Poucas palavras

Cap V

_Espero um dia ganhar de forma justa, falei como um comentário e meta que espero cumprir
_Claro, e obrigada, afinal você me salvou hoje! Eu não sei onde eu estaria se não fosse por você! Falou com seu rosto levemente rosado e um sorriso nos lábios
_Capaz isso não dá para considerar salvamento, disse sem graça
_Claro que dá, você é meu herói a partir de agora! Respondeu o que me fez corar um pouco nas bochechas
_S/n? Pensei no chamar 'Será que pergunto?'
_Eu sei que eu devo uma explicação...
_Não! Eu ia perguntar como faço para te ajudar sem cair no sono? Perguntei analisando como tiraria ela dali, claro que pensei na explicação mas não quero exigir isso dela
_Ah, assim! Falou colocando as luvas de volta e segurando em minhas mãos para conseguir se levantar
_Então tocar nas suas roupas não tem problema? Perguntei
_Não, minha pele é o problema. Não posso ter nenhum toque físico, pele com pele.
_Caramba... tentei imaginar como seria não ser tocado por ninguém
_É, um pouco chato! E isso assusta as pessoas de começo, a primeira vez que aconteceu derrubei uma menina e ninguém sabia o que eu fazia, então acharam que eu tinha matado com um toque.
_Crianças são cruéis, respondi lembrando sobre minha infância e até o momento o presente também
_Tem tempo? Perguntou se sentando no banco na rua um pouco antes de chegar nos dormitórios
_Tenho, respondi confuso
_Vou te contar uma história se quiser
_Não precisa me contar se não se sente confortável, disse já sabendo qual seria o enredo
_Tudo bem, não me sinto desconfortável! Quer ouvir? Perguntou estendendo sua mão sobre o banco oferecendo caso eu queria sentar e escutar, ou simplesmente ir embora
_Ta bom, falei sentando ao meu lado
_Vamos começar do começo, respondeu respirando profundamente
_Se em algum momento não se sentir mais confortável, pare, não me importo!
_Minha crianção não foi normal...
_Seus pais também não eram imunes?
_Pais? Perguntou-me fazendo perceber que talvez ela esteja ausente disso _Eu não tenho pais, fui criada em um vidro em laboratório a partir de um DNA modificado dos genes da Midnight.
_Como assim? Perguntei não entendendo
_Não sai da barriga de nenhuma mãe, eu tenho DNA modificado de uma heroína para desenvolver individualidade garantida.
_Ta até aí eu saquei, mas como o DNA é da Midnight?
_Eles coletam material genético depois das lutas e deles criam suas mutações, às vezes não saem com individualidade ou acabam se formando defeituosos.
_Caramba... falei pasmo não sabendo mais o que dizer
_Sou projeto número 03, bem sucedida em individualidade e sem defeito. Mas não sou também o que esperavam.
_Como pode ser isso?
_Minhas células deviam ajudar e render milhões, mas fora do meu corpo é só uma célula morta sem utilidade. Então fui vendida ao governo como utilidade de servir como uma arma.
_Uma arma? Que naturalidade é essa?
'Ela fala isso tão normal que chega assustar...'
_Fui vendida para servir como defesa contra heróis, sou a segurança pessoal do nosso líder de Estado.
_Mas você está aqui?!
_Sim, na busca pelos vilões, os heróis dessa escola me encontraram em uma espécie de tanque que me mantinham constantemente quando não estavam me analisando..
_Analisando o que ?
_Sangue, pele, fios de cabelos, qualquer coisa que pudesse servir como me duplicar.
_Que horror! Falei incrédulo que algo assim acontecia
_Não tenho ninguém, esse nome foi dado por mim mesma e sou algo artificial. As pessoas já me temem o suficiente, o que pensariam se soubessem a verdade? Já me consideram um monstro por eu deixar todos desacordados...
_S/n o que você passou foi horrível.
_Mas eu não passei por nada, fui tudo experimentos.
_Mas você estava acordada quando ...
_Sim, a dor era algo necessário para entender como funciona os humanos.
_Você é humana!
_Talvez sim, mas não do jeito certo. Por isso, estão atrás de mim, precisam da sua arma...
_S/n, eu tenho vontade de te abraçar para te confortar agora...falei sentindo um nó na garganta
_Tudo bem...
_Quantas horas eu ficaria dormindo?
_O que ? Não Shinsou, jamais te deixaria fazer algo assim!
_É que se fosse eu, gostaria de um abraço...falei pensando que meus problemas se tornaram nada perto dos dela
_Vocês estão bem? Perguntou o professor Aizawa encontrando nós no banco perto da sala onde dava para ver os cacos no chão
_Estamos, falei cedendo espaço mas ele recusou estendendo sua mão e sacudindo sua cabeça
_O Shinsou me salvou, disse S/n me fazendo corar um pouco
_Que isso... falei sem jeito
_Mas o que aconteceu? Perguntou preocupado
_Eles me acharam, falou S/n
_Como? Perguntou o professor ficando apreensivo
_Você sabia? Perguntei
_Todos os professores e o diretor sabem, respondeu S/n _Por isso estou aqui, fui indicada pela minha salvadora e portadora do DNA original
_Midnight? Perguntei e ela confirmou balançando sua cabeça em afirmação
_Decidiu contar...
_Não tinha como fingir que era algo normal, afinal não são vilões, são civis. Disse a garota
_Precisamos falar com o diretor Nezu, falou o professor Aizawa
_Precisam me tirar daqui! Respondeu S/n se levantando e ficando frente a frente com o nosso mentor
_Como assim sair? Perguntei confuso com tudo aquilo ainda
_Não é seguro para nenhum de vocês comigo aqui dentro, talvez não seja seguro para ninguém.
_Você acha que ele vai voltar?
_Com certeza, vai se unir com forças e vai fazer as compras aqui...
_Você acha que eles..
_Sim, disse me interrompendo _Acho que aqui seria como uma feira cheia de individualidades fortes e que podem trazer lucros para eles...
_O que faremos professor? Perguntei apreensivo
_Precisamos primeiramente comunicar o ocorrido com o diretor, depois pensar no que faremos daqui para frente.
_Sinto muito, falou a menina se entregando ao sentimento
_S/n, isso estava previsto para acontecer mais cedo ou mais tarde. E mesmo que vá embora, não acho que ele virá só por você como bem disse, falou o nosso instrutor revelando nosso temor
_Vamos então, o diretor precisa saber disso ainda hoje, não é? Perguntou a garota pronta
_Sim, vamos! Disse o professor tomando a frente _Shinsou, volte para seu dormitório, pediu o professor vendo que eu estava os seguindo
_Mas eu ...
_Ele está certo, já te envolvi demais! Falou S/n cabisbaixa
_Por eu saber, não deveria ir junto? Por favor! Pedi
_Mas que fiquem claros que mais ninguém pode saber disso! A prioridade dos alunos é nosso dever! Respondeu nos direcionando para um corredor com uma sala no final dele
'Caramba, todos os heróis aqui! Em um mesmo lugar! Todos sabem, não é? Uau...' foi a última coisa que pensei antes de entrar e a porta atrás de nós se fechar por completo.