48. O retorno de Henrique Hernandez

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O moreno tomava um banho quente em sua ducha de dois jatos, havia plugado seu iPod nas caixas de som, se é uma coisa que o moreno gostava era de música, principalmente músicas das ilhas hispaniola. Sua mãe era uma dominicana e seu pai brasileiro, se conheceram quando Arthur estava fazendo algumas conexões com empresários. Ele conheceu Floor em uma festa local, na qual era uma conhecida cantora.

Durante o tempo de conexões das empresas, Arthur conheceu ainda mais a Floor, o que acabou gerando aquele amor de verão inesquecível, na hora de dizer adeus, pois as empresas já haviam fechado acordo, o brasileiro não queria ir embora sem a dominicana e a chamou para viver com ele. Floor Hernandez não recusou a proposta do moreno e partiu para terras distantes.

Após dois anos de namoro firme, cantando em alguns locais encontrado por Arthur para a mulher que amava música, pois segundo ela, a vida sem música não era vida e cantar alegrava a alma, eles tiveram Henrique. O jovem Henrique passava a maior parte do tempo no Brasil e visitava seus avós na República Dominicana quando haviam festas de reunião familiares. Henrique cresceu em um lar amoroso e repleto de alegria. Tinha a pele bronzeada de seu pai, mas os olhos cor de safira da mãe, com um cabelo castanho na raiz e loiro nas pontas. Algo que Henrique adorava era fazer esportes radicais, escalar, fazer trilha, surfar, andar de bicicleta e qualquer outro esporte que levasse sua adrenalina as alturas, sempre com um sorriso no rosto ninguém imaginaria que já viveu uma perda drástica.

Quando Henrique completou dez anos seus pais saíram em uma outra viagem de negócios nas ilhas caribenhas, o avião deu um problema nas turbinas e se perdeu no mar. Passaram anos e jamais foi encontrado vestígios do avião ou mesmo dos corpos de seus pais. Tivera que assumir a empresa da família cedo, precisando tomar uma postura mais séria.

Nesse exato momento, Henrique encontra-se no banheiro, refrescando-se, pois em breve voltaria ao Brasil, após ter fechado acordos com duas empresas internacionais de obra de arte, ele regressaria para o Brasil. Os negócios da família Hernandez eram versáteis, antes com seu pai, era focada na indústria automobilística, até ganhar maior terreno e exposição, o objetivo das empresas do pai sempre foi conseguir o maior controle global dos produtos e matérias primas, assim poderiam enriquecer o Brasil ainda entendido pelas outras empresas como um pequeno país de terceiro mundo. Seu pai sempre quis mostrar a riqueza de seu país e para isso se esforçava ao máximo para aumentar o PIB, pois Arthur sempre teve gosto por ser brasileiro. Algo que Henrique acabou herdando, ele queria que todos pudessem conhecer um pouco mais da cultura e obra artística brasileira.

Enquanto relaxava em seu banho, Henrique cantarolava uma de suas músicas preferidas de um cantor dominicano-holandês, Rolf Sanchez que para ele era um vício e precisava ouvir todos os dias de manhã a música com estilo de salsa. Henrique dava alguns passos no banho e utilizava o condicionador como microfone:

Que se siente, olvidarme que se siente

Hacer sufrir a uma persona

Como lo estás haciendo ahora

Que se siente, olvidarme que se siente

Arrancarme de tu boca

Quién te está besando ahora.

- Henrique, você canta muito mal. – dizia a voz entrando no banheiro, era uma moça de cabeleira longa e castanha, aproximando da pia de mármore para escovar seus dentes, enquanto o outro fazia uma careta e dizendo com gestos de mão que havia ficado louca. Logo atrás dela, aparecia um homem alto, porém não muito forte de toalha presa na cintura.

Segredos | Elliot HellsOnde histórias criam vida. Descubra agora