7.

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- quer ir aonde?- pergunto e ela me encara.

- pra minha casa

- pô tu é chata garota, o cara tentando ser legal com tu pô - já me estressei com essa mina

- você só está me levando porque sua mãe pediu, eu não sou boba ret- ela diz se equilibrando na moto, para não ter que segurar na minha cintura.

Puxo a mão dela colocando na minha cintura.

- segura- digo e ela me olha confusa.

Acelero a moto e logo o corpo dela gruda nas minhas costas, sigo o caminho reto, acordando a comunidade toda com o barulho da moto.

- conhece a vista do Vidigal?- pergunto pra ela que nega com a cabeça.

Subo o morro todo chegando na área de turismo, lá era um bagulho bonito, a vista da favela toda e o Cristo redentor bem longe.

Como cantava minha avó "O rio de janeiro continua lindo"

Paro a moto e ela desce tirando o capacete, seu olhar estava na paisagem.

- que lugar lindo - ela diz baixo e andando pra frente, seus olhos brilhavam olhando a vista.

- é, eu que mando nessa porra toda - digo parado de braços cruzados.

Ela me olha e eu já entendo que é por causa do palavrão.

- qual é? Tu não fala nenhum palavrão?- ela nega - e tu fala oque?

- falo normal como qualquer pessoa Ret, só não acho bonito esses tipos de palavras - ela diz vindo na minha frente.

A criança até era bonitinha parceiro, o olhar, a boca, toda bonitinha pô.

- vou tentar não falar perto de tu- digo chegando perto dela

Ela continua com o olhar curioso em mim, e eu louco pra meter um beijo nessa garota, me aproximo tirando uma mecha do seu cabelo em seu rosto.

Quando nosso nariz se encosta ela desvia o olhar pro lado.

- que foi?- pergunto sem entender.

- você ia me beijar?- ela volta a me olhar.

Aquele olhar dela já me deixou todo desconcertado.

Merda.

- Não - minto olhando pra trás dela- tu tá viajando.

Ela me encara, e por pouco que conheço ela, deveria está me xingando em todos idiomas de crente na mente.

- você acha que eu sou idiota Ret?- ela continua me encarando e eu olho pra ela dando risada.

- não, mas chata tu é - dou risada - não sei porque a pergunta, quer me beijar? Só falar -digo dando de ombros.- tem ret pra todo mundo- dou risada.

- já falei que minha boca você nunca vai encostar- ela diz se virando.

- não dúvida de mim Ana, eu gosto quando duvidam - digo negando com a cabeça e subo na moto.

- já vamos embora?- ela diz com um bico enorme na cara.

Garota bipolar

- tu nem queria vim- digo

- aqui é tão lindo- ela respira fundo olhando denovo pra paisagem - preciso ir porque amanhã trabalho - ela sobe na moto.

Permaneço calado e ela se segura na minha cintura, olhei pra ela pelo espelho da moto e vi seu olhar pousado na paisagem.

- outro dia de trago aqui mais cedo

- você tem cara de quem mente, eu que não vou confiar- ela diz Virando o rosto brava.

- tô dando minha palavra pô - digo sério e ela dá de ombros.

Me viro pra frente e acelero a moto, paro na frente da casa dela.

- boa noite ret- a criança diz descendo da moto - você é chato, mas mesmo assim obrigado.

Fico olhando o jeito dela, toda educada chega dava agonia, mas nela combinava.

- pode crê - ela entra dentro da casa dela e eu dou partida pra minha.

...

- iae Gabriel como foi?- a coroa me segui perguntando.

- nada demais, não sei porque essa agonia toda com a criança - pergunto sem entender.

- ela é muito boazinha, e também é sozinha, ela precisa sair um pouco

- só ela sair- digo tirando a camiseta- vou pra minha casa

A coroa me olha e nem fala nada

- oxi vai falar nada?- paro olhando ela sentar no sofá de pernas cruzadas.

- meu filho tá vindo pra casa- ela diz toda sorridente pro celular.

- é assim?- cruzo os braços

- eu te amo filho, mas você é muito chato!

VIVAZOnde histórias criam vida. Descubra agora