Capítulo 18

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Tiana

Coloco a mão no joelho, dando risada com a Ayres sarrando em mim. O som alto tocando Calypso e a gente dançando, porque a vida, ela é uma maravilha. Jogo o cabelo pro lado e paro de dançar, pulando abraçada com a minha empresária, que sempre me apoia e ainda gerencia minha conta bancária.

Ayres: Eu vou tomar um tacacá, dançar, curtir, ficar de boa! - ela grita ofegante e a gente continua pulando no meio da casa - Pois quando chego no Pará, me sinto bem, o tempo voa! - eu me afasto, dando risada com o falsete dela.

Eu: Eita, como canta - passo a mão no rosto quente, jogando meu cabelo pro lado - Hoje o faturamento foi 160 mil, quero ficar em casa não, vamo botar gasolina nessa PCX e sair sem rumo.

Ayres: Eu tava fazendo as contas, ele te deu 10 mil pelo vestido, deu 40 mil no iate, aí já vai 50 mil - ela mostra os dedos e eu fico parada, contando com ela - Hoje foi 160 mil? - eu confirmo e ela bate o cabelo, igual a diva loira do Pará - 210 mil em menos de uma semana nessa porra!

Eu: Como é boa em exatas, eu sou de humanas e linguagens - ela faz um coque nos cachos e eu começo a dançar de novo - Meu Tigrinho é tão gostoso, Ayres! - ela me abraça e começa outra música.

Ayres: Hoje eu dei também, fui na sede e dei pra um magrelo aí - ela se afasta, dobrando a blusa e eu faço bico - Aqueles magrinho que a gente não dá nada, sabe? Mas ele me varou de cima a baixo.

Eu: Pirocudo? - ela arregala os olhos, confirmando e eu dou risada - Variante do meu Tigrinho, só não tem o dinheiro dele, né? Porque o homem é rico, eu só vi a pontinha do iceberg, mas até fazenda ele tem.

Ayres: Tem que ser assim, sentar no fazendeiro, no traficante, porque playboy não tem dinheiro - eu passo a língua pelos lábios, me lembrando de hoje mais cedo - Vamo lá na Coronel que tá tendo baile.

Eu: Vamo, mas deixa eu te contar uma coisa - ela se senta no sofá cinza e eu me deito com as pernas em cima dela - Hoje eu vi o Hariel depois daquele dia, tem quase 1 ano, né?

Ayres: O amigo do Tatilon? - ela mexe nos meus pés, me encarando confusa e eu confirmo, estalando os dedos - Eu achei que o Tatilon tinha matado ele.

Eu conheço o Hariel desde que comecei a namorar o Tatilon, os dois eram melhores amigos, se brincar eram namorados e eu a amiga do casal. Mas teve um dia, que os dois tavam cheio de cachaça e droga no rabo, e nesse mesmo dia o Hariel deu em cima de mim, foi a maior confusão. O Tatilon deu 5 tiros nele e eu nunca mais vi na vida, só soube que tinha saído do morro, agora vi que é da contenção do Tigrinho, por isso fiquei surpresa na hora. Depois daquele dia o Tatilon foi preso, passou 5 meses e infelizmente foi solto.

Mas na hora eu nem disse nada, tem quase 1 ano que isso tudo aconteceu e eu não tenho culpa de ser gostosa. Quer brigar? Briguem, mas não me envolvam na confusão, porque eu não gosto de chegar no meio da festa. Fazer, eu faço. Mas chegar de penetra? Jamais.

Ayres: Pobre do Hariel era gente boa, eu tinha crush nele - ela dá risada, mexendo nos meus pés e eu fico de olhos fechados - Mas ele te comia com os olhos, Tatilon nunca teve sorte com os best, porque todo mundo talarica ele.

Eu: Eu deveria ter aproveitado e meter tanto chifre naquela porra seca - ela joga a cabeça pra trás, rindo e eu me levanto - Vamo bailar! Hoje eu vou curtir a noite com o vale do dia.

Depois de tomar banho, eu me visto de frente pro espelho, colocando outro vestido branco, mas é de um modelo diferente. Ele tem uma abertura em um dos ombros e a manga longa com um furinho pra eu colocar meu polegar. Ajeito meu cabelo com os dedos e espero a Ayres terminar de se vestir. Como uma boa teimosa, eu tô usando o meu salto da Louboutin de novo, porque ele é tão chique pra eu descartar como se fosse qualquer merda.

Por uma BucetaOnde histórias criam vida. Descubra agora