"The Sab"

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A festa continuava em um espetáculo de cores e sons, uma celebração que parecia infinita. O reino estava envolto em música e dança, e Stef, vestida com trajes típicos da região, sentia-se completamente integrada àquele ambiente. Cada passo de dança, cada risada e cada taça erguida a faziam se sentir mais próxima dos Sab e de sua rotina festiva.

No entanto, mesmo imersa na alegria, ela foi invadida por uma sensação de que estava sendo observada. Uma sensação inquietante que a fez parar de dançar por um momento, embora a festa continuasse à sua volta. Seus olhos encontraram um olhar que a perturbou profundamente. Era o príncipe, que a encarava com um olhar gélido, desprovido de qualquer calor humano. Seu olhar a fez tremer, e ela começou a sentir o rubor subindo pelo pescoço e atingindo suas orelhas. De forma incontrolável, as pontas dos dedos revelaram pequenas escamas de réptil, e suas pupilas se estreitaram, dando aos seus olhos um aspecto felino.

Stef não conseguia desviar o olhar do príncipe, mas, ao olhar fixamente, percebeu que, na verdade, não era a ele que estava olhando-a com aquele olhar gélido, mas Maithe. Os olhos da rainha penetravam profundamente na alma de Stef, como se quisessem desvendar cada segredo, cada pensamento. Stef não entendia por que Maithe a observava daquela maneira, mas podia sentir que algo estava diferente, algo estava errado. O que estaria acontecendo? Stef se sentia cada vez mais encurralada por aquela festa que deveria ser uma celebração, mas que agora parecia um enigma a ser decifrado.

Stef sentia seu coração acelerado enquanto se afastava apressadamente da festa, os passos descalços sobre o chão de pedra faziam pequenos cogumelos brotarem em seu rastro, um reflexo de sua ansiedade. Ela estava apavorada, principalmente pelos olhares das realezas que pareciam segui-la.

Quando finalmente retornou ao seu quarto, desabou no chão com as lágrimas escorrendo em seu rosto. O medo de ser enviada para o calabouço, com os miseráveis, pesava em sua mente. A pedra roxa ao redor de seu pescoço continuava a brilhar intensamente, como se reagisse ao seu estado de ansiedade.

Então, batidas ecoaram na porta de seu quarto, interrompendo o turbilhão de pensamentos de Stef. Ela se levantou rapidamente, limpou as lágrimas com as costas das mãos e foi até a porta, hesitante, sem saber o que esperar. Stef abriu a porta devagar, revelando Oroki apoiado no batente, seu olhar penetrante fixo nos olhos de Stef. O corredor estava silencioso, e ela ficou surpresa quando Oroki quebrou o silêncio.

"A gente pode entrar?" – O mago questiona.

Ao notar que o príncipe, até então silencioso, também estava do lado de fora, Stef sentiu um arrepio na espinha. Ela engoliu em seco, mas concordou com a cabeça. Abriu espaço para que Oroki e o príncipe entrassem, fechando a porta logo atrás deles. Sua expressão estava nervosa enquanto ela se sentava na cama, aguardando ansiosamente o que eles tinham a dizer.

Oroki, com seu olhar sereno e perspicaz, quebrou o silêncio: "Stef, sinto que tens dúvidas em tua cabeça."

A garota concordou, seus olhos revelando a turbulência de pensamentos que a consumiam. Cada dúvida parecia pesar em seus ombros.

"Para ser sincera, estou aqui há alguns meses, e minhas dúvidas sobre este reino só aumentam." - Stef diz secando suas lágrimas.

Stef olhou para Oroki com olhos suplicantes, sua voz trêmula carregada de ansiedade.
"O que foi aquilo? Senti como se estivesse sendo atacada pelo olhar da rainha. Aquela mulher... ela quer me fazer mal, ou pior, me matar. Sinto que sou apenas um peão neste jogo. O que sou para ela?"

Stef, claramente perturbada, começou a questionar Oroki, despejando todas as dúvidas que a atormentavam. Queria entender o que era aquele lugar, o propósito de sua presença ali e se havia uma saída.

"O que é este lugar? Por que estamos aqui? É um reino eterno? Será que não há saída?" – Stef continua a se questionar...

Oroki sentou-se ao lado de Stef, sua mão firme e acolhedora no ombro dela, transmitindo um senso de segurança. Tentou acalmá-la com suas palavras suaves e reconfortantes. Enquanto isso, o príncipe permaneceu em silêncio, observando-a com atenção, sem revelar suas próprias intenções.

O príncipe, após um breve silêncio, rompeu em um sorriso sereno e olhou diretamente para Stef. Seus olhos pareciam reluzir com uma certa compreensão, e ele começou a falar com calma.
"Neste lugar, há todo tipo de pessoa. Independentemente de suas ações, Maithe sempre encontrará um motivo para colocá-lo sob seus pés. Você entrou aqui sabendo dos perigos e das consequências que poderiam surgir."

Stef ouviu atentamente as palavras suaves do príncipe. Ela observou-o de perto, notando sua aparência angelical, com cabelos loiros e roupas claras que realçavam seu corpo esguio. Ela o encarou com olhos brilhantes, não desviando o olhar. Então, com coragem, ela inclinou a cabeça e questionou-o diretamente.

"Então, por que continua com ela, mesmo sabendo que não parece feliz nessa relação? É uma questão de contrato com o reino?" – Stef com sua rebeldia e cheia de coragem diz.

O príncipe ficou sério, cruzando os braços, mas Stef não cedeu. Ela continuou fixando-o com seu olhar penetrante, enquanto o tom roxo de sua aura ficava mais evidente. O príncipe finalmente respondeu com sinceridade.
"Você não pode imaginar o quanto eu a amei."

Kevin, o príncipe, encerrou sua resposta e, com olhos perspicazes, fixou o olhar nos de Stef. Ela, ligeiramente nervosa, desviou o olhar e recuou um pouco. Kevin riu suavemente e tomou lugar ao lado dela, colocando Stef no meio, entre Kevin e Oroki. Stef manteve seu olhar baixo, imersa em seus próprios pensamentos.

Com gentileza, o príncipe acariciou a cabeça de Stef e disse: "Não se preocupe, Sté. Mesmo que aconteça o que eu suspeito que possa acontecer, estou confiante de que você sairá vitoriosa."

Oroki assentiu com um gesto e complementou: "Exatamente, o que Kevin disse é verdade. Mesmo que Maithe tente algo, nada a impede de perceber e encontrar uma maneira de escapar antes."

As palavras calorosas deles trouxeram um certo conforto ao coração de Stef, fazendo com que ela começasse a se sentir mais confiante diante das incertezas que o futuro poderia trazer

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