Naquela noite de chuva, Mafuyu se encontrava na calçada de uma rua vazia, iluminada apenas por postes fracos e as luzes que vinham de outras residências.
Um pouco de conforto, Isso era tudo que ela precisava, um abraço, um colo para chorar, um ombro amigo, alguem que fosse escutar sua angustia. A dor que a garota sentia parecia inexplicável, ela chorava cobrindo os olhos com as mãos, soluçando durante o choro.
Mafuyu ainda não completamente entendia como chegou a essa situação. Se sentia sem chão após ter saído da casa de sua mãe e ficava ainda mais desolada ao lembrar que não pôde fazer nada para, talvez, convencer a mãe de que nada do que a filha fazia era ruim quanto ela pensava. Bom, tentar ela havia tentado, mas na posição em que estava agora parecia não ter feito valer a pena. Tudo o que ela queria agora era uma segunda chance, voltar para casa e esquecer tudo o que tinha dito.
Essa confusão que se passava na cabeça de Mafuyu, enquanto ela se lamentava na chuva que mais fazia ela sentir frio e solidão, chorava e murmurava pra sí mesma, que tudo havia sido culpa dela e nada disso teria acontecido se ela tivesse feito o que sua mãe pedia, se tivesse ficado á favor dela.
Mafuyu ouviu passos apressados vindos em direção aonde ela estava, tentou limpar um pouco das lágrimas e ver a pessoa que se aproximava
— K-Kanade? — perguntou com a voz trêmula
Kanade, com uma cara de confusão olhando nos olhos sem expressão da garota que chorava na chuva, procurando uma resposta, chegando mais perto da outra.
— Mafuyu?, Você tá bem?!.. — Kanade faz a pergunta de forma tão supérfula que nem aguarda por uma resposta.
— ...Quer um abraço? — Kanade dizia olhando nos olhos de Mafuyu.Mafuyu não conseguia responder. Todo seu corpo tremia de frio e nervosismo, Kanade via o estado que estava, os olhos marejados e a cara mais inchada possível. E Kanade parecia ve-lá por dentro também, parecia ver a criança perdida que chorava desesperadamente.
Sem ainda saber o que realmente aconteceu
Kanade á ofereceu um abraço .A mais alta, se aproximou e deitou a cabeça sobre o ombro de Kanade e se soltou aos poucos para chorar no conforto de sua amiga.
— ...Kanade, eu... Eu falei com ela! Minha mãe...Mas ela — Mafuyu tentava explicar a outra o que havia ocorrido e era interrompida pelo próprio choro.
— ...Mafuyu, com calma, eu estou aqui pra você. — Kanade dizia fazendo carinho nas costas da outra em uma tentativa de acalma lá. — ... O que houve?
— Minha mãe, ficou muito brava... Ela pareceu triste... Mesmo assim Eu...! Será que tudo isso é culpa minha?.. — Mafuyu dizia com a voz falha, abraçando a cintura de Kanade, procurando um pouco mais de proximidade entre as duas. — Eu.. não sei mais nada agora... — disse enquanto apertava mais o abraço junto da mais baixa.
— ... Está tudo bem, Mafuyu. Nada disso é culpa sua. — Ela começava a fazer carinho nos fios de cabelo roxos da outra - Nada disso é culpa sua.
— Eu tento acreditar que a culpa não é minha mas... Ela.. Minha mãe, se ela chora é por minha causa!... Eu sou tão ruim... — A mais alta apenas jogava palavras esperando que Kanade a entendesse. — Eu nem sei.. Por que eu ainda tô aqu--
Suas palavras foram cortadas quando Kanade colocou uma mão para tapar sua boca, fazendo os olhos das duas se encontrarem.
Os olhos de Kanade, marejados, encarando o próprio reflexo nos olhos de Mafuyu.
— Você não sabe o quanto me machuca ouvir você falar essas coisas. — as palavras de Kanade faziam Mafuyu repensar o que disse.
— .. eu sinto muito que tenha sido assim.. ela quem deveria sentir culpa não você, Mafuyu. — a voz de Kanade estremeceu, fazendo Mafuyu realizar que sua amiga chorava em sua frente.
— Me desculpa, Kanade.. — Mafuyu disse enconstando a cabeça no ombro da mais baixa, ainda fazendo um simples carinho em sua cintura — Eu não queria te fazer chorar, Me desculpa, K... — as lágrimas escorriam pelo rosto da de cabelos roxos.
Os braços de Kanade foram em direção a cintura de Mafuyu, apertando um pouco em busca de carinho, que foi concedido quando Mafuyu a aperta ainda mais no abraço.
— Não pede desculpas... — Kanade colocou pra fora uma voz triste e sem jeito naquele momento. — Não vou aceitar suas desculpas, você quem tem que se auto-desculpar por falar uma besteira dessas.., você não tem culpa, Yuki.
Naquele momento aquelas palavras pareciam tudo que Mafuyu precisava pra entender o que Kanade estava sentindo. Aquele abraço... mesmo na fria chuva, conseguia fazer Yuki se sentir aquecido. Ela não sabia oque dizer sobre essa situação inteira, chorar nos braços da pessoa que amava, ela queria falar tudo para Kanade, tudo o que realmente sentia. Depois de um curto silencio durante o abraço Mafuyu diz:
— por você, eu posso admitir que isso não é culpa minha mas por favor, não chora, eu me sinto um idiota te fazendo chorar. — ela depositou um beijo na testa da outra.
Kanade tinha os olhos levemente avermelhados, lábios vermelhos e bochechas rosadas por conta do choro. Mafuyu admirava quão bonita ela era até chorando, foi tirada de seus pensamentos quando Kanade a chamou.
— Você... — Kanade disse sem continuidade, apenas olhando para o rosto de Mafuyu, que agora tinha uma expressão calma e atenta diante da mesma, prestava atenção no que ela poderia falar. Kanade abre um sorriso e diz — Quer ir até minha casa? Podemos fazer chá enquanto conversamos sobre alguma outra coisa.. — Kanade soltava a cintura de Mafuyu e seguia para segurar as mãos da mesma.
— Claro... — Mafuyu deixava ser tomada pela mão por Kanade.
Juntas seguiam em direção a casa de Kanade que não era muito longe de onde estavam. Mafuyu não conseguiria explicar quão mais calmo ela estava após a serie de carinhos que recebeu da garota de cabelos brancos. Naquela noite era tudo de que precisava.
— Obrigada por.. Me acolher.. desculpa ter aparecido do nada. — Mafuyu começou a se justificar assim que entrou na casa.
Kanade abanou a cabeça para os lados, sorrindo curto, dizendo:
— Tá tudo bem — falou com firmeza e doçura - Só quero que fique bem.
Essa garota.... Sabia quão doce conseguia ser? Suas palavras reconfortavam Mafuyu, tudo que ela fazia despertava um sentimento em Mafuyu de que tudo ficaria bem, ela precisava mais disso.
— Não quero que fique doente, Mafuyu por favor, fique a vontade para tomar banho e trocar de roupa — A dona da casa dizia enquanto organizava algumas roupas maiores para que sua visita pudesse vestir.
Mafuyu a olhava, agir de forma tão atenciosa. Suas roupas aindas estavam encharcadas por conta da chuva que haviam tomado, Kanade poderia estar até com mais frio que Mafuyu mas mesmo assim pensou nas necessidades da outra primeiro. Kanade exalava bondade e isso fazia Mafuyu adora-la.
Antes que Kanade fosse para cozinha preparar o chá, Mafuyu perguntou:— ei, Kanade... Pode me abraçar?.. — Mafuyu precisava sentir o conforto da outra denovo.
Kanade sorriu bobo e se aproximou ao ouvir o pedido de Mafuyu — Posso. — Ela entendia que precisava confortar sua recém chegada e aceitou o pedido. Se aproximavam para mais um abraço onde, Mafuyu mais uma vez se deixava relaxar nos braços de Kanade.
— Eu não sei o que eu faria sem você... — As palavras que escaparam da boca de Mafuyu deram voltas na cabeça de Kanade.
Depois de uma noite conturbada tudo que elas precisavam era descansar, beber chá e conversar sobre qualquer assunto minimamente interessante,
Mafuyu não se importaria de passar o resto de seus anos ali, apenas naquele conforto.
•••
Notas finais:A oneshot teria a se passar no ultimo capitulo de 'goodbye to my masked self'
Essa é a primeira oneshot que publico, espero ter ficado boa e peço perdão por qualquer erro.Fico feliz que tenha chegado aqui :)
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' Conforto : Kanamafu oneshot
FanfictionKanade encontra Mafuyu chorando sozinha e tenta conforta-la. ou Mafuyu se sente culpada e procura conforto em Kanade.