Prólogo

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"Essa festa será melhor do que todas que já fui!" foi o que falei à Bruna pelo celular antes de sair de casa. "Não se anime muito, você pode se decepcionar", ela respondeu. Mas eu sabia que deveria esperar algo a mais da festa, por vários motivos, e um deles é que eu iria viajar com o mais lindo dos estagiários que meu pai poderia ter. Minha única intenção era viajar ao lado dele mas, depois que me despedi da minha mãe percebi que não era essa a sua intenção.

- Você está muito linda - Ele falou.
- Obrigada! - Respondi envergonhada.
Segundos depois ele já estava me beijando.
Seu beijo era quente, seus lábios, macios, suas mãos sabiam exatamente onde e quando tocar.
- Nós precisamos ir - Falei quando, com muita relutância, me afastei.
- Acho que sim.
Ele abriu a porta do carro para que eu pudesse entrar, eu fiquei admirada com a capacidade que ele tinha de demonstrar sua perfeição em menos de um minuto.
Então ele também entrou no carro.
- Você é mesmo educado ou só quer impressionar? - Perguntei.
- Educação? Esse é o meu segundo nome - Ele respondeu com orgulho.
- Me desculpa, nem perguntei seu nome.
- Tudo bem, eu nem te dei tempo pra perguntar. Meu nome é Frederico, ou Fred.
- Ah. Você já sabe meu nome né?
- Sei, é Lexa. Seu pai fala muito de você nas horas vagas.
- Por favor me diz que ele não me chama de bebê!
- É ele chama - O Fred riu.
- Céus, que vergonha.
- Eu acho fofo - Ele falou ainda rindo - Mas confesso que você não tem cara de bebê. Nem corpo.
Senti minhas bochechas corarem.
- Você fica muito linda com vergonha.
- Ah, nossa, ninguém nunca me falou isso.
E assim nossa conversa foi ficando cada vez mais agradável, e quando percebi já era noite e estávamos na porta da casa do meu pai.

- Sua conversa é tão interessante e agradável, essas 6 horas passaram muito rápido - Ele falou.
- Eu acho que falo tanto que chego a ser chata.
- Nada disso. Você é meiga, carinhosa, alegre, engraçada e tem o beijo perfeito.
- Você sabe como me deixar com vergonha né?
- É que como eu já disse, você fica linda com vergonha.
- Ahã sei. Mudando de assunto, será que você poderia me beijar só mais uma vez?
Ele se aproximou, encostou os lábios nos meus mas não me beijou. Então começou a distribuir beijos em meu pescoço, me dando arrepios.
Quando eu estava praticamente suplicando para que ele me beijasse ouvi o barulho de um portão abrindo e de súbito me afastei do Fred.

- Leh, Fred! - Meu pai falou quando nos viu.
- Pai! Como você soube da nossa chegada?
- Ouvi o barulho do carro e como vocês não me chamaram vim ver se está tudo bem.
- Está tudo bem - O Fred falou.
- Vocês estão muito cansados ou ainda conseguem ir em um churrasco? - Meu pai perguntou enquanto entrávamos em casa.
- Eu não estou cansada - Respondi.
- Eu também não - O Fred falou.
- Então vamos.

Só esperamos meu pai pegar umas bebidas e saímos.
Chegando no local onde seria o churrasco cumprimentei algumas pessoas e fui procurar a Emilly.
- Leh! - Ela quase pulou em mim quando me viu.
- Ei, tenho que te contar umas novidades.
- É sobre o Fred né?
- Como você sabe?
- Eu te conheço há onze anos, e o jeito que você estava olhando pra ele, parecia dizer: queria que todos sumissem para eu poder te beijar.
- Estava tão evidente assim? - Perguntei tapando o rosto com as mãos.
- Não, ninguém sabe ler olhares como eu.


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