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Não é um ato de amor se você a obriga

Paris Paloma, Labour

•° 24 de janeiro de 2020 - Três anos atrás °•

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•° 24 de janeiro de 2020 - Três anos atrás °•

Eu sai do banheiro, passando a mão pelo tecido macio do meu vestido. Meu primeiro vestido, eu que havia o desenhado, eu que dei vida a ele, eu estava usando uma peça original minha. Sorri ao prestar atenção nos detalhes das mangas, eu estava tão orgulhosa de mim que mal cabia tanto orgulho assim dentro de uma pessoa só. Vovó e vovô também estava usando um conjunto feito por mim, os dois estavam combinando e cá entre nós, eles estão tão fofinhos.

Voltei para a sala de jantar e fui direto para a mesa de bebidas, pegando um copo e o enchendo com suco de uva, eu estava evitando beber por motivos de... Bem, mulheres supostamente grávidas não podem beber não é?

Ninguém sabia ainda, eu havia descoberto isso a umas duas semanas e estava guardando comigo esse segredo. Como era algo extremamente recente, o médico me disse que não era uma certeza absoluta, só iria confirmar numa ultrassom ou depois de umas seis semanas mas eu estava assustada. Eu havia feito alguns testes de farmácia e todos deram positivo, o que me deixou aflita. De repente sinto alguém tocando meu braço e eu me virei lentamente só para ver Theo ajoelhado com uma caixinha de veludo vermelho em mãos e um anel com um enorme solitário. Ele não ia faria isso... Não, ele está fazendo isso e está fazendo agora.

- Casa comigo?

A enorme sala de jantar ficou pequena, minúscula, meu corpo todo ficou dormente e eu mal conseguia piscar meus olhos e quem dirá responder. Mas o que diabos eu diria além de sim no meio de toda aquela gente? Theo e eu havíamos reatado nosso relacionamento a pouco menos de uns dois meses, depois de idas e vindas ele havia me afirmado que dessa vez não iríamos nos separar.

O que eu não esperava seria um maldito pedido de casamento. Levei uma das mãos até a boca, comprimindo um arfar desesperado que escapou dos meus lábios enquanto eu olhava ao redor. Todos nos olhavam como se tudo fosse perfeito, como se Theo fosse um ser humano descente e eu dona de mim mesma. Mas nenhum de nós éramos as coisas que eu listei.

Eu sou uma covarde do caralho. Mas eu não iria deixar que ele usasse do fator público para me forçar a aceitar algo desse nível.

- Theo... Se levanta. - falei baixinho e ouvi murmuros se iniciando - Se levanta logo Theo! - ergui o meu tom de voz enquanto via ele desmanchar o sorriso do rosto.

- Isso... É um não? - ele riu sem humor nenhum enquanto se levantava e mantinha aqueles olhos raivosos sob mim.

- Isso é um...

Meus olhos encontraram os dos meus avós. O que diabos eu poderia fazer? Eu era a única neta deles, eu era a neta perfeita, a criança que nunca deu trabalho. O que eles fariam se descobrissem o que eu estou sentindo nesse momento?

Fantasize  •° WAGNER MOURA °•Onde histórias criam vida. Descubra agora