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彡★ Capítulo 14, Revelações:
— Como? — Meu corpo inteiro, desde o dedão até o último fio de cabelo, ficou gelado. — O-o que você quer dizer com... Rosa, o que você está escondendo? — minha voz estava firme, aos poucos minha cabeça processava a informação: mais Astris, mais livros... o que aquela criatura estava fazendo?
Rosa voltou a roer as unhas, ganhando tempo enquanto procurava as palavras certas para falar. Devagar, segurei o pulso de Rosa e fiz com que ela abaixasse a mão, colocando-a sobre a outra em cima do colo.
— Rosa, eu te contei tudo o que eu sabia. Não podemos ter segredos. Eu preciso saber o que você sabe, caso queira a minha ajuda. — olhei nos seus olhos, minhas mãos estavam tão suadas que precisei escondê-las ao lado do meu corpo.
Em contrapartida, Rosa continuava a olhar para todos os lugares, menos para mim. Nunca vi uma fada tão desconcertada, o que também me deixou desconcertada. Habitualmente, eles são tão frios e impassíveis, mesmo nas piores situações. Rosa ficou assim por uns quinze minutos, parecia confusa, preocupada e furiosa, tudo ao mesmo tempo. Por fim, ela balançou a cabeça, fechou os olhos por alguns segundos, depois os abriu e começou a falar.
— Eu sabia que, ao abrir aquele livro, você seria trazida aqui para dentro. Na verdade, eu fui à mansão do duque de Limethorm já sabendo da existência dele.
Assenti, encorajando-a a continuar. Minhas unhas se cravaram tanto no tecido que estava sobre minhas coxas que eu podia senti-las na pele.
— Eu não sei como aconteceu exatamente, mas parece que aquele livro já estava na mansão há muito tempo... Aos poucos, hóspedes Astris começaram a desaparecer, até mesmo senhoras da corte do duque, e nós não sabíamos para onde elas estavam indo...
Percebi o feminino empregado nas frases. Rosa estava o tempo todo puxando o polegar com a outra mão, uma tentativa de se autorregular.
— Foram todas mulheres? — perguntei.
— Sim. — Rosa afirmou.
— Todas Astris? — perguntei novamente, e Rosa mordeu o canto da bochecha.
— Eu não sei. Não percebemos que humanas haviam desaparecido até algumas criadas relatarem.
Foi como se uma agulha gigantesca tivesse atravessado meu cérebro de um lado para o outro. Minha visão começou a ficar emaranhada.
— Quantas? — tentei manter minha voz baixa, estava ofegante. O quanto a vida humana era descartável para os Astris? Eles não haviam percebido que as criadas estavam desaparecendo? Somos por acaso máquinas que podem ser facilmente substituídas? Recordei-me da gripe de Phooka que Leaf me contou e como o duque mandou trazer mais endividados para tomar o lugar dos mortos.
— Não dá para saber. Eu... eu acredito que existam outros livros, porque só tem eu e agora você aqui. Eu procurei, antes do meu casamento com o sultão, procurei por todos os cantos desse palácio, algumas das mulheres desaparecidas, mas não achei ninguém. Eu até pensei que... se por acaso, Xariar as havia... matado. E agora que aquela criatura disse que, se você morre no livro, é uma morte definitiva... — ela ficou pensativa. — Eu entrei no livro com esse objetivo, resgatar. Mas, agora vejo o quão burra fui, eu achava que era uma magia simples de aprisionamento, mas é bem pior do que isso... — seus olhos se encheram de lágrimas, e ela mordeu o lábio inferior com mais força para tentar contê-las com a dor. — Meu pai me alertou que essa magia era perigosa, mas eu não lhe dei ouvidos.
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O feiticeiro e o deserto.
FantasyTorthaí é um lugar pertencente ao domínio dos Astris, uma espécie de fada. Jade, uma jovem humana que após ser levada para trabalhar na mansão do um duque de Limethorm, um Astris, por conta de uma dívida, acaba descobrindo um livro que ao abri-lo, f...