The Heartsplains - Saga Maurêveilles - Livro três

Queen of Hearts

Quando eu não podia mais viver só de conhecimento

Você me deu força

Curiosidade esperançosa

Talvez ainda haja respostas felizes para minha descoberta

E se você me ama

Você pode amar o seu tudo para mim também?

String theocracy - Milli

Quando abro os olhos não estou assustada, nem ela parece estar. Mikayla está sentada tomando chá, o vestido vermelho espalhado a sua volta em várias camadas, seu cabelo preso em formato de coração e os olhos em mim, ela não se parece comigo como todos falam.

— Por que eu posso dizer seu nome e você continua aqui?

— Oh eu pensei que você fosse começar com uma coisa mais filosófica, "quem sou eu?" ou "por que eu?" primeiro, mas essa é fácil porque eu, diferente de dois amigos que conheço, não sou hostil a você, estamos apenas conversando. — Ela sorri ao terminar. — Meu turno, como você descobriu meu nome?

— Charles disse que era um nome que eu conhecia. — Dou de ombros.

— Uma resposta vaga... — Ela se levanta, mas isso não me assusta. — Eu acho que tenho muita coisa para te contar.

— E se eu não quiser ouvir?

— Achei que queria, senão porque estaria aqui?

Respiro fundo, não posso me enganar mais, concordo com a cabeça e me aproximo de Mikayla, ela sorri, olho para o topo da sua cabeça, mas não tem uma coroa ali.

— Está esperando que eu mande cortar sua cabeça se continuar a me encarar assim?

— Boa sorte tentando.

Mikayla bufa e começa a andar, a sigo, não estamos em um lugar definido mas quanto mais andamos o chão muda se tornando sujo e de pedras, estamos em uma rua feia e cinza que poderia ser de Londres e quando ela para vejo uma menininha ruiva que briga com três meninos, ela rosna e puxa das mãos de um deles um pedaço de papel, a menina pega pedras e ameaça jogar no trio que se afasta cuspindo e xingando ela. A pequena Mikayla desamassa o pedaço de papel escuro que é uma dobradura de coroa e a coloca sobre a cabeça, seu nariz está sangrando, mas ela parece muito feliz.

— Um dia eu vou ser rainha e ter uma família linda! — Ela diz e olha para mim, depois ri e sai correndo pela rua.

— Seis coisas impossíveis antes do café da manhã. — A Mikayla que está do meu lado diz. — Se eu tivesse um café da manhã, você tem sorte por nunca ter passado por isso.

Ela volta a andar o cenário não muda, mas agora paramos em frente a uma casa, olho pela janela baixa, é um casebre de madeira que só tem um cômodo e uma Mikayla quase adulta gira com graciosidade ali dentro enquanto uma bebê gordinha ri da sua dança em seus braços, sorrio também. A porta se abre e ela corre até o homem sujo que ri e tira seu chapéu para abraçar a esposa e filha.

— Um lar, um amor e minha filha. Eu não podia pedir coisa melhor... — A jovem Mikayla ri, suspiro.

— Seis coisas, minha cara, não três. — Ela diz com amargura e seguimos, agora encontro Mikayla sentada chorando, ela não tem mais um bebê feliz nos braços, nem uma casa pequena, nem seu marido. — E assim só me restou um sonho que viria a se tornar pesadelo.