Capítulo 47 - Un amor como el tuyo y mío, incondicional

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O barulho de risadas altas fez com que Martín acordasse assustado na manhã seguinte. Ao abrir os olhos, o argentino precisou de alguns segundos para se situar e entender que não estava sonhando.

Virou-se na cama e, ao perceber que Luciano não se encontrava deitado ao seu lado, mesmo que ouvisse o som das risadas, a mente de Martín imediatamente presumiu que algo tivesse acontecido com o brasileiro – quase como se o argentino não se lembrasse, por um brevíssimo instante, da forma pacífica com que a noite anterior terminara.

Martín se sentou na cama, fechando os olhos mais uma vez enquanto tentava fazer com que seus pensamentos também se despertassem. Levantando sonolento, ele tateou a cômoda mais próxima em busca de algum celular, espantando-se pela segunda vez em menos de cinco minutos quando viu que o horário apontava já ser quase uma hora da tarde.

As risadas voltaram a ecoar dentro do quarto, como se estivessem num cômodo próximo dali, e Martín conseguiu distinguir o grave da voz de Luciano que ressoava em conjunto com a tonalidade de uma voz feminina mais nova, bem mais nova.

Os dois homens continuavam passando suas noites, desde o adoecer de Luciano, num quarto do andar de baixo do sobrado; e Martín entendeu de onde vinham todos aqueles sorrisos expressivos quando abriu a porta do quarto e viu o risonho brasileiro brincando com a ainda mais risonha Mai, numa parte da imensa sala que ficava mais próxima da entrada do sobrado.

Martín viu, também, que Luna estava parada em pé nas proximidades de onde as duas "crianças" brincavam, observando Luciano sentado no sofá enquanto a pequena menina o mostrava qualquer coisa no celular que provocava as sonoras risadas.

A jovem tailandesa parecia aflita ao observar o moreno com sua priminha, e Martín soube imediatamente que tal aflição era gerada pela forma com que a criança simplesmente agia como se fosse integrante íntima da família do brasileiro.

— Espero que esse menino crescido não esteja te dando problemas – o argentino disse ao se aproximar de Luna, que não percebera sua presença sorrateira saída do quarto relativamente afastado daquela sala.

A jovem se sobressaltou, mas rapidamente fez uma reverência respeitosa. Também com pressa, pôs-se a se desculpar pela pequena farra que acontecia na sala:

— Senhor, me perdoe – ela disse indulgentemente, com o olhar baixo. — Eu sinto muito mesmo. Só vim até aqui para trazer o café da manhã que o Senhor Luciano pediu, e Mai está sob meus cuidados hoje. Não imaginei que ela tomaria tanto do nosso tempo e do tempo dos Senhores aqui, perdão... Às vezes é impossível controlar essa menina.

— Por favor – Martín balançou a cabeça em negativa para indicar que estava tudo bem, levantando uma mão para que Luna não se escusasse mais. — Acho que ele até precisava de um momento assim pra relaxar.

O argentino e a moça tailandesa trocaram olhares em compreensão (ainda que a jovem parecesse querer se desculpar mais), e voltaram a olhar para Luciano que agora segurava Mai em seus braços e a envolvia em brincadeiras demasiadamente perigosas, como colocá-la em seus ombros e dançar no ritmo de uma animada música brasileira que tocava em algum ponto invisível aos olhos de Martín naquele cômodo.

Só nesse momento de dança é que Luciano notou a presença de Martín na sala, e abriu os lábios num sorriso grande para o loiro no mesmo instante em que a pequena criança em seus ombros deu um levíssimo sinal de que se escorregaria – mas sendo prontamente amparada por uma forte mão morena.

Martín deu um risinho sincero, tentando disfarçar sua preocupação.

— Talvez o pedido de desculpas tenha de sair de mim – o argentino disse olhando para Luna mais uma vez enquanto deixava implícita, num primeiro momento, a razão do pedido de desculpas, provocando a mesma risadinha na moça. — Por favor, me perdoe de antemão se essa criança sair daqui com os joelhos ralados.

Private Dreams (BraArg) (PT-BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora