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Capítulo 18
Os dias naquele lugar passavam muito devagar de maneira que todos ficavam extremamente entediados. Não demorou muito para que todos começassem a se entreter com qualquer coisa que pudessem. Maria gostava muito de se ocupar na horta e passou a cozinhar, uma vez que se negava terminantemente a comer o que Patrícia preparava. Estevão continuava dormindo no desconfortável sofá. Estava empenhado em puni-la mesmo que isso significasse estar sendo punido também. Curiosamente, Maria não tinha pesadelos há cerca de cinco dias. Passava a maior parte do tempo com os filhos. Esta situação de sobrevivência serviu para uni-los de forma mais intimista já que a rotina deles sempre foi regada a cerimônias como se eles pertencessem à família real britânica, mas ali eram só pessoas convivendo. Daniela fazia algumas limpezas muito pontuais e sem muita destreza. Fabíola vez ou outra buscava lenha para o fogão velho onde Maria trabalhava. Bruno, Estevão e Heitor se ocupavam de trabalhos mais duros que demandava força física. Nada que Patrícia não fizesse muito melhor. Ela tinha muito mais experiência, é verdade. Já havia se passado uma semana e eles não tinham evoluído muito no seu plano de voltar para casa. No começo até se sentiram otimistas, mas agora o desespero começava a tomar-lhes a mente. A Ordem continuava patrulhando as estradas. Patrícia os via de longe sempre que ia à cidade, mas eles não iam atrás dela porquê sabiam que a van pertencia a uma moradora local. Até onde lhe constava, a Ordem não tinha conhecimento de que Patrícia estava viva e por isso, ela podia transitar pela cidade. Enquanto isso, Estevão travava uma luta interna para resistir aos encantos da sua esposa. Ele tinha o hábito de observá-la na horta, com um vestido fino que ela trouxera para aproveitar o verão no resort, mas que agora servia muito bem para aguentar o calor no trabalho. Uma vez entrou no quarto para buscar uma muda de roupa e viu-a no banheiro despindo-se para tomar banho, assim como aconteceu a ela também. Ele quis entrar, tal como ela da outra vez, mas pegou a roupa e saiu. Um dia, tomado de desejo, entrou no quarto e viu-a dormir sob a luz da lua cheia. Linda e pálida, trajando somente uma de suas camisolas curtas e sem lençóis para lidar com o calor. Ele quis acordá-la, mas voltou para o sofá. Maria estava sempre quieta, embora passasse bons momentos com os filhos, de quem antes se sentira tão afastada, ainda sofria pela falta do marido. Certa vez o encontrou sentado no sofá lendo um livro qualquer que ele trouxera na mala. Aproximou-se dele e abraçou-o por trás na cabeceira do sofá. Chegou a beijar-lhe o pescoço oferecendo a sua máxima atenção, mas ele apenas beijou-lhe mão e se retirou. Mais de uma vez, Maria o convidou para ficar no quarto com ela, mas ele recusara-se. Nos últimos dois dias, eles já se falavam muito pouco. Quando não tinha nada para fazer, Maria observava as ondas na praia. O céu ainda estava cinzento mas a chuva nunca viera. A vegetação em volta começava a ficar cada vez mais seca. Quando Patrícia estava em casa, costumava evitar ficar na mesma sala com Maria. Ela sequer conseguia olhá-la nos olhos. Os sentimentos de Maria, sobre Patrícia, dividiam-se entre uma profunda raiva e alguma pena, mas nem por um segundo cogitou perdoá-la ou ser ligeiramente mais amável. Na própria casa, Patrícia era, ironicamente, como um fantasma, pois entrava e saía sem dizer uma palavra a ninguém. Nas raras vezes em que abria a boca, era nada mais, para dar alguma instrução sobre qualquer coisa que havia para se fazer na casa ou no quintal. Ela se sentia observada cada vez que movia um músculo do corpo. Bruno também tratava de a evitar. Tentava ficar perto de Fabíola sempre que podia. Talvez quisesse passar alguma mensagem como "somos um casal feliz. Não preciso mais de você". Apesar de ter a casa cheia, Patrícia continuava a sentir-se solitária. Ninguém lhe dirigia a palavra, mesmo quando ela pedia para fazerem algo, apenas assentiam com a cabeça. Daniela era a única com alguma alegria nos olhos. Depois de tanto se recusar, começou a achar o serviço um tanto quanto pitoresco para uma mulher de sua classe social. Estrella e Heitor murmuravam entre si sobre a preocupação que tinham com os filhos por não poderem dar nenhuma notícia.
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San Roman - Português
Fiksi PenggemarEsta sequência se passa 18 anos depois do "felizes para sempre", com o intuito de mostrar que a vezes o ponto final não define o fim de uma história. O conto da mãe que se transforou em madrasta para recuperar os filhos deixou muitos fios soltos e o...