Ocê é meu.

1.8K 110 63
                                    

Aviso: O texto que se segue contém material sexual explícito, indicado para maiores de 18 anos.

Boa leitura!

Era noite de domingo. Ramiro fechava com cuidado a porta do quarto de Miguel que havia acabado de pegar no sono. O moreno ia em direção ao próprio quarto andando devagar na penumbra do corredor. Entrou no cômodo e a primeira coisa que avistou fora Kelvin, sentado na cadeira de sua penteadeira enquanto passava um dos inúmeros cremes que usava antes de dormir. Ramiro pouco entendia da utilidade de cada um deles, mas aprovava os diferentes cheirinhos que Kelvin escolhia a cada noite para dormir.

O ruivo sempre foi mais vaidoso do que Ramiro, o mais novo até mesmo havia instituído no marido o hábito de sempre usar protetor solar para ir trabalhar nas plantações, Ramiro havia assustado-se bastante com a ideia de parecer acabado perto de seu Kevinho daqui uns anos. Kelvin sabia cuidar muito bem de Ramiro, mas era melhor ainda em atentar.

Atentar Ramiro fora a diversão de Kelvin naquele domingo. Citar a ligação que Frank havia lhe feito na semana passada foi o suficiente para despertar a atenção de Ramiro para o assunto por um dia inteiro. Esse era o objetivo de Kelvin. Na verdade, seu objetivo era ser tomado como naquele dia. Quando Ramiro o fodeu com força lhe fazendo dizer juramentos como: "eu te amo", "não, ninguém me fode como o meu macho" dentre as outras palavras e sentenças desconexas que o prazer lhe permitia balbuciar. Ramiro era só ciúmes.

Agora, provaria de seu próprio veneno. Ramiro compensaria cada momento daquele dia em que Kelvin fugiu de seus toques possessivos o chamando de ciumento.

Ciumento ele era mesmo, mas, já havia sido bem pior. Territorialista, na época em que ainda nem namoravam, o ex-peão envolvia-se em brigas, verbais e braçais com qualquer homem que ousasse chegar perto de Kelvin. Demorou até que Ramiro entendesse que, por ser um ser humano de valor, merecia estar ao lado de Kelvin, e não seria um ou outro que faria o ruivo ir para longe de si. Exceto por aquele que era seu trauma.

"Frank", dizia aquele nome com nojo. A simples menção daquele desgracado fazia Ramiro rememorar e sentir todo o descontentamento e tristeza que sentira durante meses a fio quando Kelvin resolveu viajar com ele para Nova Iorque.

Por isso, perdeu o juízo quando chegou no quarto dos dois e ouviu Kelvin misturando a língua inglesa com a portuguesa em sua fala, Kelvin só fazia isso quando conversava com uma pessoa, Frank. O anglo-brasileiro parecia ter um tipo de obsessão esquisita por Kelvin, o ruivo sempre garantiu que não passava de mero interesse profissional e de fato,  não foram poucas as vezes que havia recusado propostas e contratos de Frank.

Ramiro adentrou de uma vez o quarto que compartilhavam trancando a porta atrás de si. Pousou o olhar no homem à sua frente. Falsamente distraído, Kelvin massageava o próprio braço sentindo o cheiro de maracujá de seu creme novo. O loiro já estava pronto para dormir, vestia apenas um shortinho de tecido mole, curtinho, estava prestes a tirar o relicário com Ramiro e Miguel de seu pescoço quando viu o marido aproximar-se e andar em direção ao seu lado na cama de casal.

Assistiu hipnotizado Ramiro despir-se da regata que usava, mordia o lábio inferior com a ponta dos dentes ao ser abençoado com aquela visão. Kelvin já devia ter se acostumado, mas Ramiro parecia ficar mais bonito a cada dia que passavam juntos. Analisou os músculos dos braços se contraindo enquanto o mais velho encostou na cabeceira da cama, fitando-o de volta.

— Miguelzinho dormiu rápido hoje... Kelvin comentou apenas para sondar o terreno.

— 'Inté que foi. Respondeu Ramiro, simples, grosso.

— Agora a gente pode namorar um pouquinho, né?

— Eu acho que 'ocê não tá merecendo carinho hoje não, seu Kelvin. Passou o dia 'todin comendo o minha paciência, e 'ocê sabe que ela não é muita, 'ocê sabe... — Era o que dizia Ramiro, todo cheio de si ao perceber os olhares que Kelvin direcionava para si, alternando entre seu rosto e a região abaixo do baixo ventre.

Meu | KelmiroOnde histórias criam vida. Descubra agora