"Achados a sete palmas do chão"

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Em uma manhã escaldante no deserto infinito de Sab, Stefanelli estava em seu quarto, observando a paisagem. O calor era abrasador, e a garota refletia sobre os eventos recentes que haviam abalado o reino. No meio desse cenário árido, algo incomum se aproximava.

Uma legião de camelos se aproximava, liderada por guardas que conduziam um camelo pelo cabresto. No lombo do animal, amarrado e com os olhos vendados, estava um garoto de cabelos negros e postura submissa. Stefanelli correu para a janela para ver o que estava acontecendo, sua curiosidade aguçada pela estranha chegada.

Quando o grupo se aproximou dos portões da pirâmide, Maithe deu ordens para abri-los. O garoto foi retirado do camelo e forçado a ajoelhar-se diante da rainha. Maithe pressionou o ombro do jovem, abaixando-o ainda mais, e então tirou a venda que encobria seus olhos. O garoto tinha olhos roxos, semelhantes aos de Stefanelli, cabelos negros, vestia roupas pesadas e escuras, com correntes e ostentava uma pequena orelha pontuda de elfo. Seu corpo era adornado com joias, como piercings e tatuagens, tornando-o uma figura inesquecível.

O garoto era Dante, o verdadeiro Dante. Ele encarou Maithe com firmeza e disse: "Vocês me confundiram! Eu não mandei matar Milan!"

Maithe ficou perplexa, sua expressão oscilando entre choque e raiva. Ela acusou Dante de estar mentindo para a realeza e ameaçou puni-lo por sua suposta traição, deixando Stefanelli e todos os presentes em suspense sobre o que aconteceria a seguir.

A voz de Maithe ecoou pelo salão, cortando o silêncio com uma aura de autoridade. Todos os súditos presentes se mantiveram em completo silêncio, observando a cena com uma mistura de curiosidade e apreensão. Dante estava de joelhos perante a rainha, com olhos raivosos e expressão sofrida. Ele já mostrava sinais de ter sido ferido pelos guardas.

Então, algo extraordinário aconteceu. O garoto começou a abrir a boca, revelando presas afiadas e garras que cresciam rapidamente. Era como se seu corpo se transformasse, ganhando características de um grande mamífero, semelhante a um gorila. Seus olhos ficaram completamente escuros, e a transformação estava prestes a se completar. No entanto, antes que Dante pudesse atacar, Maithe reagiu.

Os olhos da rainha se arregalaram, e suas pupilas se estreitaram, como se estivesse usando algum tipo de poder oculto. Seu cabelo, que se assemelhava a serpentes, se eriçou, e ela abriu a boca, lançando um jato amarelado de veneno diretamente em direção a Dante. O veneno atingiu o garoto em cheio, paralisando-o instantaneamente. Dante, dominado pela dor, desabou no chão, imóvel.

Maithe, com uma expressão de triunfo, olhou para o garoto paralisado e disse: "Para o calabouço, com os miseráveis."

O garoto foi levado pelos guardas, sua ameaça momentânea completamente neutralizada. O salão, antes tenso, agora estava repleto de murmúrios, enquanto todos processavam o que acabavam de testemunhar. Stefanelli observava tudo com uma mistura de admiração e temor pelo poder que Maithe possuía. O destino de Dante estava selado, e o capítulo se encerrava com a sensação de que muitos mistérios ainda pairavam sobre Sab e aqueles que o habitavam.

Stef, em meio à noite, despertou com um sobressalto, envolta em uma atmosfera de medo e arrependimento. A pirâmide, uma vez encantadora, agora parecia ser um sistema de injustiça e impureza, atormentando sua mente com pensamentos turbulentos. As lágrimas começaram a escorrer por seu rosto, e sua pedra roxa, sempre presente, brilhou intensamente.

Seu corpo começou a se contrair na cama, e uma sensação de mudança no ambiente pairava no ar. Algo brilhou misteriosamente de baixo de sua cama, mas, com os olhos fechados, ela não percebeu. Seu choro ecoava pelo quarto, até que batidas na porta a interromperam.

Assustada, ela rapidamente se levantou e abriu a porta, mas não havia ninguém lá. Ela olhou para o corredor escuro à sua frente, com uma sensação de inquietação. O corredor parecia levá-la em direção à escada que descia até o calabouço, no final do corredor. Uma presença sinistra emanava do calabouço, deixando-a apreensiva.

Enquanto seguia em silêncio, ela sentiu um cheiro forte de flores, um odor que evocava a morte. Foi tão intenso que a fez recuar com força, como se fosse colidir com a parede. Porém, ao invés disso, ela bateu em Sebastian, que a segurou pelos ombros.

Sebastian, com calma, perguntou: "Você está bem?"

Stef, ainda em estado de choque, cobriu a boca com as mãos e olhou para ele com olhos arregalados. Seu coração batia acelerado, e ela se sentia completamente perdida e deslocada naquele momento

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