Era dia nove de setembro de 2023, mais especificamente aniversario do meu ex, pai do meu filho. Ele me bloqueou porque não lembrei do aniversário dele. Aquele dia eu estava decidida a sair, ir para o pagode ou para a balada gay. Estava leve e plena, feliz. Fiz faxina na casa, deixei ela trincando enquanto colocava músicas que ajudassem a enaltecer ainda mais minha autoestima. Estava me sentindo bem, mas ao mesmo tempo uma ansiedade diferente. Estranhei. Sentia que algo ia acontecer. Temi. Cogitei não sair aquele dia. Estava em dúvida entre balada gay ou pagode. Estava com saudade de dançar músicas pops, então minha decisão estava quase pendendo para ir em uma no centro da cidade. Chamei uma amiga que toparia ir em qualquer lugar que eu quisesse. Chamei meu primo e ele quem deu a luz: "Vamos no santo duda". Pensei, é la mesmo que vamos então. Enquanto tomava banho, novamente aquele sentimento. Fiquei um pouco aflita, porém ouvi uma voz: é algo bom, vá! Vá! Decidi ouvir essa voz. Aquele dia demorei a escolhei a roupa, senti que precisava estar confortável, mas bonita. Acabei escolhendo a mesma de sempre, saia de couro preta e cropped preto. Sequei o cabelo, pranchei, abusei da maquiagem e fui. Sentimento enquanto ia era de: Hoje é o meu dia.
Preciso informar um detalhe muito importante antes de prosseguirmos com essa historia. Novembro de 2022, enquanto ainda lidava com um luto, o da minha mãe e um rompimento de 8 anos. Eu baixei o tinder afim de tentar amenizar o sentimento de vazio que me dominava. Conheci um cara, seu nome? Guilherme. Bonito, meio estilo surfista, 26 anos, aparentemente um cara alto-astral e good vibes. Dentre todos ali, ele foi o que me chamou mais atenção naquele dia. Conversamos, porém naquele sábado eu sai com um outro do tinder. Um também no estilo parecido do Guilherme. Aparentemente eu estava desejando alguém que fosse "evoluído" (como se por foto a gente pudesse notar isso, ne?). No outro dia, acordo com mensagem de bom dia dele, me convidando para um churrasco em sua casa. Eu fui. Nos beijamos muito, conheci sua mãe, transamos. E foi um dia muito bom. Me apeguei. Me apeguei num nível doentio. Eu ainda lidava com morte, perdas, fim, então eu não estava bem. E ter tido uma química muito boa com alguém nesse meio tempo foi suficiente para uma paixão doentia. Fiquei doente, maluca, obcecada pelo Guilherme. Eu desejava com a minha vida mais da dose de dopamina que ele me deu naquele domingo. Eu precisava disso para me livrar do vazio. Mas o Guilherme, so queria curtir, ou melhor so transar. Não queria se apegar. Mesmo com medo de uma relação vazia, eu queria ele do mesmo jeito, e estava tudo indo "bem", aparentemente Guilherme, ia me chamar mais vezes e assim eu poderia suprir aquele vazio, mas enquanto estava na espere, a agonia, mas fora isso estava tudo bem, Guilherme me respondia (5 horas depois) e estava tudo bem. Até o momento que meu ex o ameaça. Ele então me bloqueia em tudo. Encerrando o contato de forma brusca. Impedindo que acontecessem os próximos encontros que so existiam na minha mente. E nem mandando um textão se explicando ele desbloqueou. Mais uma perda. Sofri. Cogitei até me matar. A minha vid estava tudo indo de mal a pior. Mas eu tinha que ser forte, eu tinha um filho. Tentei me reerguer, mas a paixão ficou mais forte e nada saudável. Eu o stalkeava 24 horas, era um vício, na minha cabeça aquela química toda não foi à toa. Eu queria mais. E mais. E eu alimentava uma ilusão de que ele sentia o mesmo por mim, e não falava por medo. Era so isso. Medo. A obsessã ficou pior quando coincidentemente esbarrei com ele numa praça no ano novo, não nos falamos, mas nos olhamos de longe. Ficou pior a ponto de eu começar a frequentar os lugares que ele ia, como o Santo Corcovado, que fui naquele 09/09. Todos os meses desde fevereiro eu ia na esperança de me esbarrar com ele, mas não, nunca acontecia. Eu coloquei na minha cabeça que a gente tinha que se ver de novo, que tinha um proposito. Tinha dias de eu ter momentos de lucidez e falar que era loucura, mas voltava a ir, e eu estava gostando do lugar, me sentia em casa.
A insistência da minha parte foi tanta que ele começou a me responder, mas brigávamos sempre, ele me tratava muito mal, com desdém, mas mesmo assim a obsessão não passava.
Eu pensava: "Quando eu o ver, vou entender o motivo de tanta paixão"
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Historia real em tempo real
RomanceEssa é uma historia de amor (ou não) em tempo real, acompanhem comigo o desenrolar