Nós fomos muito pouco

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Quando Jisung recebeu um envelope com letras cursivas não foi necessário que fosse aberto para saber o que significava, seu nome estava escrito em dourado de forma bonita em um envelope azul turquesa.

Naquele dia ele não conseguiu segurar o choro, como tinha feito ao longo dos seus 26 anos. Ele não conseguiu enviar uma mensagem parabenizando Minho e muito menos abriu o envelope.

Era idiota de sua parte se sentir tão abalado com um papel, afinal ele já sabia que Minho casaria, foi o primeiro a quem ele ligou chorando dizendo que tinha finalmente feito a proposta, Jisung sentiu seu coração apertar, sua garganta fechar e suas mãos tremerem, suspirou e colocou um sorriso no rosto mesmo que Minho não pudesse vê-lo, queria enganar a si mesmo, que sim, estava feliz por Minho estar se casando, por finalmente estar realizando seu sonho de formar uma família, mesmo que não fosse com ele, na verdade ele nunca esperou que fosse com ele de qualquer forma.

"Eu vou me casar, Ji. Você acredita nisso?" Minho falou e jisung quis dizer que não, que não acreditava que era só mais uma brincadeira boba de Minho para lhe provocar mas ele deu uma risada forçada e respondeu:

"Claro que acredito, você está completamente apaixonado por ela." Falou mesmo que não tivesse mais tanta certeza disso desde do que acontecerá no mês anterior.

Depois da ligação, Jisung engoliu em seco mas prometeu não chorar entretanto quando recebeu o convite algo se partiu dentro dele, era como se alguma coisa tivesse se concretizado, como se antes mesmo ele sabendo ainda tinha um fio esperança de que aquela ligação chorosa tinha sido apenas uma alucinação que sua mente criou para lhe deixar mal.

Os três meses passaram rápido demais, Jisung se atolou em trabalho para tentar esquecer do casamento mas todos ao seu redor pareciam só ter aquele assunto para falar e não culpava seus familiares ou amigos Minho era uma pessoa incrível e merecia mais do que qualquer um ser feliz.

(...)

A sala de recepção estava impecável, as flores pareciam ainda mais bonitas e o sorriso de Minho ao lado dela era no mínimo brilhante.

Ele estava com um terno preto com uma flor em seu bolso, os cabelos perfeitamente alinhados e seu olhar estava focado nela.

Eles tiravam fotos juntos com sorrisos bonitos e olhares apaixonados, Jisung queria dar meia volta, ir para casa tomar vinho barato e escutar músicas deprimentes. Mas se forçou a acenar para ambos e Minho sorriu de volta, pediu licença a noiva e aos fotógrafos e foi até ele.

— Você chegou!

— Sim, eu cheguei. — Falo sorrindo. — Belo penteado.

— Eu sabia que você comentaria sobre isso. — Ele fala apontando com desgosto para o cabelo. — Em minha defesa, eu fui forçado.

— Imagino, o Minho que eu conheço jamais deixaria fazerem isso sem antes protestar.

— Sabia que você iria me entender. — Fala e se aproxima sua boca da orelha de Jisung. — Me ajuda a deixar menos esquisito?

— Como eu faria isso? — Pergunta tem a resposta em seguida quando é puxado pela mão até um dos banheiros mais distantes da parte principal do recepção.

— Não aguentava mais tanta gente. — Ele fala se olhando no espelho enquanto tenta desmanchar o penteado sem estragar tudo.

— Você parece feliz, mesmo com esse cabelo.

— Você não vai parar de falar sobre isso, já está se tornando pessoal. — Minho fala parando de mexer nos fios. — Eu estou feliz.

Ele fala e seu sorriso vacila por um instante.

Tudo que não fomos - HJS;LMHOnde histórias criam vida. Descubra agora