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"Acho que agora, finalmente, temos algo em comum."
Helena é uma garota que aos 18 anos decide viajar para Madrid e começar a sua faculdade de direito. Após um encontro inusitado em um shopping um dia após o seu término trágico, a me...
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Se existisse algo em comum entre eu e Pablo, talvez, nós dois nos entendêssemos mais. Porém, sendo bem sincera, acho algo impossível.
Encosto o meu corpo cansado e tenso pelo estresse no acolchoado macio do banco do carro, escutando a irritante voz no outro lado da linha telefônica juntamente com a música em tom baixo da Taylor Swift tocando no rádio.
— Cara, é isso mesmo que eu estou entendendo? — o mais velho berra incrédulo — Não acredito que está terminando comigo, ainda mais por telefone! — escuto o mesmo bufar, e prevejo que também está revirando os olhos nesse momento.
— Vou aí agora mesmo! Onde você está? Me manda a sua localização, agora! — sua voz sai em um tom autoritário. Passo as mãos por meus cabelos, alguns dedos ficam presos em umas partes emboladas pela falta do penteio. Solto o ar entre minhas palmas e solto uma risada involuntária.
Pego o celular do banco ao meu lado e o aproximo da minha boca. — Até que você não é tão burrinho quanto eu achava. E, sim, estou terminando com você pelo telefone — Falo em bom tom para que ele não faça mais questionamentos sobre a minha escolha — E pode esquecer, Lopéz, não vou me encontrar com você — Lanço meu olhar para fora da janela, estava tudo no total escuro, apenas algumas luzes de casas próximas e postes iluminavam certos cantos da rua.
Já era tarde da noite de um domingo, as pessoas provavelmente já estavam a descansar em suas camas para enfrentar uma longa segunda-feira no dia seguinte, e a essas horas eu já deveria estar fazendo o mesmo, relaxando para o meu duro dia de faculdade amanhã. Entretanto, estou discutindo com o meu namorado pelo telefone, na verdade, o meu ex-namorado.
— Como você consegue ser tão babaca a esse ponto? — Solto outra risada com a sua fala. Fico pasma com a coragem que ele teve de falar sobre babaquice, logo ele, sério? Olho para a hora no celular, exatas 23:32h, acho que esse papo já está longo demais.
— Engraçado que você não achou babaca quando você me deixou plantada na porta daquele maldito cinema igual uma idiota, esperando por você por mais de uma hora e meia pro queridinho simplesmente não aparecer! Ou quando fomos naquele restaurante caríssimo com os SEUS AMIGOS e no final quem teve que pagar toda a conta fui eu! Todas as vezes que você faltava me detonar na frente dos seus colegas. Agora me diz, por que ISSO você não achou babaca? — praticamente berro para o aparelho, estava cansada, exausta.
Por algum motivo pensei que me relacionar com um espanhol com problemas familiares, sem estudo, sem trabalho e sem senso, seria a melhor opção para a minha vida.
Lembro como se fosse ontem, eu voltando do banheiro daquela festa e dando de cara com o meu maior crush daquela noite. Pablo sempre foi um bom partido, digamos assim. Cabelos loiros, olhos cor de mel, forte de academia, alto... atraía qualquer mulher daquele local, sem duvidas.