My Soulmate, Forever

sʜᴇ; ᴇᴠᴇʀʏᴏɴᴇ ᴅɪsᴀᴘᴘᴇᴀʀᴇᴅ

Uma nova manhã começava e me preparava para novamente mais um dia cansativo cheio de pessoas fingindo se gostarem, olhar para seus sorrisos falsos e fingir que acreditava nos mesmos enquanto também forçava-me a sorrir sem emoção para os outros. Repudiava-os, suas falsas expressões dominavam meu dia e me matavam por dentro, queria sinceridade de todos ao menos uma única vez naquela fatídica vida mas não conseguia nada mais do que olhares feios direcionados até mim. Por que todos eram assim? Se seus medos eram de mentiras então não precisavam criar mais delas para combater as já presentes, mas adultos eram inexplicáveis, reais objetos de estudos.

Suspirei e me levantei da cama já para me arrumar, até esse ponto não percebia nada de errado, nada de acordar com as rotineiras brigas em gritos de meus familiares e nada de ruim me acontecer até o momento, talvez hoje fosse um dia bom? Não saberia até experimenta-lo então caminhei já totalmente arrumada em rumo a tão odiada cozinha, maioria das brigas eram naquele lugar no qual tinha certeza de que algum espirito ruim estava rodeando a pequena mesa circular.

Lembrava as palavras ruins que ouvi ontem enquanto caminhava de forma calma para a cozinha, estava pensando em que palavras usariam hoje para se referir a mim ou minhas notas que nunca lhe agradavam. Pensava comigo mesma; Talvez eu não lhes agradasse desde sempre, por isso não importava o que fosse que eu fizesse, nada estaria bom para eles e nem para ninguém..

--- Queria que eles simplesmente sumissem. - falei em tom baixo o suficientemente para que apenas eu escutasse a frase que tanto queria que acontecesse, desejava muito desde tão pequena, não os suportava.

Eu não era filha única, nem mesmo tinha uma casa vazia com apenas a normal família de três pessoas, morava junto com duas tias e meus primos, sem contar meus dois irmãos mais velhos, se algum daqueles que moravam ali fosse criança ou adolescente igual a mim não me sentiria tão sozinha, mas todos eram adultos e suas brigas sempre afetavam apenas a mim pois sempre como assunto principal era minha educação e estudos.. Os odiava.

Meus pés então cruzaram a linha da cozinha com meus resmungos mentais, xingando e odiando até mesmo a lata de lixo que talvez tivesse mais utilidade do que eu, hoje tomaria coragem para pedir ao menos um animalzinho de estimação para ficar junto comigo nos momentos ruins, já que os tão intitulados familiares de minha família fizeram questão de rudemente tocar na mesma tecla sobre arranjar amigos.

--- Bom dia - meu tom monótono transpareceu, e de mesmo momento corrigi para algo fingidamente feliz e animado --- Bom dia!

Não estava nem sequer olhando para eles, minha expressão estava em um grande sorriso fingido e olhos fechados por reação às bochechas tão erguidas, mas quando não ouvi um sequer ruído abri os olhos de modo assustada.

Se eles não estavam falando nada, então algo muito ruim estava por vir para cima de mim.. Mas meus olhos desacreditaram no que viram quando finalmente os abri, não havia ninguém na cozinha.

--- Ainda não.. acordaram? - algo estava estranho, algo muito estranho estava acontecendo.

De modo apressado corri para o quarto de todos, um por um, verificando se estavam bem. Mas surpreendentemente não encontrei nada mais do que o vazio de seus quartos, com nada além dos objetos que já estavam lá.

Me desesperei. Eles realmente haviam viajado e me deixado sozinha assim? Meus tios realmente tinham minhocas ao invés de um cérebro na cabeça?

Ainda descalça, corri para a rua para ver se o carro deles ainda estava na garagem e para minha surpresa, o mesmo cinza desbotado da antiga marca de carros ainda estava lá naquela garagem. Suspirei de alívio, pelo menos não haviam viajado sem mim, mas agora levantava a questão; Para aonde eles foram?