Quebrando Barreiras

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EMMA

Estava sentada na sala sozinha assistindo um filme e comendo brigadeiro de panela, a Jenna estava com sono e acabou dormindo, e eu fiquei aqui com a minha insônia. Ouvi passos apressados na escada e olhei.

- Filho, calma ae. - Falei brincando.

- Pensei que você estava dormindo. - Ele falou assustado.

- Eu deveria, mas estou com insônia. Senta aqui comigo, pelo jeito você está com insônia também.

Arthur veio meio desconfiado e se sentou do meu lado. Fiz questão de abraçar ele, e senti que ele estava meio tremendo ou nervoso.

- Está tudo bem? - Perguntei a ele.

- Só estou tendo um surto silêncio. - Ele comentou e eu ri.

- Está surtando por que? Você e sua irmã brigaram de novo?

- Se eu te contar, o seu surto vai ser ainda pior e ainda corro risco de morrer. - Queria saber porque meus filhos são tão exagerados.

- Fala logo, você sempre me conta tudo da sua vida, até que é Bv. - Falei rindo.

- Então... eu era, não sou mais.

- Mentira, conta tudo. Beijou uma garota ou um garoto? - Eu nunca cheguei a perguntar a orientação sexual dos meus filhos, mas eu acho que o Arthur é Bi e a Cecília é lésbica.

Acho que na família os únicos que são héteros é a Lauren e eu acho que o Miguel também, apesar de ser pequeno, ele entende bem as coisas.

- Beijei uma menina, só não conto quem porque se não você surta.

- Anão filho, hétero? Sério? - Brinquei.

- A mãe, só porque sou sensível e sentimental eu deveria ser gay?

- Claro, é crime ser Hétero. - Brinquei. - Me conta tudo, agora.

- A Cecília me beijou...

- Não é possível, dois filhos Héteros? É demais para meu coração. - Comentei

Não era segredo para ninguém que essa briga iria dar nisso, eu suspeitava da orientação sexual deles, mas sempre olhava o jeito que se tratavam. A Cecília tem o mesmo gênio que o meu, tudo que eu fazia com a Jenna no passado, ela dava um jeito de fazer com o Arthur.

- Oi? Você está surtando por isso? - Ele perguntou indignado. - Nós somos  irmãos, pensei que você iria ficar puta e surtar, porque eu estou surtando. Não sei o que deu na Cecília.

- Eu não sou ninguém para julgar vocês,  foram criados como irmãos, mas não tem o mesmo sangue, e no fundo sempre desconfiei um pouco dos sentimentos de vocês.

- Se a mãe Jenna descobre, ela vai ficar puta. - Ele falou levando as mãos a cabeça.

- Que nada, ela que desconfiava de vocês antes mesmo de eu perceber.

- Meu Deus, o que eu faço?

- Filho, só sente e faz o que tem vontade. Tenho orgulho de ver o homem que você se tornou, um homem maravilhoso que sabe respeitar as mulheres, que é doce, sensível, tem sentimentos reais. - Abracei ele. - Se você gosta da Cecília, conversa com ela sobre o beijo.

- A mãe, é complicado... Ela é super experiente, já beijou muitos caras naquela pista de skate, já deve até ter transando, e eu sou só o Arthur. Eu dei meu primeiro beijo hoje, só fico em casa, não tive relacionamentos.

- Você é igualzinho a sua mãe, a Jenna era lerda assim como você. - Comentei rindo.

- Eu vou me deitar, preciso pensar.

- Amanhã vamos todos almoçar na casa da sua avó, vamos reunir  os amigos e acho que é a hora certa para você conversar com a Cecília.

- Eu vou pensar, prometo. Eu te amo, mãe. - Ele beijou minha bochecha.

- Eu também te amo, meu filho.