguntou tão baixo que se o cômodo não estivesse em silêncio completo os pais não a teriam escutado.

Mas quando ouviram e viram a submissão inevitável da filha, sorriram um para o outro.

— Muito bem, RoseMary — o pai a disse.

Ela continuou a fitar o próprio pulso.

— Seus pretendentes são Lucius Malfoy — Sra. Black começou, embora o rosto chocado e repentino da menina tenha feito-a parar —  O quê?

— Eu pensei que ele estivesse comprometido com Narcisa — RoseMary perguntou.

A mãe fez um movimento de desdém com a mão e suspirou.

— Não se preocupe com isso, não é nada confirmado. Abraxas Malfoy é um grande amigo do seu pai, seria interessante um acordo entre ambos — a mãe explicou, o pai concordando com a cabeça a cada palavra.

RoseMary odiou como o seu futuro era tratado como um simples "acordo". Se ela pudesse, acertaria um soco na cara da própria mãe.

— E os seus outros pretendentes — a mulher mais velha continuou — são Regulus e Sirius Black.

— Meus primos!

— Tenho completa noção de quem eles são — falou a mãe.

— Pensei que Sirius fosse ignorado pela família... — ela perguntou, confusa e chocada.

— Ah, ele é. Mas ninguém espera que você o escolha, mas há esperança dele se colocar nos caminhos certos caso vocês se casem.

RoseMary quis vomitar e rir. Vomitar pois eles estavam falando dos seus primos e rir, pois ela sabia, como todos em Hogwarts e qualquer um com visão, que a preferência de Sirius estava para o outro lado.

Mas ela se manteve calma e neutra, olhando para os pais com um olhar gelado.

— Muito bem. Alguma dúvida, querida? — RoseMary odiava quando o pai a chamava de "querida".

Mas ela sorriu levemente e se levantou devagar.

— Não, papa.

Sr. Black franziu as sobrancelhas, pois odiava quando a filha o chamava de "papa".

Prometida|Era MarotosOnde histórias criam vida. Descubra agora