A misteriosa do mal

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{10 de janeiro}
Sexta-feira

ALGUÉM ESTÁ DE brincadeira comigo. Zoando com a minha cara. Tenho certeza de que é este diário. Deve ser mágico, ou possuir algum poder obscuro. Não sei o que ele tem, só sei que, como uma estrela cadente, ele entendeu meu desejo. Só que este danado de diário resolveu me pregar uma peça. Só pode! Não tem explicação para o que acabou de acontecer. É inacreditável!

Vou tentar explicar, escrevendo nesse diário, o que aconteceu antes que a minha cabeça exploda ou eu tenha uma convulsão nervosa - se é que isso existe. Olivia vai me matar quando souber disso!

Respira, Maya... vamos lá. Força!

O dia de hoje começou super normal. Juro. Não fiz nada fora da minha rotina: tomei café da manhã na padaria da esquina de novo e eles, como sempre, serviram café requentado e pão dormido com manteiga, passado na chapa pra ver se reanima. Já estou acostumada. Para ser sincera, até gosto do sabor da manteiga quando mergulho o pão no café. Viu? Tudo absolutamente corriqueiro. Mais um dia de sobrevivência.

Fui a creche e me dediquei, como sempre, às crianças. Depois passei na universidade para pegar uns livros que me ajudariam a elaborar um artigo para um projeto superhipermegachato. Essas coisas de faculdade que a gente tem certeza que nunca servirá para nada.

Tanto a creche quanto a universidade são próximas do meu apartamento, por isso economizo o dinheiro do ônibus todos os dias e vou a pé a todos os lugares. Também aproveito para me exercitar um pouco. É o único exercício que faço na vida, portanto não me vejo mais sem ele - apesar de Olivia insistir que a caminhada é longa.
Bom, eu não acho

Tudo estaria completamente típico se não fosse a violência terrível desta cidade - e a minha extrema burrice, é claro. Não podemos nos esquecer dela, pois foi um fator primordial para a mudança da minha pacata vida sem sentido. Nunca pensei que ambas - a violência da cidade e a minha burrice - poderiam Algum dia conspirar.

Nunca presenciei um assalto nem nenhuma outra ação violenta. Considerava-me uma sortuda por isso, pois a maioria das pessoas que conheço já passou por momentos muito desagradáveis com assaltantes. Jamais cheguei a pensar no que faria caso acontecesse algo comigo, e nunca senti um medo real de ser abordada por um marginal.

Por isso é impossível crer que realmente tenha acontecido comigo o que vou descrever a partir de agora.

Começou com uma simples pequera de rua. Acredite se quiser, foi uma paquera muito inocente. Daquelas que acontece quando você observa uma pessoa diferente das que tá acostumada a ver andando por aí. A criatura se destaca na multidão e você para, olha e imagina, por alguns instantes, como ela vive. Não é algo incomum e, hoje, aconteceu comigo mais uma vez. Não que eu saia paquerando todo mundo por aí, mas é que não sou cega, ok?

Estava chegando em casa quando a vi e parei. Era simplesmente a perfeição em forma de mulher. Nossa... nunca tinha visto uma garota tão bonita quanto aquela. Nunca mesmo. O meu bairro reúne a maior quantidade de pessoas velhas e feias do mundo, portanto aproveitei a paisagem como e quanto pude.

A primeira coisa que reparei foi que os seus olhos eram de um azul-celeste quase divino. Seus cabelos de um azul forte que destacavam de longe, que lhe emolduravam o rosto, conferiam a ela um charme arrasador, assim como sua boca carnuda e bem desenhada. Fiquei hipnotizada. Podia sentir os meus olhos girando, saindo das órbitas diante de tamanha beleza.

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⏰ Última atualização: Nov 04, 2023 ⏰

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diário de uma cúmplice // billie eilish G!POnde histórias criam vida. Descubra agora