Estava pelo menos quatro graus abaixo de zero, do lado oeste sempre ventava mais, desde que Alison descobriu que o elevador do canto esquerdo do andar do refeitório do grande Hospital de Metropolis tinha um andar a mais e o heliponto foi desabilitado porque haviam mais acidentes extras relacionados a altura do que utilidade para o corpo de bombeiros, passava alguns minutos admirando a vista, sentada no meio do enorme "H" pintado de branco apreciando um café e a vista.
Recomendação da psicóloga. A residente tirava pelo menos vinte minutos quando seu turno acabava, antes de ir para casa comprava um café docinho com chocolate e subia até o 46º andar.
Naquela noite em particular as coisas estavam difíceis de engolir. Ela não era uma super heroína de capa e máscara, não tinha superpoderes ou um supersalário para servir de prêmio de consolação, então a vista teria que servir, mais uma vez. Com os três casacos que vestia, além de luvas de couro quentinhas, um presente da mãe que morava no interior, ainda era possível tremer o queixo de vez em quando, quando uma corrente de ar congelante passava por ela, estremecendo todos os ossos de seu pequeno corpo.— Droga! — ela pensou ter ouvido alguma coisa, virou-se, mas não havia ninguém.
Apenas o vento uivava, chacoalhando seus cabelos curtos em direções aleatórias. Sempre saía dali com os cabelos embaraçados, por mais lisos que a decência direta chinesa os deixasse.
— Aquele... Aquele...!!!! — de novo, uma voz distante, mas não havia ninguém por ali. — Canalha! Malfeitor...! Sujo, asqueroso, irritante, careca horroroso!!
Olhou para cima e foi então que conseguiu ver a capa vermelha sacudindo violentamente ao vento. O homem alto e musculoso voava de um lado para o outro, impaciente, o rosto avermelhado. Ele era exatamente como todos que tiveram a chance de vê-lo descreviam; magnífico. Superman parecia resplandecer, ele era enorme e o fato de estar pairando sobre a cabeça de Alison era ainda mais incrível.
— Se eu pego ele... Sempre escapando, sempre... sempre... Argh!! — ele pousou com uma expressão perplexa.
— Se quiser uma sugestão, acho que chamar de feio ajuda.
Surpreendentemente, ele não esperava por ninguém naquele lugar. Clark tinha redigido a matéria sobre o heliponto do grande hospital pessoalmente, não deveria ter ninguém autorizado a subir ali. O alien parou para pensar e acrescentou o xingamento à lista, Lex Luthor não era feio, mas só de poder xingá-lo e como ajudava a adicionar uma nova camada de chateação. Ultimamente estava tão estressado com as fugas do gênio bilionário, não conseguia achar um jeito de mantê-lo preso ou contido, sempre arrumando novas invenções malignas, machucando pessoas. Ele não podia ver mais ninguém se machucar por causa do careca.
— Obrigado, eu acho. — ele riu, suspirando. — O que está fazendo aqui? É perigoso, senhorita... Alison.
Superman estava há uns dez metros de distância, mas ainda conseguiu ler o crachá. A residente demorou um pouco para entender como ele tinha descoberto seu nome.
— Acho que o mesmo que você. — sorriu pequeno, ela tinha que quase gritar para superar os uivos do vento.
Alison resolveu levantar de onde estava sentada e se aproximar, queria ouvir direito o que o alienígena diria, mesmo que fosse uma ordem para sair dali.
— Frustrada? — ele também se aproximou, a voz era sedosa.
Alison não era uma mulher alta. Um metro e cinquenta e oito e cinquenta e nove quilos contrastavam com o porte sobre-humano do herói, Superman tinha lá seus dois metros e mais músculos do que Alison já tinha estudado nas aulas de Anatomia em sua época de faculdade. Aquele não era exatamente o tipo dela, mas os olhos azuis e o pega-rapaz se torna o tipo ideal de qualquer um se você consegue ficar atraente num collant tão apertado assim.
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Três Corações
FanfictionAlison namora Bruce Wayne, um multibilionário e cavaleiro das trevas no tempo livre. A enfermeira do hospital de Gotham City leva uma vida agitada pela manhã e remenda o corpo do namorado pela madrugada, mas tudo está prestes a mudar quando ela conh...