4 - Turbilhões de sensações

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POV SORAYA

O QUE FOI QUE EU FIZ?!!!! O que eu tinha na minha cabeça pra fazer isso?!!! Agarrar a minha melhor amiga, no banheiro do camarim dela?! Merda! Eu fiquei tão confusa e excitada ao ver Simone semi-nua. Sua pele macia era como um combustível para acender a chama que há em mim. Suas mãos fortes e macias tocando meu corpo, acariciando cada parte dele. Seu toque era tão suave! Não tinha aquele toque áspero, pesado e bruto que estou acostumada. Seu toque era novo para mim.

E nossa! Ter Simone Nassar tocando meu corpo de uma forma tão íntima, é tão estranho e excitante! Eu não posso ficar pensado nela assim. É super errado, por eu ser hétero e casada. Simone também é casada e hétero. Mas ela retribuiu! Ai meu Deus! Ela RETRIBUIU! Será que ela gostou? Ou será que ela ficou confusa? Ela nunca mais vai querer olhar na minha cara. Que merda, Soraya! Você só faz merda! Talvez eu ter agarrado a Simone, seja falta de sexo. Isso! Eu estou tanto tempo sem sexo... Bom só cinco dias, mas é muito para mim. Mas pera aí, eu nunca fui de me preocupar com a falta de sexo, mas acho que passei a contar depois que agarrei Simone. Ela me deixou confusa ao retribuir meus carinhos. Ela podia ter me empurrado, me xingado e dito que era uma mulher casada. Mas ela apenas retribuiu as carícias.

- É Deusdete, sua mãe está muito ferrada. - Olhei para Deusdete que me encarava deitada e com a cabeça em pé.

Eu havia chego em casa feito uma louca. Até assustei Carlos, que estava se preparando para sair novamente. Eu e ele não estamos muito bem como antes. Acabamos nos desentendendo por conta dos nossos horários e por outras coisas. No sábado que saí da casa de Simone, eu fui me encontrar com meu marido, ele havia preparado o barco para darmos um passeio, pois, estamos dois dias sem nos falarmos direito. Mas acabamos discutindo por conta do seu ciúmes sem cabimento. Ele ficou com ciúmes por eu chegar em casa tarde e não dar bola para ele há dois dias. Eu não havia gostado nada daquilo e acabei me irritando. Xinguei ele e pedi para voltar para casa. Imagina se agora ele soubesse que traí ele com a minha melhor amiga, não ficaria nada feliz. Eu sei que não a beijei, mas eu toquei seu corpo, beijei seu pescoço e eu adorei sentir suas mãos em meu corpo. E pra mim, isso é uma traição.

Depois do que aconteceu no banheiro do camarim da cozinheira, eu fiquei evitando olhar para ela, mas Fogaça descobriu o chupão que tinha no meu pescoço, eu olhei para ela sabendo que havia sido a mesma. Menti para os chefs e olhei para Simone que tinha um olhar apavorado. Mas no banheiro ela parecia saber o que estava fazendo e que queria aquilo.

- Merda, merda, merda! O que eu vou fazer agora?! - Perguntei a mim mesma, enquanto andava de um lado para o outro na minha sala.

Por que ao olhar o corpo semi-nu de Simone, está me fazendo ter uma confusão assustadora dentro de mim? Por que ao olhar o corpo dela mudou tudo? Simplesmente eu passei a vê-la com outros olhos. Talvez eu já enxergasse ela com outros olhos.

No sábado quando fui na casa dela, eu senti uma coisa inexplicável quando vi seus olhos depois de uma semana. Arg! Talvez eu precisa urgentemente me reconciliar com o meu marido. Eu nunca havia sentido nada quando minhas amigas se trocavam na minha frente ou ficavam nuas. Mas com Simone tinha que ser diferente! Eu não consegui me conter ao ver sua pele branquinha e macia. Se Fogaça não estivesse atrapalhado, eu teria transado com ela alí mesmo. Ainda bem que o tatuado atrapalhou, fazendo-me cair na real e lembrar que sou uma mulher casada.

Caminhei até a adega de vinhos que ficava em uma porta perto da cozinha, afim de beber um bom vinho e esquecer tudo isso. Abri a porta e adentrei a adega. Ela não era muito grande, mas dava para se mexer alí. Peguei um vinho italiano que havia comprado na minha ida a Itália. Saí da adega e fui até a cozinha pegar uma taça.

Minutos depois já havia uma Soraya bêbada no sofá da sala e tentado não pensar em sua melhor amiga. Mas era impossível não pensar em Simone. Ela havia me excitado tanto com apenas suas mãos em meu corpo. Merda, aquela mulher é muito quente!

Ouço a porta do apartamento sendo aberta, vejo Carlos passar por ela e me encarar sério. Estava tão na cara minha embriaguez? Ele terminou de fechar a porta e ficou me olhando. Eu estava jogada no sofá toda escabelada e apenas de blusa larga e calcinha. Eu estava a ponto de quase me masturbar pensando em Simone. Mas pra que fazer isso se eu tenho meu marido?

- Boa noite. - sussurrei com a voz arrastada. Carlos apenas balançou a cabeça e subiu as escadas.

E eu continuei jogada no sofá. Olhei para a garrafa de vinho vazia na mesinha de centro e fechei os olhos. Imagens de Simone semi-nua veio em minha mente novamente. Levantei bruscamente fazendo-me tontear e cair de volta no sofá.

- Isso é bobagem! Farei essas imagens sumir da minha cabeça. - Sussurrei pra mim mesma. - Isso foi apenas um erro. Que será tirado da minha cabeça agora!

Levantei de vagar e caminhei apressadamente até as escadas. Subi as escadas em tropeços. Por que beber tanto, Soraya? Ri com meus pensamentos e cheguei no quarto abrindo a porta com força.

Carlos que estava sem a camisa, me encarou confuso. Me joguei contra seu corpo, beijando seus lábios em seguida. Ele ficou meio confuso, mas logo retribuiu. Agarrou minha cintura com força, me puxando mais para si. Me levou até a cama e se deitou por cima de mim. Suas mãos começaram a passear por baixo da minha blusa, enquanto seus lábios beijava meu pescoço. Senti suas mãos apertarem meus seios e eu gemi.

"- Soraya..."

O gemido de Simone veio em minha cabeça, fazendo-me abrir os olhos assustada. E novamente a cena no banheiro venho em minha cabeça, seus gemidos e os meus, suas mãos em meu corpo, meus lábios no seu pescoço e os seus no meu. Enquanto sentia Carlos me acariciar, lembrei-me de suas mãos em minha bunda e eu gemendo em seu ouvido.

- Para... Para Carlos. - Supliquei empurrando ele. O mesmo me olhou confuso, mas voltou com as carícias. Eu fiquei mais desesperada, as imagens não saíam de minha cabeça.

- PARA! - gritei e o empurrei novamente. Carlos me olhou irritado.

- Pra que isso, Soraya? - Questionou irritado.

- Eu só quero que você saia de cima de mim. - Pedi com a voz trêmula.

Ele saiu de cima de mim e eu corri para o banheiro. Tranquei a porta e comecei a caminhar de um lado para o outro.

- O que está acontecendo comigo? Por que eu estou agindo assim?

Eu me questionava assustada. Eu não consegui tirar as cenas da minha cabeça com a bebida e nem consegui tirar Simone semi-nua da minha cabeça, ao tentar transar com meu marido. Minha vida está ficando uma confusão! Eu estou sentindo turbilhões de sensações dentro de mim. E agora com que cara, irei encarar o Carlos? E como vou passar a ficar no mesmo ambiente que Simone?

Eu, uma mulher de 50 anos, tendo surtos por conta de uma atração pela melhor amiga.

O que você está fazendo comigo, Simone Nassar Tebet?

★★★★★★★

Caso vocês notem algum erro, seja ortográfico, seja com a troca de nomes dos personagens, ou qualquer outra coisa, peço encarecidamente que me avisem pelos comentários, assim posso corrigir.

Boa leitura 🤍

She - Simoraya Onde histórias criam vida. Descubra agora