Eu e Jhennie nos atrasamos um pouco, por conta que havia uma multidão de alunos da MVS nos corredores, e saindo de suas salas. Me esbarrei em algumas pessoas e quase arrumei encrenca, mas estava pouco me fudendo para aqueles meninos "Rei delas".
Logo eu e minha amiga, nos encontramos em um grande barracão, ou arena. Era grande e barrada com uma parede cinza, com algumas bolinhas nelas. Tinha quase certeza que aquela parede era de aço ou algo assim. Era ali que iria acontecer as aulas diferentes.
Jhennie um tanto tímida como sempre, apenas ficou encostada em uma das paredes, a espera do nosso professor ou professora chegar, para iniciar a aula. Já eu, fui xeretar uma salinha que tinha ali.
Aparentemente aquela salinha era para equipamentos, que poderiam ser usados nessas aulas. Fiquei então entediada e voltei para Jhennie, que ainda havia "pregada" na parede.
Uma mulher então chega, e adivinha, é aquela de roupas azuis marinho e coque, da entrada. Ela para no centro da arena e então grita.
- Silêncio!!
Ela gritava com um microfone, que eu não havia percebido. Todos ficam quietos e olham para ela, inclusive eu e Jhennie. Sinto-me ansiosa, já que significaria que a aula iria começar.
A mulher com a mesma cara de deboche irritante, começa a se pronunciar, enquanto rebate seus saltos chiques no chão algumas vezes, parecendo uma retardada. Eu digo isso para Jhennie e ela começa a rir, mas sem fazer barulho, logo eu começo também.
Percebo a mulher nos olhando por estarmos chamando atenção, na hora que ela iria falar. Eu e Jhennie percebemos isso e ficamos quietas, somente por obrigação, porque tanto eu quanto ela queríamos arrebentar a cara dela.
- Bom mesmo que as engraçadinhas pararam de rir, então finalmente posso começar a aula...
Acho que não poderia piorar né. No fim ela seria nossa professora por muito tempo. Olho pra Jhennie com uma cara de choro, apenas, e ela retribui com um olhar choroso.
- Vamos começar!! Amay e Yuto, vocês irão demonstrar seus poderes na arena, e então começarão a lutar, mas não levem a sério, isso é só um teste.
A mulher diz então, estava animada para assistir aquilo, e Jhennie com receio, caso algum dos poderes deles nos acertassem, sem querer. Quando percebo, Amay é a menina de cabelos rosados e com a risada estranha, ela vai até certo ponto da arena. Logo o menino Yuto também vai.
Os dois ficam frente a frente, percebo seriedade e firmeza no Yuto, mas a Amay está rindo e percebe-se nervosismo nela.
Mas o inesperado acontece. Amay estica seu braço em direção ao teto e solta um raio, vindo do centro de suas mãos. O raio poderoso assusta todos ali. Quando mais tarde percebemos, o teto havia se quebrado, havia uma rachadura aberta lá.
- Amay!!! O que eu disse sobre ser só um testeee!!!
Que voz irritantemente irritante, não estava mais aguentando ouvir ela, só estava esperando que Amay desse uma patada nela, para ela abaixar a bolinha com a gente, já que era um estalo de dedos, que qualquer um de lá, a fazia evaporar.
- An? Desculpa haha
.... encosto totalmente na parede e vou deslizando até o chão, e me sento. Totalmente decepcionada e frustada.
- Aah ok, tanto faz, sua vez Yuto.
A mulher fala, logo, O garoto atraente, faz algumas vegetações surgirem em volta dele, elas parecem ser resistentes e cheias de vida. Mas são sem graça, comparado ao poder eletrizante de Amay.
- Agora que os dois demonstraram seus poderes, podem começar. Essa perca de tempo aí acaba quando um dos dois cair no chão.
Amay e Yuto concordam, logo, Yuto começa a se aproximar e Amay continua com a mesma cara de idiota de sempre, porém engraçada.
Yuto estica seus braços e cria espinhos de cactos, certos 1,80 de tamanho mais ou menos. Amay recua um pouco enquanto os espinhos se aproximam rapidamente dela.
Os espinhos chegam a menos de um metro dela, e então, um raio surge dos céus e atinge os espinhos, esses não são tão fortes como os da demonstração.
Ainda assim, este raio feito por Amay, consegue fazer picadinhos do cacto criado pelos poderes de Yuto.
Alguns minutos se passam, e, Amay e Yuto continuam lutando, mas nada demais, a luta fica entediante. Portando nenhum dos dois caem, ou quase, e, alguns poucos alunos continuaram prestando atenção neles.
Já eu e Jhennie, estávamos num tédio profundo, já não estávamos aguentando ver pequenos pedaços de cacto ou de outras plantas, caindo em nossas direções sem ser proposital. Então finalmente, um milagre surge.
- Chega! Chega! Chega!
Por mais incrível que pareça fiquei feliz ao ouvir essa voz escandalosa, que dava câimbra nos meus tímpanos, pois isso apenas poderia significar o fim daquela tortura de tédio.
- Já deu, prolonguei até demais essa luta...aahh...
Ela continua resmungando coisas do tipo que, o que a deu motivo para esquecer da luta foi os alunos bagunceiros, talvez até seja, mas se ela não está dando conta, por que veio trabalhar logo nessas aulas mais complexas? Mas finalmente havia terminado.
Depois de uma boa confusão para juntar todos os alunos em filas organizadas, finalmente voltamos para nossas devidas salas, porém o professor havia passado mal, então iríamos ter aula vaga.
- Olha Jhennie, pelo menos uma notícia boa...se bem que o professor está mal né
Eu digo com uma certa culpa, por estar comemorando o passar mal do professor, pelo menos aquilo gerou aula vaga.
- Aah que se dane também, pode até cair um balde cheio de tijolos na cabeça dele que eu não vou me dar a mínima, apenas se vai ter aula ou não Ksksk
Ela fala aquilo num ódio natural, é até engraçado de ouvir, nós damos risadas juntas, enquanto nossa sala está um caos.
Nossa sala fica um completo terror dos professores, são cadeiras voando, poderes correndo a solta pela sala, enfim, nossa sala é incrível. Os meninos se batem e se xingam, se matam e tudo porém continuam sendo amigos, isso é legal.
Eu estava sentada na mesa de Jhennie observando as pessoas, e ela estava em pé, na minha frente, enquanto falava alguns comentários ilários sobre nossa sala e eu apenas os melhorava, os deixando mais engraçados, enquanto quase morria de rir.
Porém de repente, sinto um aperto no meu peito, sinto um nó na garganta, um pequeno tremor nas minhas mãos, olho para a porta esperando algo ruim, e aparentemente assustada, já que Jhennie me perguntou o que estava havendo comigo.
Percebi de canto de olho que Amay, estava nos observando, já que ela não tinha nenhuma outra amiga ou amigo próximo. Um olhar curioso era notado vindo dela, ela olhava para meu estado estranho e para a porta.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Coração De Gelo
FantascienzaKassy, uma garota anormal de 16 anos passa sua vida em uma "escola de anormais" depois de um acontecimento indesejado. Ela tem poderes sobre o elemento de gelo e o pode controlar. Nessa escola, ela encontra seus futuros amigos e companheiros que tam...