Capítulo único

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No vasto recinto, que mais se assemelhava a uma arena antiga, todos os olhares convergiam para ela. As robustas colunas de mármore escuro erguiam-se majestosamente nas laterais, sustentando uma abóbada intricada de pedras rosadas, cuja suave coloração contrastava com a severidade do ambiente. O chão, um mosaico meticulosamente elaborados com pedras coloridas, prestava homenagem aos grandes feiticeiros e feiticeiras que teceram a história mágica daquele mundo.

Próximo aos seus pés, a figura imponente da Bruxa de Endor emergia do chão, suas feições esculpidas com uma precisão quase real. Era lembrada como a vidente que desafiara os deuses, sua importância radicava na fundação das artes divinatórias naquelas terras.

Abe no Seimei, o onipresente conjurador do Oriente, estava retratado com seus trajes tradicionais, a calma em seu semblante contrastando com a complexidade de sua magia. Ele, que harmonizara os espíritos da natureza com os homens, era o pilar do equilíbrio entre o visível e o invisível.

Morgan Le Fay, a feiticeira que tecera intrigas em torno do trono de Camelot, estava representada com um olhar astuto e enigmático. Sua habilidade em manipular as relações entre os seres mágicos e mortais estabeleceu novos paradigmas para a magia política.

Circe, a encantadora de homens e bestas, Medea, a feiticeira vingativa, e Hecate, a deusa das encruzilhadas, eram representadas em poses que capturavam sua essência e influência na expansão dos domínios mágicos.

Baba Yaga, a temida feiticeira eslava, parecia quase viva com seu olhar penetrante esculpido na pedra, a guardiã dos segredos da floresta e da magia antiga que ainda assombrava as mentes dos habitantes daquele mundo.

Por fim, o semblante sereno de Merlin emergia, seu legado era um farol para todos os praticantes da arte mágica. A pressão sobre ela era imensurável, sendo ela uma descendente direta do legendário feiticeiro. Era o dia da avaliação, um rito de passagem que todo jovem bruxo ou bruxa precisava enfrentar para dar início à sua jornada mágica. Luna sabia que não havia margem para falhas.

Seus olhos percorriam a multidão que circundava a arena, espreitando por entre as sombras lançadas pelas colunas majestosas. Entre a multidão, ela identificou a silhueta familiar de seus pais. Eles se destacavam não apenas pelas vestes elegantes e coloridas que trajavam, mas pela aura mágica e poderosa que emanava deles, como um lume suave que dançava ao redor.

Seu pai, Magnus, era um mago de renome, conhecido por sua habilidade de manipular luz. Vestia uma túnica de seda de um azul profundo com bordados prateados que brilhavam à luz do dia. Sua mãe, Lilith, uma feiticeira exímia, possuía a domínio do fogo, capaz até de assumir a forma de um dragão imponente. Trajava um longo vestido vermelho com detalhes dourados que pareciam chamas bordadas.

Ao lado deles, seu irmão Alberto ostentava uma armadura reluzente, que refletia o sol de forma quase cegante. A armadura, apesar de robusta, era elegantemente desenhada, com gravuras que contavam histórias de batalhas mágicas. Alberto era um bruxo guerreiro, respeitado por nações inteiras, sua fama vinha de sua habilidade em evitar e resolver conflitos com sua magia e força.

Distante deles, em um canto mais afastado, estava sua irmã Catharina. Com longos cabelos roxos e óculos de meia lua repousados delicadamente sobre o nariz, Catharina era o epítome da erudição mágica. Vestia uma túnica longa de um lilás suave, com detalhes intricados em prata e ouro. Era reconhecida por seu trabalho com textos, tomos e pergaminhos antigos, sua habilidade em romper selos e maldições permitiu que um tesouro de conhecimento mágico fosse acessado pelos habitantes daquele mundo.

Luna sentia uma mistura de orgulho e apreensão. Como poderia corresponder às expectativas geradas por uma linhagem tão ilustre? Ela, que carregava um segredo grande e pulsante dentro de si...

O despertar de LunaOnde histórias criam vida. Descubra agora