N/I
Olá! Decidi na minha cabeça que postaria algo legal quando atingisse 500 seguidores, então aqui estou.
Amo essa fic com todo o meu coração.
É uma oneshot, isso é um milagre...
Não tenho me sentido bem recentemente, e ter entrado em contato com ela após esquecê-la por mais de um ano me fez sentir melhor.
Obrigada pelos 500! <3
Por favor, comente e me deixe saber se você gostar.
🦆
Nadando
Era madrugada.
Bem, para ser mais preciso, a hora do demônio: as famosas três horas em ponto da manhã. Mas, ao contrário do que possivelmente qualquer outra pessoa estaria fazendo à uma hora dessas (como jogar o tabuleiro Ouija, Charlie Charlie, jogo do copo, ou simplesmente praticar o grandioso ato de dormir), estou planejando invadir um ginásio abandonado.
Há exatos oito anos, seis meses e quinze horas e trinta segundos, contados com a ajuda das anotações na agenda do celular, eu entrava pelos portões do grande Ginásio Hansa Swim com os meus razoáveis dez anos de idade, segurando a mão da minha mãe e com uma mochila azul do Peixonauta nas costas, onde estavam os meus óculos de lentes espelhadas, máscara de mergulho e a touca azul, da mesma cor da minha sunga de patinhos amarelos.
Eu tentei convencer a minha mãe de não comprar a sunga dos patinhos amarelos por já ser um homem crescido e formado, mas ela não me ouviu. Entrei confiante, e apesar de ter sido zombado em razão da sunga nada adulta — eu não sei porque crianças desejam crescer tão rápido — me encaixei rapidamente na turma.
Consegui me tornar bom no quesito nadar. E o meu favorito sempre seria o nado livre.
A minha mãe me acompanhou por muito tempo quando não tinha que trabalhar o dobro que trabalhava para conseguir pagar pelas minhas aulas. Na época, eu achava que estava tudo bem com isso, com o seu sacrifício. Hoje vejo que era um luxo que eu não poderia me permitir ter.
Passar pelos portões enferrujados e velhos do antigo Ginásio Hansa Swim após tantos anos é consideravelmente nostálgico, e surpreendente como esses portões não cairam na minha cabeça. Como eles eram capazes de se manter de pé mesmo sem verem uma graxa ou um óleo há, no mínimo, seis anos?
Eu podia imaginar todas as crianças correndo de um lado para o outro, saindo da piscina olímpica imensa, saltando sobre a arquibancada. Sabia que dentre as regras estava inclusive que nenhuma criança idiota deveria correr pelo piso molhado. O som da água e dos corpos se atiram sobre ela, logo se movimentando, nadando e nadando, até alcançar a outra borda, estava vivo em meio à uma piscina completamente vazia sendo iluminada por poucas luzes que eu mesmo tratei de acender.
Por mais que eu quisesse não sentir saudades daquela época, era inevitável. Era só eu ver uma piscina que eu sentia que deveria estar nela. A água certas vezes fez parte de mim e do meu corpo.
Sentei no bloco de largada e mergulhei metade dos meus pés na água exageradamente gelada, imagino que o aquecedor esteja desligado. Eu me lembro de quando reclamava com o professor sobre como eu odiava quando estava frio, e a água congelando. Eu odiava o fato do ginásio fechar quando o inverno rigoroso batia à porta. Era irritante, eu ficava inconformado, preso na casa da minha avó e encarando as janelas pensando quando veria uma piscina novamente. Um pouco dramático, eu diria.
Completava muito tempo que eu não nadava. Não pratiquei nenhuma modalidade da natação desde então: nem a livre, nem a borboleta, nado costas, peito. Nada. Absolutamente nenhum deles. Fico inseguro todas as vezes em que penso em tentar qualquer tipo de nado. É agoniante olhar para a água e se dar conta de que, notoriamente, não há certeza se poderá sair de lá caso entre.
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PAPERDUCKS | MIN+JOONG
FanfictionEm uma piscina invadida durante a madrugada, Mingi, um invasor rebelde, vê sua vida mudar quando se depara com Hongjoong, cujos cabelos azuis brilham sob a água em contraste com o vestido rosa que ele usava. Mesmo relutante em se envolver com piscin...